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Ainda haverá muito para se comemorar em 11 de fevereiro

PESQUISA Data de Publicação: 11 fev 2019 15:36 Data de Atualização: 11 fev 2019 15:53

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 11 de fevereiro é o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A data comemorada somente a partir de 2015 é a prova de que a pauta até então era esquecida, desprezada e aparentemente imutável.

O quadro atual já aponta mudanças, e meninas e mulheres são mais vistas em laboratórios de pesquisa, em ambientes tradicionais das engenharias, e em parques tecnológicos. Porém, ainda há preconceito e o número permanece desigual.

Conforme dados divulgados pela Unesco, apenas 28% dos pesquisadores do mundo são mulheres. As mulheres continuam sub-representadas nos campos da ciência, tecnologia, engenharia e matemáticas (STEM), tanto no âmbito da graduação quanto no das pesquisas.

A aluna de graduação em Processos Químicos do Câmpus Lages, Leandra Oliveira Xavier, representou o IFSC no Desafio de Projetos do ConectaIF 2018, que teve como tema “Meninas na Ciência”.  “Todo evento e projeto agrega sempre muito aprendizado por conta das diversas experiências, mas esse me deu um choque de realidade na falta de reconhecimento feminino nas ciências exatas”, desabafou Leandra.

Para a Unesco, quanto mais alto na escala dentro do sistema de pesquisa cientifica nota-se uma queda na participação feminina. O número de mulheres que foram reconhecidas como líderes por sociedades de alto prestígio ou por meio de premiação permanece baixo, apesar de algumas exceções de personalidades de expressão. A falta de reconhecimento das conquistas das mulheres contribui para o equívoco de que as mulheres não podem atuar na ciência ou, pelo menos, não tão bem como os homens.

Ao debater com demais gestoras em nível federal, estadual e municipal, a situação da Mulher no serviço público, em junho passado na Udesc, a  reitora Maria Clara Kaschny Schneider, graduada em Matemática e com mestrado e doutorado em Engenharia de Produção, abordou esse comportamento cultural e disse depender das mulheres desmanchar esses preconceitos e esse culturalismo.

Cálculos sim!

“Engenharia também é coisa de mulher” é uma dentre muitas frases estampadas em placas usadas pelas alunas do curso superior em Engenharia Mecânica do Câmpus Lages do IFSC. O câmpus apresenta o maior percentual de mulheres matriculadas no curso de Engenharia Mecânica no IFSC, além de ser maior que as médias estaduais e nacionais dos institutos federais, de acordo com dados da Plataforma Nilo Peçanha, que reúne estatísticas dos IFs de todo o País. Entretanto, o número de homens ainda é maior: enquanto as mulheres atingem 15,3% do total de alunos no curso em Lages, os homens chegam a 84,7% (94 homens e 17 mulheres).

Thainara Cabral é de São Luiz Gonzaga (RS) e veio para Lages estudar no curso técnico em Mecatrônica no IFSC. Ao se identificar com a área, decidiu seguir cursando o superior em Engenharia Mecânica. No entanto, conta que o preconceito sempre acaba existindo. “A gente sempre tem que ficar provando algo, mostrar que entendemos do assunto e que conseguimos e merecemos um espaço tanto quanto os homens”, diz. A aluna também faz parte do Projeto Leão Baja e é a única mulher que está na equipe responsável pela telemetria do veículo.

Números

Segundo o relatório Gender in the Global Research Landscape, lançado pela Elsevier em 2017, a proporção de mulheres que publicam artigos científicos –principal forma de avaliação na carreira acadêmica– cresceu 11% no Brasil nos últimos 20 anos, atingindo quase o mesmo índice que os pesquisadores homens (49%). No entanto, apenas 5% dos pesquisadores reconhecidos pelo prêmio Nobel – o máximo reconhecimento de excelência na Ciência – são mulheres.

A quantidade de pesquisadoras, no entanto, muda de acordo com a área do conhecimento, segundo o relatório. Atualmente, elas dominam as publicações de Medicina no país: um em cada quatro estudos publicados tem uma cientista mulher como principal autora. 

A igualdade na distribuição de autoria dos trabalhos científicos observada no Brasil não se reflete, porém, nos cargos científicos de liderança, como reitores de universidades, chefes de departamentos e coordenadores de linhas de pesquisa, já que ainda são, em sua maioria, exercidos por homens.

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