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Alunos desenvolvem projetos com foco na acessibilidade

CÂMPUS CRICIÚMA Data de Publicação: 12 dez 2017 22:00 Data de Atualização: 06 fev 2018 15:40


A tecnologia é uma aliada importante das pessoas com deficiência em sua luta diária por acessibilidade. Diferentes aplicativos, recursos, programas, serviços e equipamentos vêm sendo desenvolvidos para proporcionar maior independência e inclusão a estas pessoas. Foi o que fizeram este ano alguns alunos de Mecatrônica do Câmpus Criciúma do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Eles aproveitaram disciplinas dos seus cursos para desenvolver tecnologias que buscam facilitar a vida de cegos e cadeirantes.

Foram dois projetos diferentes. Estudantes do curso técnico em Mecatrônica, Rafael Teixeira, Leonardo Ghedin de Oliveira, Fellipe Garcia Bernardez e Matheus Perdoná desenvolveram uma cadeira de rodas automatizada e capaz de ser guiada remotamente, por meio de um aplicativo de celular. O projeto foi orientado pelo professor Lucas Cúnico. Já no curso superior de Engenharia Mecatrônica, Fernanda Di Queiroz, Isabele Dal Pont e Victor da Rosa criaram um leitor de notas de dinheiro para cegos, portátil, que pode ser levado no bolso. O projeto foi orientado pelos professores Diego Fabre e Philippe Pauletti.



Os projetos foram desenvolvidos no âmbito das disciplinas que permitem aos estudantes colocar em prática os conhecimentos teóricos: “Práticas Profissionais”, no caso do curso técnico, e “Projeto Integrador”, na graduação.

   

 

Leitor de cédulas



Estudantes da sexta fase da Engenharia Mecatrônica, Isabele, Fernanda e Victor tinham a intenção de desenvolver um produto voltado aos cegos. Eles procuraram então a Associação dos Deficientes Visuais do Sul de Santa Catarina (Advisul), cuja sede fica próxima ao Câmpus, para ouvir o que os próprios cegos tinham a dizer.

 

“Tínhamos o objetivo de fazer um projeto de acessibilidade para deficientes visuais. Então fizemos uma visita à Advisul, com algumas ideias iniciais. Mas eles nos contaram da necessidade de um dispositivo que os ajudasse a mexer com dinheiro”, conta Isabele.

 

O dispositivo é simples: tem a aparência de uma carteira de dinheiro e o tamanho um pouco maior que o de um telefone celular. Uma nota de Real é colocada sobre a superfície do dispositivo, que então é fechado para que não entre luz. Dois sensores de cor emitem uma luz branca em dois pontos da cédula e o reflexo gera um padrão RGB (Red, Green e Blue), que transmite a informação para um microprocessador e este reproduz um arquivo de voz com o valor da cédula.

 


“Nosso projeto tem um tamanho bem reduzido e é feito para ser carregado. Além de portátil, ele tem uma precisão grande e uma bateria recarregável. As notas podem ser colocadas com muita praticidade e o aparelho faz uma leitura rápida”, explica Victor.

   

 

 

 

 

Todos os componentes do leitor de cédulas custaram pouco menos de R$ 200. Ao longo do desenvolvimento do projeto, os alunos tiveram de improvisar. A intenção inicial, para ficar em um exemplo, era fazer a base do dispositivo em uma impressora 3D, mas por falta de recursos eles usaram um modem de internet usado, nos quais os sensores de cor foram inseridos. De acordo com Isabele, os obstáculos no percurso ajudaram a equipe a buscar soluções que não conheciam. A intenção agora é dar continuidade ao projeto em 2018.

 

“Como não tínhamos aprendido a fazer placa eletrônica, a gente teve que correr atrás e aprender como se fazia. Então teve vários desafios. A gente queimou componente eletrônico, teve que fazer de novo, mas no fim o projeto deu certo. Nós queremos levar aos deficientes visuais no futuro, para ver o que eles acham do projeto, e quem sabe continuar com ele para fazer melhorias”, afirma a estudante.

 

 

Cadeira de rodas

  

Formandos do curso técnico em Mecatrônica, Rafael, Leonardo, Fellipe e Matheus também decidiram projetar algo que fosse útil para pessoas com deficiência. A partir de um projeto de pesquisa coordenado pelo professor Lucas Cúnico, eles desenvolveram um kit de adaptação de uma cadeira de rodas comum, transformando-a em elétrica. O projeto viabilizou quatro bolsas para que os alunos executassem o projeto.

  

Um dos objetivos era desenvolver um produto de baixo custo, comparado às opções de cadeiras automatizadas que existem no mercado. Além disso, o protótipo desenvolvido pelos alunos é adaptado para o uso doméstico. “Hoje, no mercado, há alguns produtos que tem um guidom e uma roda na frente, que são para uso externo. Nossa cadeira é desenvolvida para um ambiente doméstico. O cadeirante tem toda a acessibilidade dentro da casa dele, pode ir de um cômodo a outro com facilidade, e tudo isso por um custo reduzido. Isso dá qualidade de vida para o cadeirante e o ajuda a superar os obstáculos do dia a dia”, explica Rafael.

 

 

O kit desenvolvido pelos alunos consiste em dois motores, que são alimentados por baterias recarregáveis. Os motores, as baterias e o centro de comando ficam sob a cadeira, que pode ser controlada tanto por um joystick acoplado a um dos braços quanto por um aplicativo, que permite o controle remoto da cadeira. O aplicativo permitiria ao cadeirante, por exemplo, guardar a cadeira por conta própria e buscá-la de um cômodo da casa quando necessário. Os componentes utilizados na fabricação do kit custaram apenas R$ 1 mil.



“O controle por aplicativo é um diferencial do protótipo desenvolvido pelos alunos. Além disso, eles conseguiram transformar uma cadeira comum em uma elétrica com um mínimo de alterações”, destaca o professor Lucas Cúnico.

 

A cadeira, que havia sido adquirida pelo Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (Napne), será devolvida ao Napne para o uso no Câmpus Criciúma.



Por Jornalismo IFSC | Câmpus Criciúma

 

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