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É possível aproveitar o verão de forma segura na pandemia?

IFSC VERIFICA Data de Publicação: 01 dez 2020 12:47 Data de Atualização: 17 fev 2021 14:44

O verão, tão esperado por aqueles que amam calor, festa e praia, neste ano terá que ser diferente. A pandemia de Covid-19 não está controlada, hospitais estão ficando lotados novamente e pessoas estão morrendo. Santa Catarina, por exemplo, está com recorde de casos ativos, com 13 regiões em estado gravíssimo e três em estado grave.

Mas depois de um ano tão difícil, é natural querer ir à praia ou se refrescar na piscina. Isso é possível, basta seguir as recomendações de sempre: distanciamento social, uso de máscara e higiene das mãos. Talvez você esteja se perguntando: e como fazer isso na areia da praia? Nós conversamos com três professoras do IFSC, das áreas de Enfermagem, Química e Têxtil, para trazer as orientações necessárias para as seguintes questões:

- Como aproveitar as férias de verão em segurança?
- Como se comportar na praia? E na piscina?
- O que levar e consumir nos passeios?

E como no verão as viroses são comuns, principalmente no litoral, e muitos sintomas são os mesmos da Covid-19, vamos abordar o seguinte:

- Se algum sintoma de virose aparecer, o que fazer? 

Com as temperaturas altas, também vamos voltar a falar das máscaras. Elas precisam ser utilizadas, mas vamos esclarecer:

- Que materiais e modelos são mais indicados para o verão?
- De quanto em quanto tempo devem ser trocadas? E se molhar? 

Diante do aumento de pessoas circulando principalmente no litoral, trazemos ainda algumas orientações para os estabelecimentos comerciais:

- Como garantir o distanciamento social?
- Qual orientação para ventilação e uso de ar-condicionado?

Seja responsável!

Antes de programar qualquer viagem ou passeio, lembre de se informar sobre a situação da pandemia na região que visitará. Em Santa Catarina, o site do governo traz o mapa das regiões de maior risco de transmissão. Também busque informações sobre as recomendações para uma viagem responsável.

-> Veja aqui como viajar e se hospedar em um hotel de forma segura. 

Informar-se é um dever de todos nós neste período de pandemia. Para aproveitar o verão em segurança esta é uma das orientações de Josiane Steil, enfermeira, professora do Curso de Graduação em Enfermagem do Câmpus Joinville e líder do grupo de pesquisa Lapebe - Laboratório de Práticas Baseadas em Evidências do IFSC. Isso porque muitas pessoas têm o hábito de ir sempre para a mesma praia, por exemplo. Se ela for muito procurada, neste verão você terá que mudar de ares.

"Faça um esforço e pesquise outros locais em que você e sua família poderão aproveitar o dia ao ar livre da mesma forma, se refrescar, sem ficar numa aglomeração. Temos a obrigação de sair do óbvio." Ela cita ainda que Santa Catarina tem muitas opções de rios e cachoeiras, que garantem um bom passeio e geralmente são locais mais vazios.

Outras dicas são ir em horários mais tranquilos, como início da manhã ou fim de tarde, e evitar finais de semana. "Quem puder, vá à praia em dias da semana. A gente sabe que isso não é uma realidade para a maioria. Mas se aquelas famílias que têm condições, que estarão de férias em janeiro e fevereiro, puderem se organizar desta forma, já contribuem, deixando os finais de semana para quem está trabalhando no verão e não teria outro dia para passear."

Mas lembre-se, cada cidade tem suas regras. Em Florianópolis, por exemplo, está proibido permanecer na praias. São permitidas apenas atividades físicas individuais e pesca -  e com uso de máscara.

O que tenho a dizer para essas pessoas que estão se aglomerando nas praias, indo a festas, é que vocês estão fazendo a manutenção da pandemia. Podem não estar doentes, mas estão mantendo a pandemia ativa. O vírus só precisa de um hospedeiro para sobreviver. Declaração da professora Josiane Steil, do curso de Enfermagem do Câmpus Joinville.

Como se preparar para um dia ao ar livre

Além da tradicional garrafinha de água, neste verão a mochila para passeios ao ar livre terá que ser um pouco maior. Josiane orienta a levar o próprio lanche de casa, para evitar entrar em restaurantes ou ter contato com vendedores ambulantes. 

Mas quem tem filhos sabe que evitar o carrinho do picolé pode ser uma tarefa difícil. "Os pais podem pedir para as crianças dizerem antes o sabor que querem e só um adulto vai até o carrinho para evitar aquele monte de criança em cima do vendedor. Depois tira o papel e dá para a criança aproveitar o picolé à vontade."

Também não é recomendável alugar guarda-sol ou cadeira de praia, nem compartilhar outros objetos com pessoas desconhecidas. E muita atenção à higiene das mãos. Elas devem ser lavadas com frequência. Por isso é importante levar o álcool em gel. "Quem tem condições financeiras existem lenços umedecidos de álcool, são mais práticos." Vale também levar uma garrafinha com água e um sabonete.

Se para você é muito complicado usar máscara no calor ou se seu filho não tem maturidade para usar, então não saia de casa. Precisamos de responsabilidade nesse momento. Declaração de Josiane Steil, professora de Enfermagem no Câmpus Joinville.

Máscara é para usar mesmo no calor

A máscara é uma questão de proteção sua e dos outros. "Essa consciência coletiva que a gente precisa criar", afirma Josiane. Por isso, na mochila para o passeio ela também orienta colocar pelo menos quatro máscaras por pessoa se ficarem o dia todo fora de casa. Com o suor elas ficam úmidas e precisam ser trocadas. No vídeo a seguir Josiane explica o porquê e também esclarece sobre a importância de passá-las a ferro:


Para os dias quentes, opte por máscaras em cores claras e tecidos mais leves. O algodão é o mais indicado por ser uma fibra natural e ter melhor respirabilidade. A professora do Curso Técnico em Têxtil do Câmpus Araranguá, Suelen Rizzi, explica que o mais indicado para o verão é o tricoline 100% algodão, que tem uma gramatura mais fina. Outra orientação é que a máscara tem que se moldar ao rosto, sem apertar demais nem ter o risco de ficar caindo. No vídeo a seguir Suelen mostra modelos e tecidos mais indicados, por exemplo as utilizadas para prática esportiva.


Mas atenção: não adianta usar a máscara e ficar toda hora ajustando. A sua mão pode estar contaminada e você mesmo levar o vírus até o nariz ou boca! Lave as mãos antes de manusear a máscara e a retire sempre pela alça. Lave a máscara com água e sabão ou deixe de molho em uma gotinha de água sanitária.

-> Este post fala sobre a importância de utilizar a máscara durante atividades físicas

A OMS também disponibiliza informações sobre o uso e confecção de máscaras.

Piscina é um local seguro?

A professora de Química do Câmpus Florianópolis Cláudia Lira esclarece que não existem evidências de que o Sars-CoV-2 seja transmitido por água contaminada. Ela afirma que o cloro é indicado pela Organização Mundial da Saúde como desinfetante que inativa o vírus. Os desinfetantes efetivos indicados pela OMS podem ser consultados neste documento.

Já em relação a outros sistemas para limpeza de piscinas, como os que utilizam ozônio ou sal, ela esclarece que ainda não há muitos estudos que comprovem sua eficácia na inativação do vírus. "A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), inclusive, publicou nota técnica em que afirma não existir evidências científicas sobre a eficácia desinfetante do ozônio contra o Sars-CoV-2." A nota técnica sobre uso do ozônio está disponível aqui.

Mas atenção! O maior cuidado em relação à piscina do prédio ou do clube não é com a água, mas com o ambiente e a proximidade entre as pessoas. A contaminação nesses locais ocorre da mesma forma que fora da água: principalmente a partir do contato direto com secreções respiratórias de pessoas infectadas, como as gotículas eliminadas na tosse, no espirro e na coriza. 

Por isso é importante seguir algumas recomendações nas piscinas para você ficar mais seguro:

- Mantenha a distância de pelo menos 1,5 metro de pessoas que não sejam da sua família ou convívio
- Higienize frequentemente superfícies como mesas e cadeiras
- Não compartilhe objetos de uso pessoal
- Evite utilizar os vestiários. Prefira tomar o banho em casa

Já os parques aquáticos e complexos de águas termais estão sujeitos a normas impostas pelos governos estaduais. Em Santa Catarina, a portaria 705 estabelece que "todos os visitantes e os trabalhadores ficam obrigados a utilizar máscaras durante todo o período, exceto quando estiverem dentro da água", além do distanciamento de 1,5 metro e o não-compartilhamento de comidas, bebidas e objetos.

A portaria estabelece ainda restrições de funcionamento destes estabelecimentos de acordo com o mapa de classificação de risco divulgado semanalmente pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). 

- Risco gravíssimo (vermelho) - parques aquáticos e complexos de águas termais estão proibidos de funcionar
- Risco grave (laranja) - podem funcionar com 40% da capacidade
- Risco alto (amarelo) - podem funcionar com 50% da capacidade
- Risco moderado (azul) - podem funcionar com 100% da capacidade

Os níveis de risco - gravíssimo, grave, alto e moderado - são calculados a partir da combinação de fatores como transmissibilidade do vírus, leitos vagos e aumento de casos ativos de coronavírus em cada região.

Mais uma vez, é importante se informar antes de programar qualquer passeio a estes locais!

O secretário de Saúde de Santa Catarina, André Motta Ribeiro, tem feito um apelo para que as pessoas parem de promover festas. “Nós temos que entender que se reunirmos 5 mil pessoas, por exemplo, há a possibilidade de 100 mil pessoas serem contaminadas na sequência dos dias. É esse o cálculo matemático. Eu entendo a dificuldade porque é muito tempo de enfrentamento à pandemia, mas as festas domiciliares com 30, 40 pessoas sem uso de máscara e distanciamento acabam proliferando o vírus”, alerta.

Como os estabelecimentos comerciais podem ajudar

No post sobre a segunda onda da pandemia pelo mundo, ficou evidente como as marcações nos pisos para distanciamento social são comuns em países da Europa, Ásia e Oriente Médio. 

A professora Josiane afirma que as marcações ajudam muito a reforçar a importância do distanciamento. "Mesmo porque sem uma referência muitas pessoas não têm a noção de quanto é 2 metros. Colocar as faixas é uma forma de conscientização."

Outra orientação para os estabelecimentos comerciais é manter os ambientes ventilados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) traz em sua página orientações sobre uso de ventiladores e ar-condicionado. Mesmo com o uso de ventiladores, é preciso deixar as janelas abertas para haver as trocas de ar externo. Os sistemas de ar-condicionado devem ser limpos e inspecionados regularmente. Já os sistemas que recirculam o ar de dentro do ambiente não devem ser usados.

E se a febre aparecer, o que fazer?

No litoral, é comum os postos de saúde ficarem lotados de pessoas com viroses ou sintomas de insolação durante a temporada de verão. A professora Josiane esclarece que em um primeiro momento não tem febre diferente para Covid. "É difícil perceber só por esse sintoma, precisa ver como a doença vai evoluir. A não ser que tenha como primeiros sintomas a perda de paladar e olfato, que são bem característicos."

Ela lembra ainda que este é mais um motivo para evitar alimentos de locais sem garantia de higiene. "Quando deixo de comer com ambulantes também deixa de ter confundidores num diagnóstico."

Em caso de dúvida sobre a doença, antes de procurar atendimento presencial, se for possível, a professora orienta a ligar nos telefones disponibilizados pelas secretarias de saúde durante a pandemia. "Por telefone a pessoa pode buscar orientação se vai a uma unidade de saúde convencional ou uma unidade Covid."

Em Florianópolis, tem o Alô Saúde Floripa, que oferece atendimento pré-clínico por meio de telefone e aplicativos.

Um resumo com as principais orientações para curtir o verão com segurança:

- Prefira passeios por ambientes externos e abertos, que têm menos probabilidade de espalhar o vírus do que locais fechados;
- Não vá a qualquer local se estiver com algum sintoma da doença. Fique em isolamento;
- Mesmo em locais abertos, como praias, mantenha o distanciamento de pelo menos 1,5 metro. Isso vale para quando estiver na água também;
- Use máscara;
- Não compartilhe alimentos, bebidas, equipamentos (como guarda-sol, cadeiras de praia), brinquedos com pessoas com quem não convive;
- Higienize as mãos com frequência. Leve ao passeio álcool gel, ou uma garrafa com água e um sabão.

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Tem alguma dúvida sobre a Covid-19? Quer comentar algo sobre este post? Escreva pra gente enviando e-mail para verifica@ifsc.edu.br.

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