CÂMPUS JOINVILLE Data de Publicação: 26 jan 2017 22:00 Data de Atualização: 06 fev 2018 15:24
Pela primeira vez, o Câmpus Joinville vai ter um aluno da República Democrática do Congo. Kenos Ndombele Dan chegou ao Brasil em 2012, fugindo dos conflitos armados que há mais de 20 anos assolam o país africano. O congolês é eletricista predial, mas não pode exercer sua profissão no Brasil por questões burocráticas. Em Joinville, ele refez o Ensino Fundamental e o Ensino Médio e, agora, vai fazer o curso técnico concomitante em Eletroeletrônica, no IFSC, para voltar a trabalhar com o que gosta.
Durante a matrícula, Kenos falou sobre a situação do Congo, que vive uma das crises humanitárias mais graves do mundo, com quase cinco milhões de mortos desde o início do conflito, em 1997, e sobre a vida no Brasil. Como para a maioria dos refugiados, aprender a língua portuguesa, a falta de oportunidade de trabalho na área, o preconceito e a saudade da família são as principais dificuldades.
Atualmente, o calouro de Eletroeletrônica trabalha no setor de produção de uma indústria da cidade e espera concluir o curso para atuar na área elétrica. "Desde que cheguei tinha o pensamento de trabalhar na área. Tive oportunidades, mas não tinha como comprovar", conta. Ele ficou sabendo do curso no IFSC no Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), onde estudava, no final do mês de maio do ano passado, quando já havia encerrado o prazo de inscrição para o segundo semestre de 2016, e esperou até outubro para se inscrever no processo de seleção para este ano.
Por Liane Dani | Jornalista IFSC