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Dia de Campo apresenta cultivo de nova hortaliça em Santa Catarina

CÂMPUS CANOINHAS Data de Publicação: 26 abr 2017 21:00 Data de Atualização: 06 fev 2018 15:28


A Área Experimental e Didático-pedagógica de Produção Vegetal do Câmpus Canoinhas do IFSC serviu de sala de aula para a demonstração dos experimentos realizados no cultivo de pak choi, também conhecido como repolho chinês ou acelga chinesa, durante o dia de campo realizado nesta quarta-feira (26) para produtores, estudantes, pesquisadores e profissionais da área. A experiência com pak choi é uma das linhas de pesquisa do Núcleo de Estudos Agroecológicos do Planalto Norte (Neaplan), instalado recentemente no Câmpus Canoinhas com o objetivo de desenvolver atividades integradas de extensão tecnológica, pesquisa científica e educação profissional, visando ao desenvolvimento rural sustentável da região.


Ao passear pelos canteiros, os participantes puderam analisar e tirar suas próprias conclusões sobre os diferentes tipos de espaçamentos, forração, adubação, controle de praga e cobertura usados nos experimentos. A colheita de exemplares, limpeza e pesagem completaram a experiência prática. Todos os dados, assim como a avaliação dos participantes, serão usados na pesquisa coordenada pela professora Cristina Duda, do curso de Agroecologia.


Conforme a professora, a nova hortaliça é viável tanto para o plantio quanto para a comercialização. "Canoinhas e o Planalto Norte têm condições climáticas favoráveis para o plantio devido às temperaturas amenas. Mesmo no frio, ela pode ser cultivada desde que usadas coberturas adequadas", explica. Outras vantagens são o ciclo curto, com colheita entre 25 e 45 dias após o transplantio de mudas, e o baixo custo de produção: as sementes para plantio de cerca de 2.500 pés de pak choi custam em torno de R$ 15 reais.


A pesquisa com pak choi realizada pelo IFSC é inédita em Santa Catarina, onde também não há ainda nenhuma produção comercial. O pioneirismo do Câmpus Canoinhas é confirmado pelo representante da distribuidora de sementes para o Sul do Brasil, Douglas Scheeren, que participou do Dia de Campo. "A organização está de parabéns pela iniciativa. O evento foi muito bom. Nota 10", elogia Scheeren, que lembra que Santa Catarina tem um problema sério com a monocultura. "Eu vejo que o caminho da agricultura é a diversificação", afirma.


Diversificação também é a palavra-chave para o engenheiro agrônomo Cinézio Lepchaski, da prefeitura de Major Vieira. Há seis anos, a Secretaria de Agricultura do município vizinho, implantou um projeto de produção e distribuição de mudas de hortaliças para os produtores locais. Durante este período, aumentou a procura por mudas de espécies diferentes. "Apostamos na diversificação. E o pak choi tem potencial para a região, porque é resistente às pragas e se adaptou bem ao nosso clima. Agora, é preciso incentivar a comercialização", comenta.


Da pesquisa para a horta


A hortaliça de origem asiática atraiu a atenção da agricultora Aparecida de Fátima Schinda, do município paranaense de Antônio Olinto. Ela e o marido plantam verduras orgânicas para comercialização na feira do município vizinho de São Mateus do Sul. "Não conhecia a cultura, mas achei muito interessante", afirma Aparecida, que levou mudas e sementes para testar em sua propriedade, onde já planta couve-flor, brócolis, alface, batata-doce e mandioca. "Quanto mais culturas a gente conseguir plantar, melhor."


Ela destaca ainda a importância das pesquisas incentivarem a agroecologia. "Trabalhar com orgânicos é muito difícil, mas compensa porque a gente está cuidando da nossa saúde e da saúde do povo". Por ser ainda desconhecido, Aparecida acredita que as pessoas podem se interessar pelo pak choi justamente pela forma de cultivo. "As pessoas dão mais crédito, valorizam mais os produtos orgânicos."


A alimentação saudável também é o objetivo da professora aposentada Maria Cristina Alves Vachtel, de Canoinhas, que se inscreveu no dia de campo para conhecer a nova cultura. Mesmo morando na cidade, ela faz questão de plantar suas próprias verduras. Sua "hortinha" de couve, rúcula, alface, azedinha, nabo branco, rabanete e cenoura vai ganhar companhia. "Vou experimentar plantar o pak choi. A gente precisa investir numa alimentação mais saudável."


Da horta para a mesa


Aprovado no cultivo, o pak choi também foi aprovado no teste mais exigente, a degustação. Como encerramento do dia de campo, os participantes foram convidados a provar e avaliar a hortaliça preparada em cinco pratos diferentes: salada crua, salada ao vapor com molho oriental, suflê, quiche e rocambole. Os itens avaliados foram aparência, aroma, sabor e textura. As avaliações ainda não foram contabilizadas, mas as repetições e elogios provam que, apesar do nome diferente, o pak choi já ganhou a simpatia do paladar brasileiro.


Conforme a professora do curso de Alimentos, Evelise Zerger, o pak choi tem um sabor muito suave e folhas tenras, o que torna seu uso muito versátil, seja em saladas cruas, refogados ou pratos salgados, como bolos, tortas, molhos e sopas, por exemplo. "A ideia é essa: mostrar que o pak choi pode ser preparado de diferentes formas, seja substituindo hortaliças tradicionais ou como adaptação de pratos da culinária asiática."


Quer conhecer mais sobre o pak choi?
Clique aqui para conferir a ficha agroecológica.
Clique aqui para conferir as receitas apresentadas para degustação.


Por Liane Dani | Jornalista IFSC

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