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Pesquisa relaciona prazeres gastronômicos com lembranças da infância

PESQUISA Data de Publicação: 20 mai 2019 08:34 Data de Atualização: 20 mai 2019 08:38

Qual a sua melhor lembrança gastronômica? Quase todo mundo tem um prato favorito que remete a aquele gostinho de infância, é essa hipótese que inspirou o professor do curso Superior de Tecnologia em Gastronomia do Câmpus Florianópolis-Continente, Luciano Azambuja, em realizar a pesquisa Qual a sua melhor lembrança gastronômica? Memória Gustativa a partir de narrativas escritas por estudantes de História da Gastronomia.

Para realizar a pesquisa, o professor solicitou que 26 estudantes da disciplina de história da gastronomia narrassem suas melhores memórias gustativas a partir de um roteiro pré-definido. Mas afinal de contas, o que é uma memória gustativa? Segundo Luciano, estabelecer esse conceito era um dos objetivos da pesquisa. “Nas aulas nós sempre falamos sobre os conceitos de história, gastronomia, história da gastronomia e chegava na parte que eu pedia para os alunos tentarem conceituar memória gustativa. Então a ideia evoluiu para fazer um projeto de pesquisa e estabelecer esse conceito”, explicou.

A conclusão foi que memórias gustativas são as lembranças do prazer gastronômico provocado e evocado por comidas e bebidas experimentadas no passado, ao mesmo tempo em que são os prazeres gastronômicos provocados e evocados por comidas e bebidas experimentadas no presente que remetem a lembranças do passado. A memória gustativa recorrentemente está associada às memórias de infância e adolescência e às subjacentes relações familiares, afetivas e identitárias, geralmente vivenciadas em um espaço residencial privado. 

Durante o processo da pesquisa e a leitura das narrativas dos estudantes, Luciano percebeu que por mais simples ou inusitado que alguma comida ou bebida seja, são essas relações familiares, afetivas e identitárias que nos dão a sensação de prazer gastronômico. “Um dos estudantes relatou que seu prato favorito na infância era pão com miojo. O prazer gastronômico dele não está relacionado apenas ao sabor, mas sim com o contexto dos fins de semana que ele passava na casa da avó. Em tese, em restaurantes, festas, casamentos, você tem o melhor da comida, mas não é só isso. É tudo que envolve, o ambiente, a afetividade, o emocional envolvido. Claro, a comida tem que ser boa, mas essas memórias estão muito associadas ao ambiente e às emoções envolvidas, que é o que gera esse prazer gastronômico”, afirmou.

A relação entre passado, presente e futuro também é observada na pesquisa. Muitos estudantes relatam que esse prazer que tinham na infância ao beber ou comer algo, foi o que serviu de inspiração para que eles iniciassem o curso de gastronomia. Para o professor, essas memórias gustativas ainda podem servir de diferencial para os estudantes nesse mercado, buscando nessas memórias, um diferencial em seu estilo culinário.

A pesquisa foi publicada na primeira edição da Revista Íbero-Americana de Educação Histórica

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