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Apresentação de coral encerra projeto na Penitenciária Feminina de Criciúma

CÂMPUS CRICIÚMA Data de Publicação: 06 dez 2018 15:07 Data de Atualização: 07 dez 2018 09:43

Frequentadores do Nações Shopping vivenciaram um momento diferente na noite de segunda-feira (3), véspera do feriado de Santa Bárbara, ao assistirem à apresentação de um coral composto por 19 mulheres. Mas a data foi ainda mais especial para as cantoras, todas internas da Penitenciária Feminina, que tiveram a oportunidade de apresentar o resultado de seis meses de ensaios e dedicação. E também para o Câmpus Criciúma, responsável pela ação, pela concretização da missão institucional de promover a inclusão e formar cidadãos por meio da educação.

A apresentação do coral é resultado do “Empoderando mulheres no cárcere”, projeto de extensão do Câmpus Criciúma, realizado em parceria com a Penitenciária Feminina do município. Desde agosto deste ano, foram realizadas, além das aulas de canto orientadas pela maestrina Sílvia Teixeira, palestras e oficinas sobre empreendedorismo, idiomas e possibilidades de reinserção no mercado de trabalho, entre outros temas ministrados por professores do Câmpus. As mulheres também confeccionaram artesanato, sob orientação da artesã Ivana Valentini. Os trabalhos serão expostos no próximo dia 10, desta vez no Criciúma Shopping.

O projeto de extensão é uma das atividades realizadas pelo IFSC em parceria com a área de educação do Departamento de Administração Prisional (Deap) na região sul de Santa Catarina. Em 2018, também estão sendo realizados cursos de qualificação profissional e certificação de competências tanto na Penitenciária Feminina quanto na Penitenciária Sul.

Para Marisilvia dos Santos, coordenadora de Extensão do Câmpus Criciúma, o projeto é um marco para a instituição. “É um projeto ímpar, porque estamos implementando a missão do IFSC, que é promover a inclusão e inserir estas pessoas na comunidade, pensando que elas sairão da penitenciária um dia e por isso é importante trabalhar com a ressocialização”, afirma. “Todas as atividades realizadas tiveram foco na ressocialização destas mulheres”, reforça a professora Janaína Antunes dos Santos, responsável por acompanhar o desenvolvimento do projeto.

Renovação e esperança

A apresentação do coral emocionou o público e as próprias cantoras (você pode conferir um trecho da ação logo abaixo). Não apenas pela qualidade do trabalho, mas pela mensagem de renovação que a música traz. “A música tem esse poder de incluir as pessoas e mostrar que existem possibilidades diferentes. Por escolhas na vida, essas mulheres estão na penitenciária, mas a música tem essa capacidade de mostrar que dá para fazer diferente e você pode mudar sua vida”, resume a maestrina Sílvia Teixeira. Para ela, foi inédita em seus 25 anos de carreira a experiência de trabalhar com um grupo de detentas.

A ação também foi inédita para a juíza da Vara de Execuções Penais de Criciúma, Débora Rieger Zanini. “Eu tenho 18 anos de magistratura e isso nunca aconteceu em Criciúma. Cuido de três unidades prisionais e nunca foi feito nenhum trabalho neste nível”, afirma a magistrada, que pela primeira acompanhou um grupo de canto de uma penitenciária fazendo apresentação em um shopping center. Débora ressalta a importância deste tipo de atividade para a ressocialização de pessoas que cumprem pena de privação da liberdade.

“Para nós é muito importante, porque temos que ter em mente que as pessoas estão presas buscando uma ressocialização, buscando serem pessoas melhores, porque um dia elas vão voltar para a sociedade. Então, este é um trabalho importante porque ensina algo de bom, que essas pessoas podem buscar um alento, podem buscar algo melhor”, destaca.

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