ENSINO Data de Publicação: 08 mai 2020 12:24 Data de Atualização: 08 mai 2020 12:49
Duas estudantes do Câmpus Caçador perceberam, logo nos primeiros dias de distanciamento social, a dificuldade de manter o isolamento, os estudos e a sociabilização com os colegas. A angústia as fez entrar em contato com a professora Denise Jovê Cesar e propor a gravação de vídeos como uma forma de compartilhar este momento de dificuldade e superação. A atividade foi realizada na disciplina de Educação Física e envolveu os alunos dos primeiros anos dos cursos técnicos integrados em Administração, Informática e Plásticos.
A ideia dos vídeos surgiu a partir da conversa entre as alunas Paulina Aparecida Cícera da Silva e Larissa Menel, ambas de 15 anos e do primeiro ano do curso técnico integrado em Administração. “Tive a ideia de irmos às escolas, após a pandemia, contar nossa experiência nesse período, como está sendo para nós que somos do primeiro ano, e dar forças para outros estudantes não desistirem dos estudos”, conta Larissa.
Para Paulina, gravar o vídeo lhe trouxe um alívio. “Eu consegui desabafar, falar o que eu estava sentindo, falar pras pessoas se cuidarem que tudo isso vai passar”, relata. “Foi um ato de força para todos que estão passando por esse momento”, reforça Larissa.
Uma reunião on-line foi feita com os estudantes para explicar o conteúdo e a atividade do cuidar coletivamente, sem esquecer das individualidades, abordando temas como, por exemplo, autoestima, cuidados e higiene, saúde mental, atividade física em casa. “Sugeri que fizéssemos no conteúdo já previsto, onde estaria trabalhando as questões da educação física e a saúde, para que pudéssemos fazer uma rede de solidariedade e empatia com os próprios alunos do câmpus”, explica a professora Denise.
Os vídeos foram publicados na página do Facebook do Câmpus Caçador. Veja abaixo os vídeos das alunas Paulina e Larissa:
Ao ver o resultado, Denise ficou impressionada. “Além da criatividade, os alunos demonstraram seus conhecimentos por meio de pesquisas e, acima de tudo, foi possível perceber que eles trabalharam bem a expressão verbal e a corporal, muitos venceram a timidez, e principalmente, demonstraram valores tão importantes nos dias de hoje como a solidariedade, a empatia, o apoio mútuo”, ressalta.
Para a psicóloga do câmpus, Mariana Vidal, os relatos dos alunos nos vídeos sinalizam que, apesar da apreensão pelo momento, eles estão vivenciando o período de forma criativa, conciliando as demandas escolares com outras, como atividades domésticas e de trabalho. “Temos planejado ações que possibilitem mantermos presentes no dia a dia, afastando o sentimento de solidão e semeando a empatia e o acolhimento juntamente com as ações pedagógicas”, destaca. Duas vezes por semana, os estudantes têm a oportunidade de participar de rodas de conversa on-line com a psicóloga.
O distanciamento social fez Paulina valorizar ainda mais os pequenos momentos vividos em pouco tempo no IFSC, já que a aluna entrou na instituição em fevereiro. “O que mais sinto falta é dos alunos, dos professores, da escola... tenho saudade até da fila que enfrentávamos para esquentar a comida no microondas...São pequenas coisas que quando a gente está lá a gente não se dá conta, mas a gente sente falta”, afirma.
Em relação às atividades não presenciais, Larissa diz que está sendo uma superação pra ela. “Tenho dificuldade quanto a explicações e algumas atividades, mas estou conseguindo entender bem”, informa.
Apesar de não ir ao IFSC desde 16 de março, Paulina diz se sentir conectada com a instituição. “Sinto o IFSC muito próximo, porque esta proximidade é passada através dos professores, da psicóloga que faz webconferência, até porque o IFSC nunca vai estar longe da gente. Até quando a gente sair do IFSC, vai ser uma escola que vai ficar marcada na gente, porque é uma escola maravilhosa, é nossa família também eu sinto muitas saudades", finaliza a aluna.