EXTENSÃO Data de Publicação: 21 fev 2021 21:33 Data de Atualização: 22 fev 2021 11:06
Aproximar a matemática do cotidiano dos estudantes é um desafio permanente para professores. Ainda mais em cursos técnicos integrados ao ensino médio, quando os adolescentes recém saídos do ensino fundamental começam a encarar problemas matemáticos mais complexos. Foi pensando em fazer com que as aplicações práticas despertem o interesse dos alunos pela matemática e ajudem a apresentar melhor o curso técnico em Edificações que um grupo de professores do Câmpus Criciúma do IFSC desenvolveu um projeto de extensão para explicar conceitos matemáticos a partir da topografia, um dos conhecimentos fundamentais para o profissional da Construção Civil.
O projeto “A prática da topografia como meio de comprovação de propriedades matemáticas no ensino fundamental”tem como objetivo instigar o aluno que está concluindo o ensino fundamental a compreender a utilização prática no seu cotidiano da matemática, comprovando seus resultados com o uso de equipamentos de topografia, o estudo das superfícies terrestres, incluindo a medição de distâncias, trabalho realizado com o teodolito, equipamento utilizado para as medições de ângulos. De quebra, o trabalho ainda apresenta o curso técnico em Edificações para os estudantes de ensino fundamental.
Em cinco vídeos, além de apresentar os equipamentos de topografia, o projeto do Câmpus Criciúma explica os conceitos matemáticos, em especial a trigonometria, ramo que estuda as relações entre os comprimentos de dois lados de um triângulo retângulo, a partir de situações próximas do cotidiano de uma escola. Além dos vídeos, foi elaborada uma apostila com os conceitos utilizados nos exercícios.
Confira os vídeos:
- Equipamentos topográficos
- Verificando a área e o perímetro do garrafão da quadra de basquete
- Verificando se a rede de vôlei está centralizada
- Descobrindo a área da placa
- Encontrando uma medida desconhecida do estacionamento
- Apostila: os conceitos matemáticos envolvidos no projeto
De acordo com a professora Lucileia Marcon, coordenadora do projeto, um dos objetivos da atividade é despertar o interesse dos estudantes do ensino fundamental para as disciplinas técnicas que fazem parte do curso técnico em Edificações, uma opção para quem está ingressando no ensino médio. “Despertar no aluno o olhar técnico, para ele já ir pensando em uma profissão inclusive. O link que encontramos neste primeiro momento foi a matemática, que pode ser aplicada no ensino técnico. Os estudantes teriam, no caso, mais o contato com os equipamentos, instrumentos, e isso chamaria mais atenção”, explica a professora.
Também fazem parte do projeto os professores Anderson Müller e Bruno Pereira, da área da Construção Civil, e Gustavo Berti, de Matemática. O projeto também conta com um bolsista, João Gustavo Ferreira, estudante de Engenharia Civil no Câmpus Criciúma, de forma a propiciar uma experiência extensionista relacionada à grade curricular do curso aos alunos de graduação.
Em razão da pandemia, o projeto teve de ser adaptado. As oficinas que estavam previstas para serem realizadas com os alunos da escola municipal Jorge da Cunha Carneiro serão realizadas em formato remoto, através dos vídeos gravados pelos integrantes do projeto. Os próprios vídeos foram readaptados: todas as gravações ocorreram em áreas abertas ou semiabertas, com distanciamento e uso de máscara, respeitando os protocolos de segurança sanitária. A impossibilidade de se trabalhar presencialmente com os alunos acabou gerando novas possibilidades.
“A princípio, iríamos trabalhar com os alunos no campo a parte de topografia, e o professor de matemática trabalharia em sala os conceitos. Como a pandemia não nos deixou, tivemos que ajustar isso, por exemplo fazendo as vídeo-aulas, tanto as explicativas quanto parte visual, da topografia, da aula prática de campo. Não conseguimos tirar o aluno da sala para ele se apropriar dos conceitos na prática, porm houve um acréscimo. Iríamos atingir apenas o público da escola. Agora, com os vídeos, o público que poderá visualizar estes conceitos se tornou bem maior”, afirma a professora Lucileia.