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Projeto do IFSC lança documentário sobre a vida de imigrantes haitianos

CÂMPUS GASPAR Data de Publicação: 04 jul 2017 21:00 Data de Atualização: 06 fev 2018 15:32


A maior parte dos imigrantes haitianos que chegam ao Brasil são homens, em sua maioria na faixa entre 20 e 34 anos, e com curso superior. No Brasil, muitos não conseguem validar seus diplomas e encontram dificuldades em se colocar no mercado de trabalho. Os dados são apresentados no documentário “Realidades reveladas: imigrantes haitianos no Brasil”, dirigido pela professora de Sociologia do Câmpus Gaspar Giane de Carvalho e produzido pelo aluno João Marcos Machado, do técnico integrado em Química, a partir de um projeto de extensão aprovado pelo edital Aproex 01/2016.

No documentário, a professora faz um levantamento histórico sobre o Haiti, um dos primeiros países da América a se tornar independente, das ações de paz do Brasil no Haiti, da necessidade de reconstruir o país e da vinda dos imigrantes. “Nós procuramos mostrar a realidade deles, entender quais os motivos que o levaram a vir para o Brasil e em que condições. Trabalhamos questões como preconceito, discriminação e precarização das relações de trabalho.”

A maior parte dos entrevistados são alunos do curso FIC de língua portuguesa para estrangeiros, ofertado pelo Câmpus Gaspar. “Levamos pouco mais de um mês para fazer as entrevistas e tínhamos muito material. Para que o documentário tivesse cerca de 30 minutos procuramos enfocar em temas como exploração do trabalho e desemprego”, explica João Marcos Machado, que foi bolsista do projeto.

Além das entrevistas com os imigrantes, foram ouvidos pesquisadores e profissionais que atuam em serviços de atendimento aos imigrantes. No documentário, o doutor em demografia Luís Felipe Magalhães, membro do Instituto de Estudos Latino-americanos (IELA), fala da dupla contradição de um país que precisa se reconstruir depois do terremoto de 2010, que matou mais de 300 mil pessoas, e que por isso precisava de um grande contingente com alta qualificação profissional, mas que vê parte dessa população emigrar para trabalhar em condições precárias em outros países.


A professora de Português do Câmpus Gaspar Rita de Cássia Cordeiro, que dá aula para o curso FIC de língua estrangeira, também é uma das entrevistadas. Ela fala da dificuldade que muitos encontram por não falar o Português e de como isso os afeta, principalmente, quando vão assinar algum contrato de trabalho. Soma-se a isso a burocracia para validar seus diplomas. “Há um acordo entre os países do Mercosul em que não é preciso fazer tradução juramentada para ter um diploma reconhecido, por que não estender esse acordo também para os imigrantes do Haiti? Uma tradução juramentada custa em torno de R$ 400,00.”

Além de sensibilizar os envolvidos no projeto, a professora Giane de Carvalho conta que os demais alunos do Câmpus se envolveram com a pesquisa. “Enquanto nós estávamos produzindo o documentário, muitos alunos nos perguntavam sobre as dificuldades que os imigrantes estavam passando. Os alunos formandos dos cursos técnicos integrados se sensibilizaram tanto pelas condições de vida deles que resolveram organizar um mutirão para recolher donativos e alimentos não perecíveis. Nós conseguimos muitos materiais e alimentos.”

Participaram também da pesquisa atuando como voluntários, os alunos Camnile Chiodini, Júlia Pitta, Letícia Machado e Matheus Reinert.

O documentário já foi exibido no Câmpus Gaspar e a intenção dos produtores é levá-lo para outras escolas e inscrevê-lo em concursos. O material está disponível no YouTube e para acessá-lo.

Por Beatrice Gonçalves / Jornalismo IFSC

 

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