O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

Notícia Aberta

Aplicações Aninhadas

Publicador de Conteúdos e Mídias

Projeto Mexendo a Cuca é avaliado como experiência bem-sucedida pelo Ministério da Saúde

CÂMPUS JOINVILLE Data de Publicação: 18 abr 2018 12:49 Data de Atualização: 19 abr 2018 08:38

É de Joinville um dos 31 projetos finalistas do Laboratório de Inovações em Educação na Saúde, iniciativa do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde com o objetivo de identificar, valorizar e dar visibilidade às experiências inovadoras no âmbito da educação permanente em saúde. Como parte da avaliação final, uma equipe do Ministério da Saúde veio conhecer na prática, na semana passada, o projeto “Oficina de Integração Mexendo a Cuca: Saúde Mental, Gastronomia, Matemática e Cidadania”, desenvolvido pelo técnico-administrativo do IFSC, Raphael Henrique Travia.

Nos dias 9 e 10, as avaliadoras Fátima Meirelles Pereira Gomes e Manuelle Maria Marques Matias visitaram o Câmpus Joinville, onde Raphael trabalha atualmente, e a unidade do Serviço Organizado de Inclusão Social (Sois) em que o projeto foi executado. A partir das visitas, a comissão vai selecionar quinze práticas que serão sistematizadas e divulgadas pelo Laboratório de Inovações. A previsão é de que o resultado seja divulgado no dia 22 de maio.

Na primeira etapa do Laboratório, Raphael, que é gestor hospitalar formado pelo Câmpus Joinville, concorreu com trabalhos de todo país. Dos 251 projetos inscritos, 45 foram selecionados para um seminário de apresentação de experiências exitosas, de 6 a 8 de março, em Brasília, onde foram selecionadas as 31 práticas a serem visitadas.

“É uma sensação de vitória, não só por representar o IFSC, mas também por representar Joinville. E é bom ver que, apesar da política de saúde mental estar ameaçada, ainda existe investimento em ações de cidadania e não só em leitos psiquiátricos”, enfatiza Raphael, que desenvolveu o projeto como trabalho de conclusão de curso de especialização em Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade EJA (Proeja), ofertado no Câmpus Canoinhas, onde trabalhava na época, pelo Centro de Referência em Formação e EaD (Cerfead) do IFSC. O projeto de intervenção foi orientado pela professora Marizete Bortolanza Spessatto.

No Câmpus Joinville, as avaliadoras conheceram tanto os laboratórios de Enfermagem quanto os de Mecânica e Eletroeletrônica, além dos projetos de extensão desenvolvidos na área de educação em saúde. Dentro desta linha de integração de tecnologias, o diretor do Câmpus, Valter Vander de Oliveira, destacou também a articulação que o IFSC tem com as demais universidades e instituições de ensino de nível técnico, o que pode garantir a ampliação do trabalho conjunto e da atuação na comunidade.

Mexendo a cuca

Quando planejou a “Oficina de Integração Mexendo a Cuca: Saúde Mental, Gastronomia, Matemática e Cidadania”, Raphael levou em conta uma dúvida bastante ampla: será que as políticas públicas de saúde e educação atuais são suficientes para promover a inclusão de indivíduos que convivem com o sofrimento psíquico? Ao usar os conceitos da Educação Matemática Crítica para preparar as atividades, ele quis trabalhar a matemática para o cotidiano, que casa com atividades práticas da terapia ocupacional. “As aulas têm um significado maior quando os alunos veem que conseguem fazer”, destaca.

O pesquisador trabalhou em parceria com a professora Nadia Nair da Costa Peres e terapeutas ocupacionais do Sois com uma turma de alfabetização de educação de jovens e adultos (EJA), durante quatro semanas do mês de março de 2015. O projeto foi dividido em seis fases: seleção de uma receita culinária, redação da receita, confecção de lista de compras, visita ao supermercado para compra dos ingredientes, preparo das receitas e partilha dos pratos. Conforme Raphael, em todas as etapas do processo, os integrantes da turma foram estimulados a pensar sobre o uso racional dos recursos financeiros e a buscar sua autonomia, superando a condição de “doente”.

“Das lições aprendidas no Laboratório de Inovações, percebi de forma muito clara que a minha experiência traz a inovação ao desenvolver a autonomia das pessoas em sofrimento psíquico, buscando estratégias para elevar sua escolaridade, uma vez que o sujeito alfabetizado pode ler e entender sua receita, fugindo da dependência de se guiar apenas por esquemas de cores e figuras”, justifica.

Laboratório de Inovações

O Laboratório de Inovações é uma iniciativa do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e do Departamento de Gestão da Educação na Saúde (Deges), com o objetivo de fortalecer a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e dar visibilidade a experiências bem-sucedidas, inclusive aquelas de tipo experimental ou piloto que aportam elementos de inovação neste campo. 

Conforme as avaliadoras Fátima Meirelles e Manuelle Matias, que são graduadas em Enfermagem, as visitas são importantes para conhecer o que cada experiência tem de bom e como pode ser fortalecida e replicada dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).

Dentre as qualidades do projeto Mexendo a Cuca, Manuelle Matias, que é doutoranda em Saúde Coletiva do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), destaca como diferenciais a sustentabilidade das ações, a possibilidade de continuidade e a articulação entre as instituições envolvidas.

A avaliadora Fátima Meirelles, que é doutora em Saúde Coletiva pela UERJ, reforça que o aspecto de inovação está na mudança de práticas do cotidiano e não só no uso de novos equipamentos, por exemplo.

CÂMPUS JOINVILLE EXTENSÃO

Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência. Leia Mais.