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Atuação de Polo de Inovação Embrapii cumpre metas, e iniciativas seguem a mesma direção nos câmpus

INOVAÇÃO Data de Publicação: 24 jan 2019 12:10 Data de Atualização: 27 ago 2019 14:47

Santa Catarina há tempo constitui-se em um dos principais polos tecnológicos do país, tanto pelo pioneirismo de inúmeras empresas quanto pelas tecnologias desenvolvidas. Atualmente, o estado concentra 13 polos de inovação. Desses, o IFSC, através da atuação de seus câmpus, participa e está representado em oito: Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joinville, Lages e Tubarão - os outros cinco polos são Blumenau, Brusque, Joaçaba, Rio do Sul e São Bento do Sul. E nesse ecossistema de inovação devem ser estimuladas atividades como espaços de trabalho compartilhado, incubação e aceleração de startups, atração de recursos, seja de empresas âncora e/ou de investidores, incentivo à pesquisa e novas tecnologias.

E não é diferente com o Polo de Inovação IFSC Embrapii, com instalações no Câmpus Florianópolis, que no primeiro ano de credenciamento junto à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) articulou atuação em três projetos relacionados a sistemas de energia, setor referência do Instituto. Esse número de iniciativas era a meta estabelecida pela Empresa Brasileira para que o Polo do IFSC seguisse credenciada a ela.

Atuação

Seguindo o perfil do IFSC de adaptar o ensino às necessidades da região, o Câmpus Florianópolis investe em inovação, desde o ano 2000, e acompanha a transformação da cidade e da região em polo tecnológico reconhecido nacionalmente – a Região Metropolitana é berço de startups que promovem, diariamente, inovações tecnológicas, sociais e culturais.

Internamente, foi criado em 2017 o Núcleo de Empreendedorismo, formado por alunos e servidores, que se destacam em iniciativas como os concursos Sebrae de Iniciativas Empreendedoras, Desafio IFSC de Ideias Inovadoras, além de edital específico para fomento de ideias e empresas juniores, escritório de projetos, ambientes inovadores, projetos de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com potencial de negócios.

Já com atuação externa, o IFSC é Polo de Inovação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), na área de sistemas inteligentes de energia. A conquista deu-se pela participação em uma chamada pública específica para os Institutos Federais (IFs), lançada pela Embrapii, em 2017. Dos 35 IFs concorrentes, nove foram selecionados e o IFSC ficou em 1º lugar.

Meta batida

Para se manter com o apoio e o credenciamento junto à Empresa Brasileira, o Polo de Inovação do IFSC Embrapii tinha a meta de, num prazo de um ano, “fechar” três projetos na unidade. A meta está batida com a assinatura do convênio entre o Instituto Federal com a Waz Engenharia e Construções Ltda para o desenvolvimento do “Business Intelligence” aplicado ao agrupamento de múltiplas unidades de geração fotovoltaica, distribuída. O documento, apresentado pelo coordenador do Polo de Inovação do IFSC Embrapii, Rubipiara Cavalcante Fernandes, foi apreciado pela reitora Maria Clara Kaschny Schneider nesta quinta-feira (24).

As outras duas iniciativas que estão sendo desenvolvidas com o apoio do Polo são com a empresa Lug Pesquisa e Desenvolvimento Ltda, para trabalhar com pacotes inteligentes modulares de células de íons de Lítio para sistemas de armazenamento de energia; e com a Gyth Desenvolvimento de Sistemas Ltda (Byond), para atuar com a interface inteligente para previsão de falhas em motores elétricos em ambientes industriais através da análise de vibrações no domínio de tempo e de frequência.

O credenciamento viabiliza o recebimento de recursos financeiros para a prospecção e execução de projetos em parceria com empresas na área de sistemas de energia, ratificando assim a interação entre as cadeias produtivas da indústria com a pesquisa, desenvolvimento e inovação, e o apoio à formação profissional dos setores de base tecnológica. O envolvimento de alunos de todos os níveis com o projeto é uma das condições da Empresa Brasileira para o financiamento das iniciativas.

O Polo IFSC Embrapii está focado no desenvolvimento de sistemas informatizados para gerenciamento de mercados de energia elétrica; eficiência energética e redes elétricas inteligentes - desenvolvimento de dispositivos para processamento de energia elétrica; e fontes renováveis de energia. São 15 laboratórios do Instituto credenciados, além da atuação de 35 pesquisadores que atuam nas áreas de Mecatrônica, Elétrica, Eletrônica e Mecânica.

Dentre as tecnologias desenvolvidas no Polo estão o desenvolvimento de sistemas informatizados para o planejamento, comercialização e otimização do mercado de energia; desenvolvimento de sistema de alto desempenho para monitoramento de grupos geradores de energia elétrica; otimização de desempenho de sistemas de geração eólica; desenvolvimento de sistemas especialistas para apoio a operadores de usinas de geração de energia elétrica; e desenvolvimento de software para modelagem e predição de geração de energia elétrica em parques eólicos, dentre outros.

Incentivo no Oeste

O Câmpus Chapecó também tem atuado na área da inovação, seja com incentivo à participação em eventos ligados à tecnologia, ou com inscrição de projetos em editais, como o que gerou o Glossário de Libras online. “Nosso principal incentivo é a inovação focada em pesquisas que promovam o desenvolvimento e bem estar social”, destaca a diretora-geral do Câmpus Chapecó, Ilca Ghiggi. Na mesma linha, o coordenador de Pesquisa e Inovação, Maro Jinbo, ressalta que o IFSC está direcionando as produções voltadas para a pesquisa aplicada. “Aquela cuja demanda provem da comunidade onde o câmpus está inserido”, ressalta ele.

Os editais externos também são visados por professores e alunos, especialmente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).

Um dos principais exemplos do câmpus na área de inovação nasceu justamente de um edital da Fapesc, que promoveu o concurso Sinapse da Inovação. Um grupo de alunos e um professor de Engenharia de Controle e Automação desenvolveram um sistema de abastecimento de energia elétrica em casos de blackout nas propriedades rurais. A ideia foi colocada em prática em 2016, e hoje o grupo de estudantes é só orgulho com a implantação da empresa Domuss Tecnologia, que atende demandas tecnológicas dos setores de automação industrial e geração de energia.

Um dos proprietários da empresa e agora ex-aluno do Câmpus Chapecó, Lucas Frizon, destaca que o curso de Engenharia agregou tanto conhecimento técnico e pessoal, que ele se sente capacitado para trabalhar com automação e energias renováveis. “A cada matéria, desenvolvíamos desafios cada vez mais complexos, com variáveis técnicas e pessoais", afirma.

O incentivo em inovação também fez com que dois produtos criados em laboratórios de pesquisa requeressem pedidos de patente: o parafuso de Arquimedes e rotor impulsionado tangencialmente por forças magnéticas. Também a parceria entre professores dos câmpus Chapecó e São Carlos com o poder público municipal e o Núcleo Empresarial Rota das Termas deram vida ao aplicativo para celular “Rota das Termas”, com o objetivo de divulgar as belezas turísticas de cinco municípios da região.

Um Norte

Com características semelhantes a Blumenau - conhecida como o Vale do Software - o polo tecnológico de Joinville se deve, em grande parte, à presença de indústrias na região, especialmente no segmento metal-mecânico e têxtil. Os empreendedores do setor tecnológico saíram, em boa parte, destas companhias. Atualmente, o município possui oferta de cursos técnicos e universitários para formação de profissionais, com empresas absorvendo-os para atuação. O Câmpus Joinville, além de atuar na área das engenharias e no Conselho Municipal de Inovação Tecnológica, faz parte do Programa Join.valle, que se caracteriza pelo desenvolvimento de empresas com aplicação de tecnologias, buscando aquelas que trabalham com setores ainda não existentes no município. Assim, segundo diretor do Câmpus, Valter Vander de Oliveira, a expectativa é alinhar esses novos eixos que serão desenvolvidos em Joinville com a formação dos estudantes do IFSC.


Da mesma forma, o Câmpus Itajaí é parceiro do poder executivo municipal e de empresas reunidas na InovAnfri.


Ainda na região mais Norte do estado, em Jaraguá do Sul, o IFSC participa desde o início de 2017 do comitê de implantação do Centro de Inovação no município. O prédio que receberá as empresas incubadas foi inaugurado neste ano, porém as regras de funcionamento ainda não foram definidas. “Atualmente fazemos parte do Conselho de Administração e estamos finalizando o documento que irá orientar o papel e a forma de interação do poder público, do setor empresarial e das incubadas naquele espaço”, destaca o professor do Câmpus Jaraguá do Sul-Rau e representante no Conselho, Gil Chagas.

A expectativa é de que, por meio da participação no Centro de Inovação, o IFSC esteja mais integrado aos setores produtivos locais e aos órgãos governamentais, para fins de acatar demandas. “A partir das necessidades, vamos oferecer cursos, assessorias, mentorias e outras formas de capacitação para as empresas. Além disso, o desenvolvimento de projetos de pesquisa e de extensão vinculados às demandas do Centro de Inovação também está previsto como meio para contribuir com as instituições participantes”, conta.
Para o professor, porém, uma das principais oportunidades é a possibilidade dos estudantes com projetos inovadores e empreendedorismo desenvolverem suas ideias. Ele comenta o panorama da inovação no município.

Serra e Sul

Em Lages, a relação do IFSC se dá através da participação do Câmpus Lages no Centro de Inovação, bem como no Órium Parque Tecnológico da Serra Catarinense. O diretor do Câmpus, Thiago Meneghel, apresenta as iniciativas do Instituto para fortalecimento desse setor.

Da mesma forma, o Câmpus Tubarão participa desde o começo do Comitê de Implantação do Centro de Inovação de Tubarão e tem um assento no Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (CMCTI), criado a partir da aprovação, em 2017, da Lei de Inovação de Tubarão.

A diretora-geral do Câmpus Tubarão, Consuelo Sielski, ressalta que a participação da instituição no Conselho abre um canal para que estudantes e servidores possam desenvolver projetos na área, além de consolidar a presença do IFSC no município.

“Podemos inserir nossos alunos e servidores nos projetos de ciência, tecnologia e inovação no Conselho. Tratamos também da nossa experiência como instituição de ensino, pesquisa, extensão e inovação, e ficando cada vez mais conhecidos. É muito importante estarmos participando porque nossos alunos e servidores têm diferencial para o desenvolvimento de boas ideias, produtos, e podemos dar essa contribuição. E é por meio delas que vamos nos desenvolver cada vez mais”, afirma.

Ainda que o Centro de Inovação não esteja finalizado, a rede de inovação de Tubarão, que reúne instituições de ensino, poder público e associações empresariais, já rendeu alguns frutos. Um deles é a realização da Startup Weekend, evento mundial de inovação que já teve duas edições.

A implantação do Centro de Inovação de Criciúma também tem a participação do IFSC. O Câmpus Criciúma participa do Comitê de Implantação e também do grupo gestor dos recursos para inovação do município, criado pela Lei Municipal de Inovação. A obra do Centro de Inovação ainda está na fase de projeto.

“O IFSC, como instituição de educação, ciência e tecnologia, na qual seus servidores e alunos trabalham com projetos de pesquisa, extensão e inovação, tem fundamental participação neste processo, uma vez que pode se aproximar mais dos arranjos produtivos locais e ter espaço onde alunos e servidores possam vir a desenvolver protótipos e resultados de seus projetos”, afirma Lucas Dominguini, diretor-geral do Câmpus Criciúma do IFSC.

Embrapii

Em nível nacional, a atuação da Empresa Brasileira já é de 600 projetos fechados com 430 empresas atendidas.

E para ampliar a competitividade da indústria nacional e promover a cooperação tecnológica e econômica entre Brasil e Israel, a Embrapii e a Autoridade de Inovação de Israel vão destinar 10 milhões de dólares a projetos inovadores realizados em conjunto por empresas com sede nos dois países. A chamada é voltada para projetos de desenvolvimento de novas tecnologias nas áreas de energia, IoT (Internet das Coisas), agricultura e ciências da vida. A proposta deve envolver ao menos uma empresa de cada país e resultar no desenvolvimento de um novo produto, novo processo produtivo ou serviço de aplicação industrial.

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