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Aluna do Design de Produto é selecionada para etapa internacional da competição da Huawei

ENSINO Data de Publicação: 07 out 2022 11:00 Data de Atualização: 07 out 2022 11:20

E o Câmpus Florianópolis mais uma vez se destaca  em competições internacionais. O destaque da vez é a aluna da 7ª fase do curso superior de Tecnologia em Design de Produto, Bruna Lyse Ferreira Moura, selecionada para a etapa internacional da competição Seeds for the Future, programa da Huawei, líder global em soluções de tecnologia da informação e comunicação.  A iniciativa, que acontece desde 2008, tem o objetivo de fomentar a inovação entre jovens, treinar os líderes do futuro para um modo de pensar mais sustentável e também criar soluções práticas para os grandes problemas do nosso tempo. Este ano, mais de 600 pessoas se inscreveram para o projeto no Brasil e somente 100 foram selecionadas para participar do desafio. 

Dentre essas 100, estava a Bruna, indicada pelo professor Aurélio da Costa Sabino Netto. Bruna integra o grupo D, o New Tomorrow, que venceu a competição nacional com o aplicativo Listen the sign. Agora a equipe representará o Brasil na competição internacional que ocorrerá no início de 2023. A formação da equipe foi feita pela equipe do Seeds for the future Brasil.

O Listen the sign visa integrar pessoas com baixa ou nenhuma audição no mercado de trabalho porque somente 30% das pessoas surdas possui curso superior e desses 30%, somente 7% possuem um emprego formal. “O principal objetivo do nosso produto é incluir pessoas surdas no mercado de trabalho e facilitar o desenvolvimento de suas carreiras”, justifica Bruna.

Ela explica que o produto idealizado é um aplicativo que utiliza inteligência artificial para traduzir simultaneamente de Libras para Português e de Português para Libras, ajudando a construir uma comunicação fluida entre pessoas surdas e ouvintes, de modo que possam cooperar e trabalhar em conjunto. “Nosso briefing era desenvolver um projeto que resolvesse alguma mazela social ou ambiental e contemplasse ao menos um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável. O New Tomorrow selecionou como problema central a dificuldade que as pessoas surdas têm de serem incluídas no mercado de trabalho. Quando são, encontram bloqueios no que tange à continuidade de seu desenvolvimento dentro da empresa, não conseguem desenvolver um plano de carreira”, relata a estudante. 

Ela destaca dentre os benefícios do produto o respeito ao direito de utilizar a Libras, que é a primeira língua do público-alvo. “Também é uma ferramenta necessária para serem incluídas no mercado de trabalho com condições mais igualitárias. Imaginemos, por exemplo, uma reunião de brainstorm. Todas as pessoas estão gerando ideias e conversando. A pessoa surda não consegue acompanhar. Não entende nada. Recebe um relatório ao final da reunião com um resumo das ideias de seus colegas e lhe pedem que digite sua contribuição e envie por e-mail. Será que essa pessoa tem a mesma chance de conseguir uma promoção do que seu colega ouvinte que consegue participar ativamente?”, questiona. 

Bruna adverte que algumas inteligências artificiais existentes traduzem textos para Libras, e Libras para texto. “Porém com um mercado de trabalho cada vez mais voltado a metodologias ágeis, não há tempo para se digitar tudo. Precisamos de uma ferramenta específica que torne o diálogo fluido. A inclusão dessas pessoas favorece seu bem-estar pessoal e a situação financeira de sua família, que pode ter melhores condições de vida”, argumenta ela, que ainda expõe os benefícios para as empresas: “é uma chance de ter um ambiente mais plural, situação que favorece a geração de ideias inovadoras e consequentemente o lucro. Além disso, cada vez mais as pessoas estão se distanciando de marcas que não têm ética social e, com certeza, traria um impacto positivo para a reputação das empresas”.

Para o desenvolvimento do Listen the sign foram utilizados conhecimentos de Design, Tecnologia da Informação e Comunicação e empreendedorismo. “Cada uma das pessoas do grupo New Tomorrow contribuiu com seus conhecimentos. Habilidade de pesquisa e síntese foram essenciais. Nós tivemos algumas sessões de mentoria. Uma de nossas mentoras que contribuiu muito para a nossa ideia foi Anabelle Lou, que trabalha com transformação e inovações de impacto e sustentabilidade na Huawei”, ressalta a selecionada. 

Experiência e mais aprendizados

Para a aluna de Design de Produto, a importância em participar de iniciativas como essa está no treino intensivo das soft e hard skills. “Nesses oito dias nós entramos em contato com alguns dos melhores profissionais do mundo em suas áreas; conhecemos um pouco sobre culturas de outros países; exercitamos o uso da língua inglesa, trabalhamos em equipe com prazos apertados e uma exigência elevada além de termos o foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e desenvolvimento de habilidade de liderança”, conta ela.

Bruna diz que essa experiência está sendo um reforço da prática projetual, pesquisa e da cocriação: “Vários conhecimentos aprendidos ao longo do curso de Design foram aplicados na prática. De forma geral, houve uma ampliação considerável da minha rede profissional, ganhamos visibilidade. Pessoalmente, também houve benefícios porque conheci pessoas muito construtivas com quem espero manter relações frutíferas e o reconhecimento pelo nosso esforço é ótimo também”. 

Sobre a fase internacional, a estudante revela que usarão o tempo até a prova final para aprofundar o modelo de negócios, as pesquisas e a interface do aplicativo: “nossa expectativa é estarmos preparadas e preparados. Sabemos que vamos competir com os melhores projetos de cada país e será uma disputa acirradíssima. Vamos trabalhar para termos um bom desempenho”.

A estudante ainda revela que se o grupo conseguir o financiamento necessário, o grupo deseja implementar o projeto ou vendê-la para alguma empresa que deseje executá-lo. “Nosso modelo de negócios é um modelo B2B, ou seja, pretendemos vender o produto para empresas e não para pessoas físicas. Nesse caso, as empresas pagariam um preço justo para utilizarem o benefício e a pessoa surda não teria que realizar nenhum investimento. As empresas poderão cadastrar as contas de seus colaboradores e assim fomentar sua atmosfera de inovação”, explica Bruna.

Integram a equipe D, New Tomorrow, além de Bruna: Carolina Soares Moreira,  Uninassau; Emily Xavier Gurjão, UFCG; Esther Saraiva Chaves Barros, IFCE; Gabriel de Moura Machado, Escola Politécnica da USP; Jacyrecê Silva Oliveira, IFTO; Johnatan Ezequiel Santos da Silva, Cruzeiro Do Sul; Letícia de Lima Rohod, Uniceub; Letícia Silva de Oliveira Corrêa, UFRJ/UERJ; e Mylena Angélica Silva Farias, UNB.

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