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Câmpus forma primeira turma de contação de histórias

CÂMPUS TUBARÃO Data de Publicação: 27 nov 2017 22:00 Data de Atualização: 06 fev 2018 15:39


Professora de Português e Inglês em Tubarão, Sarah Bitencourt sentia a necessidade de encontrar novas formas para trabalhar a literatura com seus alunos. Inquietação que aumentou este ano, ao dar aulas no Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja).

“Quando dei aula de literatura para o Ensino Médio do Ceja, senti a necessidade de apresentar as aulas de uma forma diferenciada, para além do texto escrito. Nossos alunos têm dificuldade no contato com o livro físico. Em geral, estão perdendo o hábito da leitura”, afirma Sarah.

A oportunidade de testar novas metodologias surgiu com o projeto “Literatura brasileira contemporânea e a arte de contar histórias”, uma ação de extensão do Câmpus Tubarão do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) executada entre maio e outubro deste ano. Com 25 inscritos, a maioria professoras, o curso rendeu algumas ideias que Sarah pretende executar. “Pretendo levar a literatura para a sala de aula com a maior frequência possível, de uma forma lúdica e que chame atenção”, diz Sarah, que ao lado da colega Aline Silva, também professora de Português, apresentou uma adaptação de “A Cartomante”, de Machado de Assis, como “trabalho de conclusão” do curso.

Realizado pela primeira vez, o projeto nasceu de uma parceria entre o IFSC Câmpus Tubarão e o Museu Ferroviário de Tubarão, órgão mantido pela Sociedade dos Amigos da Locomotiva a Vapor (Salv). As aulas ficaram por conta da museóloga e contadora de histórias Silvana Silva de Souza que não ensinou apenas as técnicas, mas trabalhou questões sobre teoria literária e história da contação de histórias.

“A proposta do curso era formar novos contadores de histórias. Quando os alunos tiveram contato com tudo isso, a história, as técnicas, a literatura, a teoria, eles se surpreenderam com a quantidade e profundidade das questões trabalhadas, tanto que já querem um segundo módulo do curso”, festeja Silvana.

 

 

Um dos objetivos do projeto era estimular o gosto pela leitura e a formação de contadores de histórias que pudessem atuar nas escolas de Tubarão. Mas a turma não era formada apenas por professoras. Atriz e modelo, Joice Baricalla procurou o curso para poder aplicar em sua profissão as técnicas da contação de histórias. “Em cursos de teatro que já fiz não tive nada parecido. O curso teve uma parte teórica muito boa. Contar histórias é um ofício e uma arte. Já tenho utilizado técnicas de contação de histórias em meu trabalho”, conta Joice.

Coordenadora do projeto, a bibliotecária do Câmpus Tubarão, Maria Regina Andreatto, conta que o curso teve mais de 50 inscritos, evidência de uma grande demanda na região por formação em contação de histórias. “É um recurso muito importante para incentivar e instigar o hábito da leitura e o gosto pelas histórias. Permite também a mediação da leitura em sala de aula, bibliotecas e entre outros espaços culturais”, afirma.


O curso teve 12 encontros no total. A intenção é dar continuidade ao projeto em 2018, em função da avaliação positiva sobre a primeira edição. “O curso oportunizou a formação de contadores de histórias na região e isso contribui para o desenvolvimento cultural da região, pois estes alunos estarão fortalecendo a arte de contar histórias”, afirma Regina. Além das professoras da região, um dos alunos foi o folclorista José Marcondes, conhecido como Zé do Boi, por seu trabalho de preservação da cultura do Boi de Mamão. “Com o curso, ele aprimorou sua habilidade para contar a história do Boi de Mamão”, diz a bibliotecária.

Para a professora Silvana, a contação de histórias tem potencial de disseminar o hábito da leitura e pode ser uma importante ferramenta na educação. “O contador de histórias trabalha diretamente com a literatura, por isso não há como dissociar o seu trabalho do estímulo à leitura. O contador de histórias provoca o ouvinte a procurar o livro para ler depois”, destaca.



Por Jornalismo IFSC | Câmpus Tubarão

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