O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

Notícia Aberta

Aplicações Aninhadas

Publicador de Conteúdos e Mídias

Empatia e conhecimento vencem desafio de oportunizar acessibilidade no ato de comer

PESQUISA Data de Publicação: 20 mai 2022 10:54 Data de Atualização: 02 jun 2022 19:32

Empatia, conhecimento, experiência foram alguns dos sentimentos vividos pela Bruna Lyse Ferreira Moura, Jéssica Lomar Possidônio, Kelven de Souza Carvalho, Kisa Teresa Taho, Manoela Weimer Aguiar e Maria Caroline Ferraz Golin, alunos do Projeto Integrador do módulo II do curso Superior de Tecnologia em Design de Produto para desenvolver a tábua Tambyá. A proposta recebida da Unidade Curricular era projetar um artefato que contribuísse para a acessibilidade no ato de comer.

Tambya é uma tábua para cozinha adaptada para ser utilizada com apenas uma das mãos, adotando um conceito de design universal que contempla desde pessoas com perda motora, mobilidade reduzida momentânea, até aquelas com apenas um braço e que se estende ao público sem essas condições. A tábua possui característica modular, o que lhe permite oferecer diversas funcionalidades num produto compacto.Ela proporciona maior autonomia para essas pessoas, ao mesmo tempo que busca ser financeiramente acessível para todos.

O grupo conta que, depois de uma sessão de brainstorm (ideias), e “contra todos os conselhos - já que ainda não tínhamos bagagem suficiente para mergulhar num projeto tão complexo - escolhemos como nosso público-alvo pessoas com uma mão. O momento de empatia, de se colocar no lugar do outro, foi extremamente necessário para o desenvolvimento deste projeto, pois conseguimos entender não somente as dificuldades na ação de se alimentar, mas seus sentimentos diante de diversas situações de seus cotidianos. A acessibilidade vai muito além do ato de comer, desde a preparação até a limpeza dos utensílios utilizados”, relatam os estudantes que também realizaram um laboratório onde, durante um dia inteiro, com uma corda, ficaram impossibilitados de utilizar uma das mãos, para compreender as maiores dificuldades dessas pessoas em diferentes momentos do seu dia-a-dia.

Além dessa “empatia” prática, o grupo de alunos precisou compreender questões legais sobre pesquisas com seres humanos e ergonomia, disciplinas que serão estudadas futuramente no curso. Também analisaram estudos referentes às necessidades e traumas que esse público diferenciado apresenta em relação a atividades cotidianas e ao ato de comer. “As pesquisas visaram avaliar não somente questões físicas, mas quais emoções estas pessoas sentiam diante de sua deficiência e como isso interferia em suas vidas”, destacam.

Modelo

O modelo final (640x320mm) foi projetado para ser fabricado em polipropileno e metal. Deve ser usado sobre a pia, visando facilitar a higienização de alimentos. Um dos lados é fixo. ele deve ser apoiado sobre um dos lados da cuba. A outra extremidade é ajustável para se adequar às cubas de diversos tamanhos e ser fácil de ajustar com apenas uma mão. “Ele possui um ralador e um espremedor de frutas: um suporte no lado esquerdo para que seja possível deixar alimentos apoiados sobre ele enquanto prepara a refeição”, observam.

Segundo os autores do projeto, eles apresentaram o resultado do trabalho (objeto) a todas as pessoas entrevistadas. “Compartilharam felicidade ao visualizar o protótipo e desejo de possuí-lo. Uma das questões que chamou a atenção dos entrevistados, foi o fato do objeto não ter características hospitalares pois pensamos em seu design e cores, justamente para se diferenciar de outros produtos de design assistivo”, explicam os alunos que conversam sobre o futuro do projeto, como o possível processo de patente.

Mais que aprendizado científico

O grupo salienta a convivência com o público-alvo do projeto: “uma frase que nos marcou muito por ser repetida de formas diferentes pelas pessoas entrevistadas foi  ‘Eu tive que me adaptar ao mundo, mas o mundo é que deveria ter se adaptado a mim’. Isso nos fez perceber como o design de produto e o conceito de design universal pode ter um impacto positivo na sociedade e na vida de diversas parcelas da população que precisam de ferramentas especiais. O bom design não projeta apenas produtos. Mas experiências marcantes. A nossa vontade de usar o poder do design para transformar realidades sempre será maior. Seguimos construindo um mundo melhor, um design de cada vez”.

PESQUISA NEWS

Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência. Leia Mais.