CÂMPUS CANOINHAS Data de Publicação: 23 mar 2017 21:00 Data de Atualização: 06 fev 2018 15:26
A busca por alternativas que possibilitem aos agricultores familiares o abandono da cultura do tabaco e a conversão das áreas de mata nativa em fonte de renda sustentável para as famílias rurais da região é a meta do Núcleo de Estudos Agroecológicos do Planalto Norte (Neaplan), instalado recentemente no Câmpus Canoinhas, por meio de atividades integradas de extensão tecnológica, pesquisa científica e educação profissional, visando ao desenvolvimento rural sustentável da região.
O projeto envolve técnicos de Agroecologia formados pelo câmpus, estudantes do curso superior de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, agricultores familiares em transição agroecológica, professores, pesquisadores e agentes de assistência técnica e extensão rural de entidades governamentais e cooperativas da região.
Conforme a coordenadora do curso técnico em Agroecologia e do Neaplan, Magali Regina, o projeto está desenvolvendo pesquisas relacionadas à melhoria da qualidade física e química do solo, técnicas agroecológica, qualidade e produtividade de produtos agroecológicos de interesse regional, sistemas agroflorestais e certificação orgânica. “Trabalhamos para que os agricultores se apropriem de um maior número de tecnologias agroecológicas, incentivando o abandono das técnicas convencionais e contribuindo para recuperação do solo, da água e da qualidade alimentar”, justifica professora Magali.
Para fortalecer a produção agroecológica e compartilhar os resultados das pesquisas, serão realizados cursos de capacitação, oficinas, palestras e dias de campo. O Câmpus Canoinhas formatou dois cursos para oferta no próximo semestre, de Processamento Mínimo de Vegetais (30 horas) e Cadeia Produtiva de Produtos Agroecológicos (160 horas). Também estão previstos seis intercâmbios entre unidades demonstrativas, dez dias de campo e doze oficinas.
Dentre as pesquisas em andamento, destaque para a cultura de pak choi, ou repolho chinês, que é uma variedade nova na região. Os produtores poderão conhecer melhor a cultura e os resultados da pesquisa, desenvolvida pela professora Cristina Duda, na unidade demonstrativa plantada no Câmpus Canoinhas, no dia de campo marcado para 26 de abril.
Na área de agrofloresta, conduzida pelo professor Lauro Petrentchuk, as pesquisas com pimenta rosa, erva-mate e bracatinga também estão bastante adiantadas. No próximo dia 30, será realizado o primeiro intercâmbio entre os produtores para troca de informações sobre as espécies. “Para muitos produtores, está sendo uma revelação o valor econômico da semente da pimenta rosa, que pode chegar a R$ 150 o quilo, lembrando que aqui ela é conhecida como aroeira e considerada uma praga”, exemplifica a coordenadora do Núcleo.
Também estão em desenvolvimento pesquisas na área de adubação verde de inverno, relacionadas à melhoria da qualidade física e química solo, pelos professores Jefferson Schick, Eliziane Bendetti e Luis Vieira. O projeto envolve ainda outros eixos do câmpus, como o curso superior de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, que vai desenvolver uma plataforma web, com orientação do professor Glaucio Wachinski, e a área de Alimentos, responsável pelo curso de qualificação profissional.
O Neaplan tem o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com a parceria da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Difusão Tecnológica (Epagri), Cooperativa de Fortalecimento de Agricultura Familiar do Planalto Norte Catarinense (Cooperfap), Rede de Agroecologia Ecovida e Cooperativa de Organização, Produção e Comercialização Solidária do Planalto Norte de Santa Catarina (Comsol).
Por Liane Dani | Jornalista IFSC