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Saiba como funciona o Propicie

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 08 abr 2024 13:30 Data de Atualização: 09 abr 2024 10:57

Se você tem o sonho de fazer intercâmbio, o seu momento chegou: as inscrições para a 22ª edição do Propicie, nosso programa de intercâmbio, estão abertas até 15/04. Para te ajudar nesse processo, que sabemos que envolve muitos detalhes, preparamos esse post de atualização das dúvidas mais frequentes sobre o programa. Assim você pode conferir se tem tudo o que precisa para participar!

Afinal, não dá pra perder a chance de ter experiências de pesquisa e ensino internacionais no seu currículo por não entender como funciona, né? Então, vamos lá!

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O que é o Propicie?

O Propicie é o Programa de Intercâmbio Internacional para Estudantes do IFSC que existe desde 2010 e já levou, a mais de 300 alunos, a oportunidade de participar de um projeto de pesquisa em uma instituição estrangeira.

No Propicie, o aluno estuda em uma instituição estrangeira?

Pelo Propicie, o aluno do IFSC não irá assistir às aulas de um curso no exterior, mas sim participará de um projeto de pesquisa já em andamento na instituição estrangeira. Portanto, o estudante irá integrar uma equipe de pesquisa pré-existente.

Quem pode participar?

Os critérios de seleção podem variar de uma edição para outra, pois também dependem das exigências dos projetos ofertados pelas instituições parceiras no exterior. Normalmente, podem se inscrever no programa alunos que estiverem regularmente matriculados em um curso técnico ou de graduação no IFSC - observados os respectivos pré-requisitos. Nesta 22ª edição, que está com inscrições abertas, podem participar estudantes de nível superior (graduação) e estudantes de nível técnico, desde que seu curso tenha duração maior que um ano.

Preciso saber falar outro idioma para me inscrever?

Sim, é necessário possuir nível B1 de proficiência em língua estrangeira, de acordo com o Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas. A maioria das instituições parceiras exige língua inglesa, contudo há projetos que permitem que o candidato opte por outro idioma. Conforme o edital desta 22ª edição, a avaliação da proficiência na língua estrangeira será determinada de acordo com o desempenho do candidato em entrevista de proficiência realizada por uma banca formada por dois membros a serem designados pela Comissão Gestora do edital. A entrevista terá a duração de até 15 minutos.

Preciso falar inglês mesmo se estiver me inscrevendo para uma vaga em Portugal?

Sim, a língua inglesa é exigida pelas instituições portuguesas, pois as equipes dos projetos geralmente são formadas por intercambistas de vários países. Assim, utiliza-se a língua inglesa para comunicação interna, além de ser necessária para eventuais leituras técnicas, por exemplo. Outros países, como Espanha e Canadá, por exemplo, costumam ofertar projetos com outras opções de idioma (como o francês e o espanhol). Em todo caso, é necessário observar atentamente a descrição dos projetos em cada edição.

Preciso de um atestado de proficiência do inglês ao realizar a inscrição?

Não, pois a aferição de proficiência dos candidatos será feita unicamente por meio de entrevistas.

Para quais países posso ir pelo Propicie?

O IFSC possui acordos com instituições de diversos países. Para o edital que está com inscrições abertas no momento, os destinos são Portugal, Alemanha, Espanha, Finlândia e Canadá.

Quais as instituições que participam do Propicie?

Em Portugal, temos o Instituto Politécnico de Bragança, o Instituto Politécnico de Beja, o Instituto Politécnico de Setúbal, o Instituto Politécnico do Porto e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Na Espanha, temos a Universidade de Deusto, na Finlândia as atividades acontecerão na Universidade de Ciências Aplicadas HAMK, na Alemanha, participa do nosso programa a Universidade de Ciências Aplicadas de Neubrandenburg e, por fim, no Canadá a Universidade do Quebec em Trois-Rivières.

Posso escolher o projeto de pesquisa que quero participar?

Sim, a escolha do projeto é um requisito para a inscrição. A escolha precisa ser feita no Formulário de Inscrição, respeitando o seu nível de ensino (se técnico ou se superior), com a indicação do Código do projeto escolhido (conforme consta no Anexo I do edital).

Quando abrem as inscrições?

As inscrições estão abertas até 15 de abril para sua 22ª edição. Saiba mais aqui.

Como posso me inscrever?

A inscrição deve ser feita unicamente por meio do Formulário de Inscrição, no qual o estudante deverá anexar todos os documentos requisitados no item 5.6 do Edital.

Como será a seleção?

A seleção será feita por meio de uma classificação a partir de sorteio eletrônico e de entrevista de caráter eliminatório. O resultado do sorteio não garantirá a aprovação do estudante no processo seletivo, mas definirá a ordem dos candidatos para a próxima etapa da seleção (entrevista de proficiência). Todos os candidatos que tiverem suas inscrições homologadas passarão por entrevista para avaliação de proficiência em língua estrangeira, a depender do projeto escolhido. 

A ordem de realização das entrevistas observará a ordem de classificação dos candidatos no sorteio. Os dois primeiros candidatos de nível técnico entrevistados que receberem o conceito apto serão considerados aprovados no processo seletivo e receberão a bolsa de auxílio financeiro. Da mesma forma, os dois primeiros candidatos de nível superior entrevistados que receberem o conceito apto serão considerados aprovados e também receberão a bolsa. 

O IFSC oferece auxílio financeiro para quem for selecionado?

Nesta edição, haverá oferta de quatro bolsas de auxílio financeiro. Além disso, há a possibilidade para alunos que quiserem realizar a mobilidade mesmo que não tenham sido contemplados com a bolsa.

A instituição estrangeira oferece moradia aos intercambistas?

Não, a hospedagem deverá ser custeada pelo próprio aluno e/ou com recursos do auxílio financeiro fornecido pelo IFSC (no caso dos candidatos contemplados com as bolsas).

Fui selecionado e não sei como procurar uma hospedagem em outro país. O que devo fazer?

Neste link são disponibilizadas diversas dicas de hospedagem fornecidas por estudantes que participaram de edições anteriores do programa.

O IFSC compra minhas passagens aéreas?

Não. O estudante contemplado fica responsável pela compra das passagens, bem como pela administração do valor recebido para arcar com as demais despesas (no caso dos candidatos contemplados com as bolsas).

Preciso fazer algum seguro-saúde?

Sim e a contratação é de responsabilidade do estudante.

Se eu for selecionado, quando devo embarcar?

Os estudantes aprovados deverão se apresentar nas instituições estrangeiras entre setembro e outubro de 2024, a depender do projeto escolhido. A data exata poderá ser acordada diretamente entre o estudante aprovado e o coordenador do projeto, conforme prevê o edital.

Qual a duração do Propicie?

Cerca de três meses.

Enquanto estiver fazendo intercâmbio, como ficam minhas aulas do IFSC?

Normalmente, o estudante fica matriculado com o status "em mobilidade" (o SIGAA oferece essa opção). Entretanto, recomendamos que a situação acadêmica do estudante seja tratada diretamente com a coordenação de curso e o setor de Registro Acadêmico do câmpus. Em qualquer caso, a matrícula junto ao IFSC não é trancada, visto que uma das exigências do intercâmbio é que o estudante mantenha o seu vínculo com o IFSC.

Preciso enviar algum relatório enquanto estiver fazendo intercâmbio?

Sim. O intercambista deverá enviar à Arexi dois relatos de atividades durante a mobilidade (inclusive, muitos desses relatórios viram posts aqui deste Blog dos Intercambistas). Além disso, após o término do intercâmbio, o estudante terá um prazo para entregar um relatório científico e, também, para realizar uma atividade de socialização da experiência - obrigações previstas no edital.

Preciso de visto para viajar?

Para viagens de até 90 dias, que é o período de duração do Propicie, o visto estudantil não é necessário para a maioria dos países de destino da 22ª edição do Propicie. O Canadá, entretanto, exige o visto de visitante temporário. Atenção: em qualquer caso, é preciso ter passaporte. Os estudantes selecionados para esta edição do Propicie somente poderão realizar a viagem de intercâmbio portando passaporte válido até, pelo menos, maio/2025. Veja como obter passaporte no site do Governo Federal.

Se eu for aprovado no resultado final do edital, já posso comprar as passagens e organizar a viagem?

Não. Os estudantes aprovados no edital serão nominados (indicados) pela Arexi às instituições estrangeiras. Essas instituições (a critério de cada coordenador de projetos) analisarão as candidaturas, solicitarão documentações complementares aos candidatos e, estando tudo certo, emitirão as Cartas de Aceite. Recebida a Carta de Aceite, o estudante poderá, então, iniciar os preparativos para a viagem.

Como posso saber mais sobre a experiência de quem já participou do Propicie?

Além de acompanhar os relatos aqui no Blog dos Intercambistas, temos depoimentos no nosso Instagram na #ifscpelomundo e nós também temos no YouTube a playlist Pelo Mundo com vários relatos em vídeos dos nossos estudantes que participaram no programa. É só dar play aqui embaixo:

 

 

Ainda tenho dúvida. Como posso esclarecer?

Leia com muita atenção o edital e, se precisar, envie e-mail para arexi@ifsc.edu.br.

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A experiência de estudar em Portugal

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 04 abr 2024 10:30 Data de Atualização: 04 abr 2024 10:30

Desde o ano passado, nosso estudante de Engenharia Mecânica do Câmpus Lages, Marcos Vinícius Andrade de Moraes, está em intercâmbio em Portugal pelo programa de Dupla Diplomação. Durante sua estadia por lá, ele está cursando mestrado no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

No relato de hoje, vamos ouvir um pouco mais sobre essa experiência do Marcos, quais foram suas dificuldades, experiências e algumas dicas para quem pretende fazer intercâmbio.

Assista o relato de Marcos na íntegra:

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Nova turma do Propicie

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 19 mar 2024 11:28 Data de Atualização: 19 mar 2024 11:40

Neste mês, mais uma turma de intercambistas do Programa de Cooperação Internacional para estudantes do IFSC, nosso querido #Propicie, embarcou para a Europa. Seis estudantes de cursos técnicos e de graduação do IFSC passarão três meses participando de projetos de pesquisa no Instituto Politécnico de Setúbal, em Portugal, e na Universidade de Deusto, na Espanha. 

Publicamos uma matéria no site do IFSC em que é possível saber um pouco mais sobre os novos intercambistas, como foi participar do processo seletivo e a ansiedade antes da viagem. 

-> Clique aqui para ler a reportagem
 

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Um intercâmbio musical na Itália

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 15 fev 2024 10:30 Data de Atualização: 05 mar 2024 14:50

Nossa estudante de Prática de Orquestra do Câmpus Florianópolis, Carolina Momm de Melo, participou em 2022 do Programa de Cooperação Internacional para Intercâmbio de Estudantes de Prática de Orquestra do Câmpus Florianópolis. Em novembro e dezembro daquele ano, ela viveu a experiência de estudar música na Itália, entre aulas de canto e regência, e participar de diversos espetáculos, além de conhecer lugares históricos e criar vínculos com músicos de lá.

Seu relato, assim como muitos outros de alunos e servidores dos Institutos Federais, foi publicado no fim do ano passado no ebook Vozes da Internacionalização: narrativas de estudantes e servidores(as) da educação profissional, científica e tecnológica, publicado pela Editora do Instituto Federal Catarinense (IFC).

Leia o relato completo da Carolina e veja como foi essa experiência:
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Sou Carolina, tenho 26 anos e sou aluna do Curso de Prática Orquestra do IFSC campus Florianópolis, onde estudo a prática do violino no ambiente orquestral. A seguir, farei um relato da minha experiência de intercâmbio realizada em novembro e dezembro de 2022 na Itália. 

O programa de cooperação internacional para intercâmbio de estudantes do Instituto Federal de Santa Catarina, a partir do edital N° 01/ 2022/ RI/ Câmpus Florianópolis, proporcionou a experiência de mobilidade para cinco estudantes do curso FIC prática de orquestra. Desembarcamos no dia 24/11/22 em Milão e partimos para Venegono Inferiore, próximo a Varese. 

O curso organizado pelo Maestro Giovanni Tenti foi dividido em três partes: técnica de canto, regência de motetos italianos e análise da quinta sinfonia de Beethoven. Além disso, participamos do coro da Associação Ars Cantus em preparação para um concerto realizado no dia 7 de dezembro. As primeiras lições iniciaram no dia 25/11, onde aprendi técnicas de respiração e emissão de voz do bel canto. Minha voz foi classificada como soprano 1, o que representou um desafio durante minha preparação do repertório do coro, visto que precisei cantar a parte mais aguda do repertório. 

Após o contato inicial com o canto, tivemos as primeiras aulas de regência coral. O repertório consistia em duas “Ave Maria”, dos compositores de Victoria (1548 – 1611) e Dietsch (1808 – 1865). Inicialmente aprendemos a fazer uma análise da organização dos compassos e como fazer sinalizações nas partituras. Em seguida, o exercício foi cantar todas as vozes e ensiná-las aos outros colegas que simulavam a formação de um coro a quatro vozes. Finalmente, era feita a regência juntando todas as vozes e exercitando os gestos aprendidos.

Essas aulas com motetos italianos a quatro vozes se repetiram ao longo dos dias, variando o repertório e os trechos a serem estudados. Na maioria das vezes, o maestro sugeria 30 a 40 minutos de estudo individual para que em seguida aplicássemos o método de ensinar os colegas, juntar as quatro vozes e fazer a regência. Pude perceber diversas habilidades a serem desenvolvidas para conseguir fazer uma boa regência coral, como uma emissão de voz clara e afinada, a importância de uma boa leitura à primeira vista, a precisão rítmica e um bom ouvido relativo para poder passar as vozes apenas com a referência de um diapasão, sem a dependência de um piano.

No domingo, 27 de novembro, fomos a Varese. Conhecemos um parque com uma área verde imensa com vista para o lago, em seguida fomos ao Campo dei Fiori e, por fim, conhecemos o Palazzo Estense, local onde a Ars Cantus realizou diversos concertos.
No dia seguinte fizemos nossa primeira apresentação do quinteto “Solisti di Floripa”, onde tivemos a oportunidade de apresentar um repertório diverso de músicas brasileiras: Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Guerra-Peixe, Villa-Lobos, Ernesto Nazareth, entre outros. O concerto foi realizado na sala de um edifício no centro da cidade, com a presença de coralistas da Ars Cantus, membros da comunidade e autoridades locais. No link a seguir é possível assistir na íntegra:

 

 

 

Ao longo das duas semanas fizemos quatro ensaios com o coro, uma experiência valiosa onde tivemos a oportunidade de conhecer as técnicas de ensaio do maestro Tenti, assim como integrar um grupo de excelência. Aprendi bastante sobre trabalho com coro durante esse período. No repertório havia peças sacras como “Ave Maria” de Victoria e Dietsch, assim como músicas de filme de Ennio Morricone e Elton John. Algumas das peças eram executadas com solistas, enquanto outras com coro à capela. Na maioria delas o maestro tocava piano para fazer os acompanhamentos. 

Dia 30 de novembro fizemos nossa visita a Milão acompanhados pelo maestro Tenti, pudemos visitar o Duomo, o Castello Sfozesco e um de seus museus e passamos em frente ao teatro Scala.

Outro passeio inesquecível foi em Firenze. Por ser um pouco distante da região onde estávamos hospedados, tomamos um trem de alta velocidade partindo de Milão. Ao chegar na cidade, fomos diretamente à Galleria della Academia, um dos locais turísticos mais importantes de Firenze, onde conhecemos diversas obras renascentistas, um pequeno museu de instrumentos musicais e, principalmente, a escultura original do David de Michelangelo. Mais tarde pudemos conhecer o centro da cidade e provar pratos típicos italianos. No segundo dia visitamos a Galleria Uffizi, um palácio com um dos museus mais importantes da história da arte europeia. Foi uma experiência extraordinária conhecer ao vivo essas obras primas, além de compreender um pouco mais da história dos Medici e sua influência na produção artística que está concentrada na cidade.

Retornando a Venegono Inferiore e nos dias 5 e 6 de dezembro fizemos nossas últimas aulas de regência, dessa vez focando na prática orquestral com a quinta sinfonia de Beethoven. Foi feita uma análise dos quatro movimentos em relação à interpretação gestual em 2, 3 ou 4, à técnica de orquestração do compositor para essa sinfonia, as possíveis demandas dos instrumentistas para a regência, quais eram os pontos de maior dificuldade, etc. Dessa forma pudemos fazer um mapeamento detalhado da obra, o primeiro passo para o regente de orquestra criar sua interpretação. Ainda no dia 5 à noite fomos convidados para um jantar no seminário, um grande complexo que abriga diversas igrejas. Após a janta, nosso grupo de intercambistas apresentou o repertório brasileiro para os seminaristas, que receberam com bastante entusiasmo nossa música.

Nossa última apresentação foi no dia 7 de dezembro na Catedral de Vigevano, dessa vez em conjunto com o coro Ars Cantus, executando o repertório ensaiado ao longo das duas semanas. O concerto foi um sucesso, a igreja estava lotada e o público foi bastante receptivo.

Em nosso último dia em Venegono Inferiore almoçamos com a família Tenti e alguns coralistas da Ars Cantus. Mais tarde, fizemos uma visita diurna ao Seminário e conhecemos algumas das igrejas e prédios principais, ouvimos o maestro tocar Bach no órgão da igreja e nos apresentar o mecanismo do instrumento. No fim, participamos da missa como coralistas nas celebrações do feriado da Immacolata. Destaco aqui a generosa recepção da família Tenti e de todos os membros do coral, que nos acolheram de forma calorosa e possibilitaram um vínculo para além da música. 

Nossa presença no curso de regência foi registrada em dois momentos pela imprensa local, no jornal físico e na televisão: 

 

 

 

Concluo este relatório agradecendo a toda a equipe de mobilidade acadêmica do IFSC e a coordenadoria de Atividades Artísticas pela oportunidade de realizar este intercâmbio, foi um período intenso de aprendizado de música, arte e cultura italiana importantíssimo para a minha carreira e que certamente renderá frutos ao longo da minha trajetória como educadora e musicista.
 

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Desafios da vida longe de casa

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 29 fev 2024 10:00 Data de Atualização: 01 mar 2024 10:25

Além de todos os aprendizados, participar de um intercâmbio representa uma grande mudança de estilo de vida e rotina. Nosso estudante Marco Antônio Arruda, do curso de Engenharia Mecânica do Câmpus Lages, contou um pouco sobre como é essa experiência no relato em vídeo do post de hoje. Marco está atualmente fazendo mestrado em Portugal pelo programa de Dupla Diplomação no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

Veja o que Marco nos diz sobre seu intercâmbio no vídeo a seguir:

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Um recorte da vida em Porto

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 22 fev 2024 14:30 Data de Atualização: 22 fev 2024 14:30

Nosso relato de hoje é sobre a experiência do Carlos Eduardo Loterio Matos, estudante de Engenharia Mecânica do Câmpus Lages. Desde setembro do ano passado ele está estudando no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), em Portugal, pelo programa de Dupla Diplomação. Para contar um pouco de como tem sido fazer o mestrado em outro país, ele enviou para nós um relato em vídeo e até mostrou um pedacinho da cidade para nós.

Assista o relato do Carlos Eduardo no vídeo a seguir:

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Vivência da dupla-diplomação no ISEP

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 08 fev 2024 09:30 Data de Atualização: 08 fev 2024 09:59

Você conhece o nosso programa de intercâmbio dupla-diplomação? Nele, estudantes de graduação podem estudar em uma instituição estrangeira e, lá, adquirir mais uma titulação, como o mestrado, ou um no país da instituição. Assim, ao final do curso, o estudante consegue uma diplomação dupla e ainda conhece outra universidade e um outro país!

Nosso aluno do curso de Engenharia Mecânica do Câmpus Lages, Guilherme de Souza Andrade, foi um desses estudantes e compartilhou com a gente suas experiências da dupla-diplomação no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), em Portugal. No relato, Guilherme conta sobre as dificuldades e as transformações dessa experiência para sua vida pessoal e acadêmica, que aconteceu entre 2022 e 2023.

Veja a seguir ele nos conta sobre seu intercâmbio:
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Durante toda a minha trajetória acadêmica, busquei oportunidades de intercâmbio não apenas para aprimorar meus conhecimentos em engenharia, mas também para imergir em novas culturas. Em 2022, essa busca me conduziu a Portugal, onde tive a privilegiada chance de participar do programa de dupla-diplomação no ISEP, cursando o mestrado em engenharia mecânica. Desde então, tenho vivido intensamente esta experiência. Concluí minhas obrigações acadêmicas em setembro ao apresentar minha dissertação com o título “Integração de princípios de economia circular nas operações e cadeias de abastecimento na indústria de motores elétricos: um caso de estudo”, fruto de um projeto desenvolvido em colaboração com a empresa na qual continuo trabalhando até hoje.

A vivência aqui tem se revelado extraordinária e transformadora em todos os aspectos, moldando meu percurso acadêmico, pessoal e profissional. A imersão em diferentes culturas tem sido uma fonte inesgotável de enriquecimento, proporcionando aprendizados valiosos tanto dentro quanto fora da sala de aula.

Enfrentei diversos desafios ao longo dessa jornada, destacando-se a adaptação a uma nova cultura enquanto mantinha minhas responsabilidades acadêmicas. Além disso, a distância da família e dos amigos representa uma dificuldade constante, sendo a saudade de casa um sentimento palpável.

Posso dizer que este programa se revelou como um ponto fundamental e transformador em minha vida, delineando os rumos que já percorri e que ainda hei de percorrer. Cada dia é uma oportunidade de aprendizado, e essa experiência continua a ser um pilar crucial na minha jornada.

 

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Dicas e experiências de intercâmbio

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 01 fev 2024 10:30 Data de Atualização: 01 fev 2024 13:29

Para os estudantes que fazem intercâmbio pelo Propicie, o fim do semestre significa uma época intensa de finalização de projetos, viagens e despedidas. No relato de hoje, do Maykon Allan Soldati Quandt, aluno de Engenharia de Alimentos do Câmpus Urupema, vemos um pouquinho de tudo isso. Assim como outros colegas do Propicie 20, Maykon voltou no fim do ano passado ao Brasil e nos contou como foram os meses que se passaram depois do último relato que ele havia enviado para nós.

Veja a seguir as dicas e experiências que Maykon teve em seu período participando de um projeto no Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), em Portugal.
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Desde meu último relato, a intensidade do projeto aumentou, fazendo com que eu tivesse mais responsabilidades e tivesse que realizar mais testes. Por um lado isto é ótimo, pois notei a escassez do dinheiro que recebi pela bolsa, uma vez que 42% do valor da bolsa foram para as passagens e 19% para a moradia. Então me sobraram 39%, cerca de € 1200, para comer, viajar e aprender mais sobre Portugal e a situação da União Europeia.

Vou dividir o meu relato em coisas relacionadas ao projeto e estadia em Beja, e coisas relacionadas às viagens. Também acredito que o principal objetivo deste relato seja focar mais nos detalhes diferentes que possam ajudar futuros intercambistas, por isso, os detalhes vão focar em dicas de aplicativos, de sobrevivência e situações que possam se repetir com outros intercambistas.

Começando pela melhor parte, consegui me organizar para conhecer 4 lugares: Fátima, Setúbal, Évora e Veneza. Como estava limitado ao dinheiro da bolsa, fiz escolhas bem pragmáticas. Escolhi visitar Fátima para pagar uma promessa a uma professora do IFSC. Já Veneza é um dos poucos locais no mundo que eu queria conhecer pessoalmente, um dos meus principais sonhos. Conheci Setúbal devido à facilidade, uma vez que lá eu tinha conhecidos que me ofereceram estadia e regalias, às quais sou muito grato até hoje. E por fim, Évora é o local mais interessante da região do Alentejo Português, uma vez que sua história está muito conectada ao período da inquisição.

Começando por Fátima, a jornada já começou estranha. Quando nos movimentamos por Portugal, geralmente podemos utilizar os aplicativos para celular “MyRNE” para a utilização de ônibus, ou o “CP” que é a sigla para Comboios de Portugal. Quando utilizada a Rede Nacional de Expressos (RNE), a cidade aparece e é certo que você vai parar na rodoviária da cidade. Porém, o mesmo não acontece com o CP, já que você insere o nome da estação ao invés do nome da cidade.

Para o caso de Fátima, existe uma estação isolada de mesmo nome, com apenas 3 residências ao redor, sem sinal de civilização. Acabei pegando um comboio para lá e, próximo de descer na estação, perguntei ao cobrador se ele teria alguma dica sobre como eu poderia fazer para chegar a Fátima, e ele disse para parar na estação seguinte, que possuía alguns poucos ônibus para o meu destino. Desci numa vila chamada Caxarias e cheguei 5 minutos depois do ônibus partir.

Como o próximo só viria depois de 4 horas, resolvi pegar um Bolt, que é um meio de transporte comum em Portugal, similar ao Uber. Saiu caro, mas foi o resultado da falta de um planejamento detalhado.

Em Fátima, a visita aos templos e ao santuário são todos gratuitos, com muitas missas e eventos, todos detalhados em um cronograma disponibilizado na internet. Fiz uma videochamada com minha avó, que tem mais conhecimento da religião católica para fazer mais proveito do evento. Além disso, visitei o santuário de Fátima em um dia especial, portanto havia mais pessoas do que o normal, o que também foi muito legal. Recomendo planejar visitas a locais assim quando há datas especiais. Fátima não é apenas um local religioso, mas também muito conhecido por suas grutas e geologia. Lá visitei a Gruta das Moedas, que funcionava com visitas autoguiadas, por auxílio de QR Code, e também um museu geológico que ensinava as formações sedimentares, basálticas e outros tipos de formação. Lá tem rochas de diversos tipos e a visitação é gratuita. No entanto, não havia ônibus para essa região, então tive que ir caminhando. Quando se faz visitas do tipo, é comum seu celular ficar descarregado. Uma alternativa caso não possua powerbank é ir em qualquer McDonald 's da região, pois estes sempre possuem tomadas para carregar o celular. Programei a volta de ônibus, portanto tudo ocorreu sem problemas.

A viagem para Setúbal foi feita em uma rota entre Beja e Setúbal. Caso você utilize o MyRNE, o valor será fixo. Porém, você pode receber desconto se alterar a opção de viajante, uma vez que adultos pagam mais do que jovens. Outra dica é que, por uma opção da RNE, as viagens entre Lisboa e cidades turísticas de Portugal tiveram promoção, chegando a 4 euros. Saia mais barato ir de Beja para Lisboa, e de Lisboa para Setúbal, totalizando cerca de 9 euros, do que fazer a rota Beja-Setúbal, que totaliza 12 euros. No entanto, como estava indo com um colega, eu fiz essa rota. Este colega me ofereceu moradia, comida e carona para viajar para locais próximos com sua família. Graças a isso, consegui economizar e aproveitar muito a região. Recomendo fortemente para os intercambistas focarem em fazer amizades do tipo. Dependendo do tipo de pessoa que você conversa, você consegue entender se ela está mais aberta a te aceitar ou se fica desconfiada. Seja o mais receptivo possível, que provavelmente eles te receberão da mesma forma. Seja humilde e ouça tudo deles antes de falar sobre você. Usando esta filosofia eu consegui amigos que disseram estarem felizes de me conhecer. Setúbal foi um dos meus primeiros destinos, e também foi um dos últimos, pois precisei me despedir destas pessoas que me foram tão importantes.

Évora foi a última capital regional que visitei. Lá conheci uma colega do Propicie, a Juliana. Ela foi professora de história e foi importantíssima para eu compreender o que era a inquisição e seu conluio com o estado para manter as pessoas sob a religião majoritária. Portugal é um país fortemente influenciado pela igreja católica, e muito disso vem desta influência histórica.

No entanto, ao chegar na cidade, notamos a presença da igreja evangélica universal. O Brasil exerce muita influência em Portugal e a religião é um agente disso. Muitas pessoas que conversei possuem algum contato com pessoas evangélicas e isso está causando algumas mudanças na visão portuguesa sobre o Brasil, principalmente na questão política. Mas de restante, tudo foi muito protocolar nesta visita. Nada que agregue a este relato.
Agora a visita mais inesquecível para mim foi a Veneza. E aqui tentarei incluir o máximo possível nos detalhes. Ao viajar para um país fora de Portugal, primeiro deve-se observar os valores das passagens. Uma viagem bem planejada e não dependente de clima pode ser mais barata que o comum. Fiz a pesquisa das passagens aéreas pela empresa Ryanair, uma companhia do estilo low-cost, que oferece viagens com preços acessíveis. Ela é geralmente a principal opção, porém alguns também utilizam a easyJet. Os preços baixos geralmente estão associados a levar apenas uma mochila na viagem, então fiquei atento a quanta roupa levaria e tamanho de minha mochila, caso contrário, muitas multas são geradas. Para as viagens terrestres internacionais, geralmente as pessoas usam o FlixBus. A viagem com ele é muito fácil e geralmente é a opção mais barata dentre todas. O meu avião saiu de Lisboa, do terminal 2 do aeroporto, onde ficam todas as companhias low-cost. O destino foi a cidade de Bérgamo, próxima de Milão. Chegando no aeroporto, por ser uma viagem entre países do espaço Schengen, não foi necessário nenhum processo de imigração. Chegando lá, precisei de quase 2 horas para conseguir um chip telefônico, e com isso percebi que as coisas são muito burocráticas na Itália. Meu transporte para Veneza saia às 15h, sendo que cheguei às 11h, logo, havia tempo hábil para isso. Esperei pelo ônibus e fui direto para Veneza.

No meio do caminho conheci uma brasileira, trocamos contatos e a conversa foi bem produtiva. Percebi ali que o italiano é uma língua muito fácil de compreender, mesmo que você não entenda como falar. É uma sensação similar à compreensão do espanhol sulamericano por nós, brasileiros. Indo para Veneza, você pode optar por descer em Mestre, um bairro central da parte continental da cidade e que possui diversas conexões com a ilha por meio de ônibus ou trem. Optei por descer na própria ilha, em um estacionamento na ilha de Tronchetto. Para aproveitar a cidade, existe um sistema da própria câmara de Veneza chamada Venezia Unica. Existe a versão em aplicativo de celular e a versão em site, e nela você pode comprar passagens de vaporetto, gôndola, ou até para as atrações da cidade, como santuários, museus e igrejas. Na cidade, eu me mantive caminhando indo e voltando da minha pousada e aproveitei muito bem os três dias que fiquei na cidade. A volta aconteceu sem muito segredo, utilizando os mesmos meios que comentei anteriormente.

Para estas viagens, você sempre pode contar com a opção territorial de transporte. Em Portugal, as opções mais comuns são o RNE e o CP, já na Itália, é comum a utilização do Itabus ou o Tremitalia, e para cada outra cidade talvez exista um sistema próprio. Mesmo assim, os aplicativos internacionais, como Omio, Flixbus, Ryanair, entre outros, ainda funcionam. Para a estadia, o Booking é o principal aplicativo.

Agora, depois de comentar sobre minhas viagens, eu comentarei a experiência geral em Beja. O meu projeto necessitava de grandes repetições para atender o número mínimo de provadores para a análise sensorial. Fiquei repetindo diversas vezes e, depois de terminar, aplicamos um processo de monitoramento de temperatura utilizando arduíno e termistores. O projeto foi muito bem coordenado pelo professor João Dias, graças a ele obtive muito conhecimento na manipulação de dados por meio de arduíno. Inclusive, buscarei aplicar esse conhecimento em projetos de pesquisa futuros. As etapas aqui foram muito repetitivas, e julgo não ser necessário detalhá-las demais, por isso, termino aqui este tema.

Sobre a experiência com o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), eu me surpreendi com o acolhimento. Após a viagem para Veneza, meu dinheiro se resumia em cerca de 30 euros para durar mais 20 dias em Portugal. Foi um sufoco, comprando apenas o mínimo necessário para cumprir algumas refeições no dia. Estando nessa situação, o atendente do restaurante universitário, o senhor Vital, sugeriu que eu tivesse uma entrevista com o responsável pelas senhas sociais, que dão direito a comer de graça. Então eu o fiz e, após explicar minha situação, o senhor Jerónimo, do setor de assistência social (SAS), me concedeu as senhas até o fim da estadia em Beja, apenas para o almoço. Ele me disse que os alunos do IPBeja que são atendidos, como alunos do Erasmus, podem receber direito a moradia estudantil, que custa cerca de 150 euros por mês. Este processo funciona muito pouco a distância, pois eu mesmo havia tentado este processo, porém, é altamente recomendável para quem for ao IPBeja realizar este processo presencialmente, pois o SAS te auxilia sempre que necessário.

Além disso, conheci uma ex-aluna do IFSC, que esteve em Beja também pelo Propicie, a Karina. Ela estudava no IFSC Câmpus Lages, e me contou que já estava há 5 anos no país, renovando o visto como estudante do IPBeja, e que estava terminando o mestrado e indo para o doutorado. Ela me auxiliou muito na reta final e viramos amigos por sermos de uma região muito próxima. Com ela, descobri muito da situação política em Beja. Ela e o professor João trabalham juntos, e ele me apresentou a ela. O professor João também me apresentou os doces conventuais de Portugal. Eles são doces feitos de ovos ou farinha, que não são tão doces comparados aos doces brasileiros, mas suaves e inesquecíveis. Planejo eventualmente voltar àquela cidade, com o objetivo de ficar.

Termino aqui este relato. Agradeço ao IFSC pela oportunidade, e espero que todo o relato tenha sido útil para a nossa instituição.

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As últimas semanas do intercâmbio

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 25 jan 2024 10:30 Data de Atualização: 25 jan 2024 10:30

De volta para o Brasil, Flávia Bueno Baraldi, nossa aluna da décima fase de Engenharia Elétrica do Câmpus Joinville, nos atualizou sobre suas experiências de viagem e pesquisa pela Europa durante seu intercâmbio pelo Propicie 20. Nesse último relato, ela nos contou mais sobre as oportunidades mais econômicas de trânsito entre as cidades da Espanha por companhias aéreas e sobre a produção do seu artigo finalizado e submetido para publicação em periódico internacional.

Veja a seguir como foi a finalização do projeto da Flávia na Universidade de Deusto, na Espanha, em suas últimas semanas de intercâmbio. 
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Hoje já escrevo esse relato do Brasil. De outubro para cá parece que o tempo voou e quando vi já estava na hora de voltar para casa. As últimas semanas foram muito intensas, regadas de muito trabalho e prazos a cumprir. Mas que, no fim, graças a Deus, deu tudo certo!

No mês de novembro trabalhei com foco nos resultados do projeto e fiz inúmeros testes para que pudéssemos ter material gráfico para compor o artigo iniciado. Conseguimos finalizar, já submetemos para publicação em uma revista internacional e, agora, aguardamos ansiosamente o resultado.

Em novembro também tive a oportunidade de visitar outras cidades e países. Na Europa existem companhias aéreas low cost onde é possível encontrar passagens muito acessíveis. Os horários dos voos não são dos melhores, mas pelo preço acaba compensando bastante. Por exemplo, paguei apenas 8 euros em uma passagem de Maiorca para Barcelona. Sim, a passagem aérea saiu mais barata que um lanche nas lanchonetes de rua.

Os voos low cost são um pouco diferentes dos convencionais, pois não existe serviço de
bordo gratuito e também existe restrição com relação às bagagens. Para conseguir passagens por valores mais baixos só é permitido levar consigo uma mochila, desde que caiba debaixo do assento da frente. Também é necessário ficar atento em relação aos procedimentos de check-in, pois variam de empresa para empresa, e o que é gratuito em uma pode não ser na outra. Segue algumas companhias aéreas low cost que utilizei dos serviços: Vueling, Ryanair e Easy Jet.

A geografia da Europa é muito favorável, o que torna possível viajar de um país para o outro
com facilidade. O aeroporto de Bilbao não opera com todas as companhias low cost, porém existem cidades próximas, como Santander e Victoria-Gasteiz que operam. Uma outra dica em relação às viagens é não pegar passagem de ida e volta da mesma origem/destino. Se você tiver alguns dias a mais, aproveite para fazer um roteiro mais longo com uma estadia de pelo menos 1 dia em cada cidade. Será cansativo, mas muito proveitoso. Passagens de ônibus também são bem em conta, então dependendo do destino vale mais a pena ir de ônibus por conta da flexibilidade com as bagagens.

Eu optei por viajar somente no final do meu intercâmbio por vários motivos, mas o principal
foi o medo. Confesso que estava muito insegura por estar em um lugar diferente e com pessoas desconhecidas. Porém, depois que fui pela primeira vez, tive a sensação de que deveria ter feito isso antes. Minha dica para quem irá nos próximos semestres e que tem esse desejo de conhecer outros lugares é deixar o medo e a insegurança de lado e ir. Tenho certeza de que valerá muito a pena. Existem lugares incríveis e que são de fácil acesso da cidade, então não perca essa oportunidade.

A comunicação, que era um dos meus maiores medos quando cheguei, virou um dos meus
maiores aliados. Posso dizer com certeza que meu inglês e espanhol melhoraram muito, coisa que possivelmente só com um curso de idiomas eu não iria alcançar. O espanhol, que eu tinha certa resistência, nos dias finais da viagem já estava conversando tranquilamente com lojistas e também na universidade.

O intercâmbio foi uma oportunidade única em minha vida! Voltei ao Brasil com o coração
em paz e com o sentimento de dever cumprido. Acredito que através dessa oportunidade irão surgir muitas outras. Além de todo o conhecimento agregado à minha carreira como futura engenheira eletricista, também pude crescer muito como pessoa. Obrigada IFSC e Universidade de Deusto pela oportunidade!

 

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Viagens e aprendizados na Europa

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 18 jan 2024 10:30 Data de Atualização: 18 jan 2024 10:30

Nossa estudante do Câmpus Florianópolis Juliana Hachmann, do Técnico em Desenvolvimento de Sistemas, participou no último semestre do programa de intercâmbio do IFSC, o Propicie. Já de volta ao Brasil, Juliana nos enviou um relato com dicas de viagem e sobre sua participação em um projeto no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

Confira a seguir como foi para a Juliana passar um semestre na cidade de Porto, onde ela participou do projeto Electronics and Informatics applied to Health Systems.

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Estou concluindo o período de intercâmbio muito grata e satisfeita pela oportunidade de participar de um estágio em outra instituição e por ter tido a experiência de morar por 3 meses em outro país. O curso Técnico em Desenvolvimento de Sistemas, que estou fazendo no IFSC, é minha segunda formação, pois estou em um processo de transição de carreira. Ter participado do Propicie foi uma oportunidade muito importante, que enriqueceu minha experiência profissional nesta nova área que escolhi e que poderá também me auxiliar no processo de entrada no mercado de trabalho.

Sobre o projeto em si, nos dois últimos meses do intercâmbio, me envolvi com o desenvolvimento de uma funcionalidade de cadastro para um futuro aplicativo de uso médico. A princípio, pude me familiarizar um pouco com Angular e Typescript (framework e linguagem de desenvolvimento web) e boas práticas de responsividade. Embora trabalhar com o desenvolvimento de interface do usuário não seja meu principal objetivo profissional, é sempre muito interessante aprender um pouco sobre as práticas nesta área e também sobre novas linguagens e padrões de projeto. Neste processo, tive um contato valioso com um dos outros programadores do projeto, que teve o papel de me orientar, tirar dúvidas e foi o primeiro profissional com quem trabalhei na área. Com ele, pude aprender mais sobre arquitetura de software, ferramentas de versionamento e o fluxo de trabalho em equipe. Além disso, tive contato com tecnologias de informação específicas para a área da saúde, especialmente o padrão FHIR/HL7 e suas implementações.

Infelizmente, o projeto ainda estava no início e muitas das decisões principais não seriam tomadas unicamente pelo ISEP, sendo que muitas coisas ainda dependeriam de reuniões com equipe médica e a empresa responsável pelo desenvolvimento do hardware ao qual a aplicação web se integrará. Devido a isto, as demandas ainda eram incertas. Porém, o lado positivo é que havia tempo para experimentação e aprofundamento em conceitos, bem como espaço para pesquisa e outras aprendizagens. A equipe foi muito gentil e compartilhou o acesso ao código-fonte do projeto anterior (muito similar ao que está iniciando), o qual ainda utilizarei para estudos futuros.

Por sermos intercambistas, o instituto foi muito flexível em relação a horários, o que tornou possível aproveitar também a vivência cultural de morar em outro continente. Então nestes três meses, eu — e creio que todos os colegas que vieram — conseguimos nos organizar e aproveitar para viajar e conhecer outras regiões. Foi possível visitar desde grandes capitais a cidades “medievais” e pequenas aldeias portuguesas; tive também bastante contato com a natureza, fazendo caminhadas ou saídas com grupos de trilhas locais em lugares impressionantes em termos de natureza e patrimônio histórico! Sou muito grata ao IFSC pela oportunidade que, provavelmente, eu nunca teria de outra maneira.

Para finalizar o relato, vou deixar algumas dicas para quem quer tentar participar do intercâmbio e também para aqueles que já foram selecionados para as próximas edições. A língua inglesa é essencial, então, para quem tiver a possibilidade, que invista tempo para aprender, pois vai abrir muitas portas — não apenas em relação ao Propicie, mas em muitas outras oportunidades no futuro.

Outra dica é que antes de escolher o projeto, se possível, busque se informar sobre qual será o seu papel nele. Embora tenha aprendido muito no projeto do qual participei, pela descrição que constava no edital, imaginava que iria ter uma função bastante diferente e no início foi um pouco frustrante até conseguir ajustar a minha expectativa. Então, se possível, envie e-mails aos responsáveis nas instituições parceiras questionando sobre o estágio, para que você possa ter uma ideia mais detalhada do que seria o seu trabalho em cada um dos projetos que lhe interessam. 

Por fim, uma última dica, já para quem foi selecionado, seria em relação a se organizar para viagens e passeios que farão parte do seu intercâmbio. Há muitas possibilidades — desde fazer pequenos passeios locais, investir em curtas visitas a outros países, ou até mesmo uma pequena “Eurotrip” de 2 semanas, por exemplo (caso seu projeto ofereça esta flexibilidade de horários — busque se informar com o coordenador da instituição para onde você vai). Seja qual for o tipo de viagem que você planeja, minha dica seria: pesquise bastante sobre os locais, não deixe para a última hora, se planeje com antecedência (especialmente na compra de passagens e estadia), não perca oportunidades e busque aproveitar ao máximo esta experiência!
 

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Conhecendo de perto a cultura da Espanha

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 11 jan 2024 10:30 Data de Atualização: 11 jan 2024 10:30

Você sabia que alunos dos nossos cursos de ensino médio integrado também podem fazer intercâmbio? O estudante Eduardo Flach Prevedello, que cursa o segundo ano do Integrado em Eletromecânica no Câmpus São Miguel do Oeste, voltou em dezembro da cidade de Bilbao, na Espanha, onde participou do Propicie. Lá, ele fez parte do projeto Modelagem computacional de técnicas de manufatura aditiva, na Universidade de Deusto.

Veja como foi essa experiência no relato que o Eduardo nos enviou contando mais sobre a sua rotina e como foi a participação no projeto.

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Com esses 3 meses na Espanha, posso dizer que meu inglês melhorou muito, já que adquiri mais confiança para falar o idioma. Às vezes acontece de eu falar inglês sem querer com as pessoas do Brasil, devido ao costume de falar a língua. Também acontecia de misturar o português com o inglês quando falava com as pessoas de lá.


Quanto ao projeto, o objetivo é analisar o processo de Deposição de Metal a Laser (SLM) através de simulações de software, testando e comparando diferentes velocidades e técnicas de deposição no qual o processo é realizado. Felizmente, consegui realizar as simulações e obter resultados que vão contribuir para o relatório científico que está sendo desenvolvido.

Além de aprender e entender o processo de deposição de metal a laser, acredito que aprendi muitas outras coisas. Entendi como funciona um projeto de intercâmbio e projetos acadêmicos. Aprendi a desenvolver um relatório científico, aprendi a usar softwares DEM, entendi como é a cultura europeia e principalmente a espanhola. Com isso, posso concluir que um intercâmbio não é só um projeto, é uma experiência que te transforma, pessoal e profissionalmente.

Sobre minha rotina, eu acordava às 8h da manhã, que era dedicada a cuidar da minha saúde. À tarde eu ia para a universidade, que era longe, mas graças ao transporte público não tive dificuldades. A noite costumava realizar atividades do IFSC, ir para academia, que era do próprio alojamento e dormir em torno das 23h.

A comida foi um desafio. No lugar onde eu estava eles comiam num estilo bem americano, ou seja, muito fast food. Eu cozinhava porque não conseguia me acostumar com esse estilo.

Não foi a primeira vez que viajei para fora do Brasil, acredito que isso me proporcionou um pouco mais de conforto e segurança. Eu também já morava sozinho antes e acho que isso contribuiu para que eu me sentisse mais seguro, por já estar acostumado. Quanto à família, meus pais vieram junto comigo e passaram alguns dias em Bilbao, foi uma experiência muito boa. Depois que eles voltaram para o Brasil, conversava com eles diariamente e também conversava com meus amigos e namorada.

Para os que pretendem tentar o intercâmbio, minha dica é que se preparem com antecedência na questão de passagens aéreas, moradia e ter em mente que a bolsa fornecida talvez não seja suficiente para cobrir 100% dos gastos. Escolha um projeto que você se identifique. Por fim, apesar de ser uma experiência desafiadora, recompensa muito, não tenha medo de tentar.

 

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Aprendizados na Universidade de HAMK

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 04 jan 2024 10:30 Data de Atualização: 04 jan 2024 10:30

No último semestre, nosso estudante de Engenharia Elétrica do Câmpus Joinville, Elias Anzini Junior, esteve na Finlândia participando do Propicie. Durante esse período, ele desenvolveu um projeto na Universidade de HAMK, em Hämeenlinna, fez novas amizades e conheceu de perto a cultura Finlandesa.

Veja o relato sobre as experiências de intercâmbio do Elias e as dicas que ele dá para quem também tem interesse em realizar um intercâmbio.
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Realizei meu intercâmbio na universidade HAMK, em Hämeenlinna, no escritório de pesquisa e desenvolvimento HAMK SMART. O objetivo do projeto em que participei foi desenvolver e treinar um modelo de aprendizado de máquina que recebesse dados em grande escala disponíveis em uma ampla variedade de locais e horários e, com base nisso, produzisse uma estimativa de variáveis relevantes do ecossistema agrícola, incluindo dados de estoque de carbono. Em um primeiro momento desenvolvi um programa de coleta de imagens da região da Finlândia utilizando os satélites Copernicus. Depois, desenvolvi um modelo de GAN (Generative Adversarial Network) para geração de imagens, entretanto, devido ao curto período de tempo não obtemos modelos com resultados satisfatórios.

Devido à alta ocupação de estudantes intercambistas, as acomodações estudantis em Hämeenlinna estavam indisponíveis. Por isso, morei nas acomodações da universidade de HAMK em Lepaa. Esse imprevisto acabou gerando uma das melhores oportunidades que tive, já que pude viver com 5 estudantes intercambistas no mesmo apartamento e compartilhar experiências diárias com todos. Durante esse tempo desenvolvi grandes amizades internacionais, pois sempre estávamos viajando e participando de eventos juntos. 

Tudo foi muito desafiador para mim, através dessa oportunidade consegui desenvolver muito bem meu inglês através da vivência diária. A universidade de Lepaa, onde morei, tinha uma academia onde conheci novos gymbros para treinar junto. Todos os estudantes de Lepaa tratavam muito bem os alunos intercambistas, convidando-os para festas na sauna, no lago e até jogos de cartas em suas residências.

Na universidade HAMK em Hämeenlinna onde trabalhei, todos foram muito acolhedores. Foi uma grande oportunidade de desenvolvimento profissional, lá eu trabalhava de forma híbrida entre presencial e home office, eu tinha total liberdade para escolher.

O idioma oficial é o finlandês e o sueco, entretanto, a maioria da população sabe falar inglês. Por isso, não tive problemas com a comunicação. É impressionante como praticamente todos conseguem se comunicar em inglês. 

Sobre a culinária, no almoço tínhamos refeições baratas na universidade, já em outras refeições sempre busquei o mais barato para me alimentar, por exemplo, arroz, massas, batatas, ovos e algumas frutas. Vale ressaltar que o preço dos alimentos é praticamente o dobro do Brasil, então refeições à base de carne, que é o mais caro, eu evitava cozinhar. Uma bebida muito comum no Natal é o glögg, que é servido aquecido com gosto similar ao quentão brasileiro. Eles costumam comer pão no almoço e tomam muito café. Os cogumelos estão bastante presentes em suas refeições também.

Outra oportunidade interessante que o intercâmbio na Europa proporciona são os voos com preços baixos por companhias de baixo custo para outros países. Deste modo, se você realizar um planejamento antecipado, você consegue comprar passagens por 40 euros para Londres ida e volta (exemplo da que comprei). Tive a oportunidade de viajar para Inglaterra e Polônia através dessa companhia e via ferry fui para Tallinn, na Estônia.

Para viagens dentro da Finlândia, visitei as seguintes cidades: Hämeenlinna, Helsinque, Tampere, Turku e Rovaniemi. Não falarei de todas minhas experiências aqui, mas recomendo a visita em todas as cidades que citei, dentro de Tampere visite o museu dos games e para Rovaniemi compre uma passagem noturna de trem ANTECIPADAMENTE, pois os preços aumentam com o tempo e você não quer pagar caro para ver o papai noel. É impressionante a malha ferroviária VR da Finlândia, onde pude ir de trem para todas as cidades em que eu me interessei.

Falando sobre o clima da Finlândia, você não precisa se preocupar muito com roupas de frio. Uma jaqueta grossa, luvas, gorro e cachecol é suficiente. Os períodos de frio intenso são entre novembro e março. Então se você for fora deste intervalo provavelmente não precisa de muitas coisas e o resto se compara ao frio do sul do Brasil. Durante esse tempo que citei, que é o inverno, os dias tem duração curtíssima. Quando cheguei, em setembro, o sol ficava praticamente até 20 hrs no céu, e quando saí, em dezembro, o pôr do sol ocorria em torno das 16 hrs. Durante o inverno também é o período onde é possível ver a aurora boreal. Tive o prazer de conseguir ver, mas é difícil bater uma foto se o seu celular não possui câmera noturna, dependendo da intensidade.

Sobre a cultura finlandesa, eles possuem sauna em praticamente todo lugar. A maioria dos lagos possuem decks para mergulho. Além disso, todos me recepcionaram muito bem e foram bem acolhedores. Tanto a universidade em que morei em Lepaa quanto a que trabalhei em Hämeenlinna sempre oferecem eventos universitários para participar, como esportes, etc., vale a pena ir e conhecer mais pessoas. Além disso, lá sempre tem jogos de hóquei, que é extremamente popular na região, então vale a pena conferir também.

Falando no geral sobre minha experiência, tudo foi muito desafiador e gratificante. No final de tudo você tem o sentimento de prazer por ter enfrentado e vivenciado esse turbilhão de experiências. Certamente tudo colaborou tanto para o meu desenvolvimento tanto pessoal quanto profissional.

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Rotina e amizades na cidade de Porto

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 28 dez 2023 10:30 Data de Atualização: 28 dez 2023 10:30

Para inspirar sonhos para o seu próximo ano, trouxemos mais um relato de intercâmbio de uma das nossas alunas que foi este ano para Portugal através do Propicie. A Renata Digsasz de Araujo, aluna do Técnico em Química do Câmpus Jaraguá do Sul, realizou um projeto no Instituto Politécnico do Porto (ISEP) durante o último semestre de 2023 e contou sobre essa experiência para nós enquanto ainda estava em intercâmbio.

Conheça as diferenças culturais e curiosidades que ela percebeu durante seu período em Portugal, assim como um pouco da rotina e novas amizades que ela fez por lá.
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Minha família ficou feliz por mim quando descobriram que eu havia sido aprovada no PROPICIE e se colocaram à disposição para me ajudar com o que fosse necessário e possível. Eu inicialmente fiquei surpresa, mas conforme se aproximava do dia da viagem, passei a ficar ansiosa e com medo de vir, principalmente por ter medo de viajar de avião.

Apesar de não ter sido a primeira vez que eu viajei de avião, foi a primeira vez que realizei uma viagem internacional/intercontinental e é também a primeira vez que moro sozinha. Mesmo há mais de 8000 km de distância de casa, não senti muita diferença aqui, talvez porque minha cidade é tão segura quanto a cidade do Porto, por questão da língua ser muito similar, pela a arquitetura ser parecida com a de alguns lugares em que já vivi ou pelo meu círculo social ser composto praticamente por brasileiros. Ainda assim há muitas diferenças consideráveis, como a existência do metrô, o transporte público no geral, os pontos turísticos e a quantidade de pessoas de diferentes nacionalidades que se encontram aqui, etc.

Sobre as coisas que são diferentes aqui, eu poderia começar falando da língua, que de igual tem só o nome, pois o sotaque e o significado das palavras são muito diferentes, fazendo com que seja difícil a comunicação inicialmente, mas que após um período de adaptação se torne mais fácil. Outras coisas que são diferentes aqui são o valor dos alimentos, que desconsiderando a cotação, são bem mais baratos no Brasil, o que significa que aqui o poder de compra é um pouco maior. Algo que eu gostei de ver por aqui é a organização política das pessoas, que é bem diferente da minha cidade. Os alimentos tradicionais daqui são maravilhosos, a francesinha e o Pastel de Nata foram alimentos que me surpreenderam positivamente.

Anteriormente citei que estou morando sozinha pela primeira vez. Apesar de ser razoavelmente independente e conseguir satisfazer minhas necessidades quando necessário, me encontrei um pouco perdida nessa cidade, considerando que os produtos disponíveis são diferentes daqueles existentes no Brasil e que eu não sei cozinhar e tenho preguiça de cozinhar. Ao perceber algumas dessas dificuldades, principalmente aquelas relacionadas à alimentação, tomei a decisão de ir me consultar com a nutricionista do ISEP, que me auxiliou com minhas questões e me ajudou a planejar as minhas refeições. Apesar disso, geralmente almoço no ISEP, por conta da praticidade.

Antes de comentar minhas rotinas, gostaria de fazer uma observação sobre os amigos que fiz aqui, pois me aproximei majoritariamente de brasileiros, alguns que vieram para realizar a Dupla Titulação e outros que vieram para fazer o Propicie, como eu. Aos finais de semana geralmente nos reunimos e realizamos algum tipo de programa de lazer, como ir à praia ou visitar lugares turísticos por Portugal. Nos dias de semana, além de planejar o que será feito nos finais de semana, minha rotina se baseia em vir à instituição, ir à academia e voltar ao Hostel em que estou hospedada.

Uma das coisas que eu percebi de cara quando vim para a universidade pela primeira vez foi a roupa que alguns alunos usam. Aqui existe uma cultura da praxe (conhecida como trote por nós), na qual os alunos se vestem de forma parecida com os personagens de Harry Potter (na verdade, seria o contrário) e utilizam colheres gigantes, que é o símbolo da praxe, e realizam algumas atividades com os calouros.

Minha atuação no projeto tem a parte prática e a parte teórica. Na parte prática eu auxilio a preparar algumas soluções ou amostras, a preparar os reagentes do HPLC e afins. Na parte teórica eu leio alguns artigos sobre o projeto e também faço o desenvolvimento de um artigo sobre o projeto. O objetivo é qualificar e quantificar os poluentes orgânicos que são absorvidos pelos bombeiros durante o trabalho e o treinamento. Inicialmente foi um pouco difícil de entender o projeto ou qual seria minha função dentro dele, pois alguns dos métodos utilizados eu ainda não havia visto, mas conforme fui trabalhando e lendo sobre o projeto, mais fácil ficou de assimilar e entender os métodos utilizados.

Creio que essa experiência vem sendo muito enriquecedora de forma pessoal e profissional, apesar da distância da família e do choque cultural. Ter a chance de realizar o intercâmbio nesse momento me fez conhecer a mim mesma de uma forma muito mais profunda, visto que estou distante de toda a vida construída para mim no Brasil. Assim sendo, sou muito mais capaz de entender e descobrir meus pontos fortes e fracos. Se eu pudesse dar uma dica para alguém que pensa em vir para cá, meu conselho seria apenas para que a pessoa tentasse mesmo, e que viesse com a cabeça aberta, disposta a conhecer a cultura do lugar, as comidas, entre outros. Mas o ideal é vir com muito planejamento financeiro também, pois como as coisas são "baratas" você acaba gastando às vezes mais do que deveria, sem perceber.

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Pela primeira vez longe da família

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 21 dez 2023 10:30 Data de Atualização: 21 dez 2023 10:30

Para muitos intercambistas, a experiência de estudar em outro país significa pela primeira vez morar longe da família. Esse foi o caso do Miguel Philippi Araújo, nosso aluno do Técnico Integrado em Eletrônica do Câmpus Florianópolis, que participou do Propicie 20. No relato que ele nos enviou em Outubro, ele contou sobre os aprendizados pelos quais ele passou ao participar no projeto Electronics and Informatics Applied to Health Systems (INNO4HEALTH) no segundo semestre deste ano.

Leia o relato do Miguel e conheça um pouco mais sobre como é participar de um projeto no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), em Portugal.
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Embora a língua falada em Porto seja o Português, devido ao dialeto, sotaque e tom de voz serem diferentes, algumas vezes eu tenho dificuldade em entender e preciso que as frases sejam repetidas. Como na residência estudantil que eu vivo, a maioria dos estudantes são estrangeiros, preciso estar constantemente falando inglês, especialmente com meus colegas de apartamento. Normalmente conseguimos conversar tranquilamente em inglês, ainda que encontremos alguns empecilhos durante conversas por esquecermos das palavras. Estou aproveitando também a oportunidade para tentar aprender algumas palavras em francês e espanhol com meus colegas de apartamento.

Os outros estudantes que tive mais contato fora do âmbito acadêmico com quem eventualmente criei amizade foram alguns colegas do meu apartamento, outros residentes do lugar onde estou morando e os outros intercambistas do IFSC. Apesar de já ter feito programas com todos, os que tenho maior costume de sair junto são minhas colegas de apartamento, ainda que eu tenha uma viagem marcada para Madrid com os outros intercambistas. Meus amigos da residência consistem igualmente de Europeus e Sul-Americanos, incluindo pessoas da Bélgica, Espanha, Uruguai, Brasil e até mesmo Liechtenstein.

Acredito que as três coisas que mais me causaram estranhamento foram: o tom de voz da maioria dos portugueses, que falam extremamente baixo, a um ponto que é complicado entendê-los caso você não esteja virado diretamente para eles; a vestimenta utilizada pelos alunos do segundo ano da universidade, que se trata de um uniforme tradicional com uma longa capa preta; e a duração dos trotes universitários dos “caloiros” (como são chamados em Portugal), que ocorrem todo dia por mais de um mês.

Como estou em mobilidade de pesquisa, acabei não tendo nenhuma aula, portanto não posso opinar na didática dos professores na sala de aula, porém consegui perceber uma certa distância até mesmo durante a coordenação de projetos, já que eu estou recebendo pouca orientação.

O objetivo do projeto é criar uma série de dispositivos de monitoramento inteligente de saúde, utilizando sensores e algoritmos inteligentes. Nesse projeto minha função seria trabalhar com o hardware desses sensores, porém até agora não tive nenhuma função atribuída à mim, sendo meu tempo reservado somente para o estudo do uso de sensores e microcontroladores.

As maiores dificuldades que encontrei foram a falta de atividades nesse primeiro momento, a falta de recursos e a falta de orientação para atividades. Fui alocado a uma sala comum, e não um laboratório de eletrônica, logo não tenho acesso a instrumentação, preciso percorrer todo um processo para conseguir componentes limitados e ainda aguardo a chegada dos sensores oficiais para estudo desde o final do mês passado (setembro). Sobre a orientação para atividades, nenhum dos professores do GECAD, meu departamento, tem envolvimento com o hardware ou firmware do projeto, fazendo com que eu precise tirar minhas dúvidas na internet.

Consegui utilizar esses primeiros momentos do projeto para aprofundar meus conhecimentos em programação, especialmente a linguagem C e Javascript, das quais tive que aprender o básico quando ainda me estava atribuída a função do desenvolvimento front-end. Além disso aprendi mais sobre o uso de microcontroladores e sensores com uma parte de teoria dos sensores também, embora eu acredite que não fosse necessário meu envolvimento no projeto para tais aprendizados.

Estou morando em uma residência estudantil chamada LIV Student Campus Street, que se situa bem próxima à instituição de ensino. Consegui alugar um quarto na residência em um tipo de apartamento chamado cluster, no qual oito pessoas compartilham uma cozinha e sala de estar comum, embora tenham suítes privadas. Aluguei quando eu ainda estava no Brasil, reservando online. Minha rotina hoje consiste somente em acordar, me arrumar para sair, tomar café da manhã, passar o dia na universidade, depois retornar para casa, ir à academia da residência, cozinhar meu jantar e depois participar um pouco em atividades de lazer antes de me preparar para dormir, deixando todas as tarefas domésticas para o domingo.

Apesar de almoçar no restaurante universitário, tenho que cozinhar o jantar pelo menos a cada dois dias. Todos meus colegas de apartamento cozinham, porém são poucas as vezes em que fazemos comida juntos, deixando para ocasiões especiais. A comida aqui é muito menos baseada em carne de gado, porém mesmo no restaurante universitário é bem saborosa. Fui positivamente surpreendido pelo estrogonofe deles e acredito que esse prato esteja batalhando com o empadão de bacalhau pela posição de meu prato predileto. Na janta eu costumo cozinhar pratos simples e parecidos, então não há nada de impressionante sobre eles.

Como sempre tive apoio dos meus pais para realizar intercâmbio, eles ficaram extremamente contentes quando descobriram que eu fui aprovado no programa e me ajudaram em todas as etapas de preparação da viagem, até mesmo viajando comigo na primeira semana. Já havia viajado anteriormente para a Europa, então a experiência acabou não sendo tão assustadora. Como é minha primeira experiência morando sozinho e não tendo nenhum conhecido em uma cidade nova, foi um pouco difícil no começo e as saudades estavam insuportáveis, porém conforme fui me acostumando e criando novas amizades aqui, ficou mais fácil lidar com a distância, conquanto eu troque mensagens quase diariamente com amigos e familiares no Brasil e faça chamadas de vídeo semanais com meus pais.

Busque destaque acadêmico, seja somente nas aulas ou projetos de pesquisa e extensão. Não se contente com o pouco e tente se lançar à novas experiências sempre que possível, pois isso que irá lhe abrir portas para essas oportunidades.
 

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Estudando novos idiomas em Bragança

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 14 dez 2023 10:30 Data de Atualização: 14 dez 2023 10:30

No post de hoje, vamos acompanhar como está sendo a experiência de intercâmbio do estudante Pedro Cassana dos Santos, do curso de Gestão de Turismo do Câmpus Florianópolis-Continente. Desde agosto ele está em Mirandela, no distrito de Bragança, cursando disciplinas de espanhol e francês no Instituto Politécnico de Bragança (IPB). Ele nos contou um pouco das suas impressões sobre diferenças culturais e deu dicas para quem também pensa em estudar em outro país.


Saiba mais sobre a rotina e novos aprendizados do Pedro no relato a seguir:


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Bom, dia 13 de setembro faz um mês que estou em Mirandela, Portugal. Estou em mobilidade a fim de estudar línguas e turismo. Ir para outro país sozinho e sem conhecer ninguém é uma experiência incrível, cheio de altos e baixos, assim como a vida, mas uma grande oportunidade de se descobrir dentro de outras perspectivas. Mirandela é uma cidade com cerca de 13 mil habitantes, dos quais um grande percentual se encontra nas aldeias, um pouco mais retirados do centro. Existem poucos lugares turísticos a se conhecer, em contrapartida, o turismo rural está em alta aqui por ser uma cidade com produção de azeitona e castanhas.

O instituto Politécnico de Bragança é relativamente grande, com equipamentos (acho eu) de última geração, com boa estrutura e até mesmo um café no piso inferior, para os alunos degustarem de uma boa alimentação durante o período das aulas. Os professores são bem qualificados, com metodologias inclusivas, apenas deixam a faltar quando o assunto é “alunos inquietos ou desinteressados”, pois já houve casos de eu não conseguir prestar atenção e não conseguir entender, lembrando que estou aprendendo uma segunda língua com professores que falam uma terceira língua. Talvez o ponto não seja os professores, pode ser que a cultura das universidades em Portugal seja diferente do que a do Brasil.

Logo que cheguei a faculdade fui à diretoria pegar o meu cartão de estudante o qual, para ganhar presença nas aulas, preciso aproximar de uma máquina, assim como, para que eu possa imprimir ou até mesmo comer na cantina, preciso aproximar o cartão. Outro detalhe interessante é que você pode carregar o cartão para se alimentar. Estou trabalhando na Biblioteca do IPB 7h e 30 minutos por semana, e ganho um auxílio em euros no cartão de estudante. O que eu não gostei foi que, se eu quiser retirar esse “dinheiro” que ganhei trabalhando na biblioteca, eu não posso.

Algo muito bom é a variedade dos cardápios da cantina, todo dia você pode optar entre carne, peixe ou vegetariano. O detalhe é que você precisa reservar um dia antes pelo site do IPB. Outro detalhe muito legal é a plataforma utilizada para os alunos, seja o IPBonline no qual reservo o almoço/janta ou o IPBvirtual, onde tenho acesso aos materiais deixados pelos professores, como lembretes e informações.

Falando um pouco sobre o dia a dia na universidade, passei por um caso no qual me senti julgado por ser de onde sou ou até mesmo por ser como sou. Pode ser que seja apenas uma má interpretação do contexto, levando em conta todo o fluxo de informações novas que estou experienciando, mas foi algo que me fez refletir. Aproveitando essa deixa, descobri que o IPB nos dá a possibilidade de nos encontrarmos com a psicóloga que atua no Instituto, sem custo algum.

Língua: Esta foi a primeira vez que tive contato com o português de Portugal, então no começo foi um pequeno choque, por ser um pouco mais difícil de entender. Na aula de Espanhol a professora é da Espanha, então está sendo super interessante aprender uma nova língua com uma pessoa nativa. Já no francês complicou um pouco, por ser uma língua que exige mais atenção e dedicação para aprender. Agora, no inglês não obtive a mesma sorte, as matérias ofertadas exigiam um nível mais avançado, com isso acabei tendo que escolher outra matéria.

Amizade: Minhas primeiras amizades na faculdade foram brasileiras, alunas do IFG. Hoje em dia tenho mais conhecidos, do Brasil e da África. Com os portugueses não senti tanta liberdade para começar novas relações.

Curiosidades: O que me chama atenção nesse momento é o choque cultural, os brasileiros são muito calorosos em suas relações, e a primeira impressão que tenho é que os portugueses são diferentes nesse aspecto. Outro detalhe é a comida da cantina, com uma variedade de peixes, carnes e vegetarianos com salada à vontade. No âmbito das aulas, em algumas tenho a impressão de ser uma extensão do ensino médio, nas quais ainda se tem aquele olhar de ensino médio com os alunos, como pedir para ir ao banheiro ou ter muitas conversas aleatórias em horário de aula. Os professores de todas as aulas deixam o material de ensino na plataforma para podermos baixar ou até mesmo imprimir caso necessário. Metodologia/Ensino: As didáticas dos professores são bem interessantes, sendo que tem uma delas que puxa mais para o trabalho de campo, até mesmo o trabalho final será sobre a elaboração de um projeto. Outro caso são as professoras que buscam uma metodologia que se aplique a todos os alunos presentes em classe, visto que temos diferentes pessoas com diferentes níveis de línguas, com isso me senti acolhido para aprender. O que me frustrou foi o fato de querer muito fazer a matéria de inglês e não poder, por ser o único aluno em aula que não sabia o básico, mas em relação às outras matérias está sendo super legal. Confesso ter bastante dificuldade em francês ainda, mas espero que até o final deste semestre as coisas estejam mais simples. Aprendizado: Talvez ainda seja muito cedo para estar falando sobre o aprendizado, mas o que posso adiantar é que estar em contato com outras culturas, podendo conhecer mais de perto outras realidades de vida e outros olhares para o simples fato de existir, vai ser um grande aprendizado para a vida.

Rotina (se intercâmbio presencial): Atualmente moro a 10 minutos a pé da faculdade, com um casal de brasileiros e uma mulher dos Estados Unidos. Consegui essa casa para morar via um grupo no WhatsApp quando ainda estava no Brasil. Ainda estou no processo de adaptação em relação à rotina, pois como tive que optar por escolher outra matéria que não o inglês, estou esperando para ver em qual dia terei aulas.

Comidas: Eu gosto muito de cozinhar, onde moro é individual a alimentação, então cada um cozinha o seu, mas vire e mexe nós fazemos comidas todos juntos. Porém, como estou trabalhando na biblioteca da faculdade, eu ganho dinheiro em um cartão que você só pode gastar nas cantina e impressões, com isso, consigo almoçar e jantar de segunda a sábado na universidade. O que me chama atenção aqui é a variedade de peixes no menu da cantina e os preços dos chips, chocolates, sorvetes e bolachas. Gostei muito do filé de salmão.

Saudades: Obtive muito apoio dos meus familiares e amigos quando comentei sobre o intercâmbio, mesmo não sendo minha primeira vez na Europa, me deixaram com o coração quentinho em relação a estarmos juntos, mesmo que longe. Como estou tendo um fluxo de informações gigantesco todos os dias, talvez ainda não tenha dado tempo de sentir saudades, mas não ter as pessoas que você ama do seu lado para te abraçar, faz total diferença. Eu falo ao menos uma vez por semana com meus pais.

Dicas: o que você diria aos estudantes que pretendem realizar intercâmbio? Primeira coisa é que busquem as coordenações de seu curso para estarem cientes do que é preciso para a realização do intercâmbio. Deixe um dinheiro reservado para isso, assim como todos os documentos necessários. Agora, quando já estiverem em mobilidade, eu aconselho a se permitirem viver o que o mundo estará te ofertando, não tenha medo de viver novas experiências, aproveite esse novo contexto para se aproximar de você mesmo e para descobrir novas perspectivas sobre o mundo. Abra sua mente e coração e viva intensamente um dia de cada vez.

 

BLOG DOS INTERCAMBISTAS

Experiências na cidade de Beja

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 07 dez 2023 10:30 Data de Atualização: 07 dez 2023 10:30

Nosso estudante de Engenharia de Alimentos, Maykon Allan Soldati Quandt, do Câmpus Urupema, está participando desde setembro de um projeto no Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), pelo nosso programa de intercâmbio, o Propicie. No relato dele sobre essas experiências, conhecemos um pouco mais sobre o projeto “Evaluation fat bloom formation in dark chocolate” e outras curiosidades sobre a vida em Portugal.

Confira o relato do Maykon sobre como tem sido o intercâmbio:
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Cheguei em Portugal no dia 18 de setembro de 2023, às 8h45min do horário local. Em meu primeiro voo internacional, aproveitei muito as refeições servidas a bordo. No entanto, senti vontade de ir ao banheiro logo após o desembarque, e logo me deparei com a primeira diferença cultural: o descarte do papel higiênico. Muitos estrangeiros quando chegam ao Brasil relatam que nós descartamos o papel em lixeiras, enquanto eles descartam no vaso sanitário, e no aeroporto de Lisboa era assim que funcionava. Como lembrei desse detalhe, descartei logo o papel deste jeito, porém essa é uma realidade local, não aplicada a toda Portugal.

O dialeto estremenho é compreensível quando a conversa é simples, porém há muita diferença em substantivos adereçados a produtos comerciais e localidades. Um corte de costela pode ser chamado de entrecosto, o açougue é referido como talho, o banheiro é casa de banho, e o vaso sanitário é a sanita. No Brasil nos ensinam só algumas palavras de duplo sentido, como a cueca que é o substantivo para a roupa íntima feminina. Para a europa, Portugal é um destino turístico de verão, devido às suas praias com águas quentes e com muitas ondas, ótimas para surfe.

Por isso, a compreensão do inglês para quem visita ou mora nos grandes centros é crucial, já que muitos turistas anglófonos te abordam para pedir informações em inglês. Graças ao inglês, durante minha visita a Porto, um turista britânico me deu um bilhete para viagens gratuitas durante 10 horas, que era o período restante do bilhete que ele havia comprado. Ao chegar em Lisboa, busquei por um chip de telemóvel para poder conectar à internet. Comprei passagens para Beja, utilizando a Rede Expressos, e me estabeleci em um quarto ofertado por 230€/mês. Negociei este quarto no mesmo dia, pois há muita dificuldade em fechar negócios a distância, uma vez que a cidade não atende a demanda de residências. Para segurança, negociei umas diárias em um hostel de Beja. Há um total de 5 moradores nesta casa, cada um em seu quarto individual, e as minhas maiores amizades são os pais destes moradores e a dona do imóvel.

O povo português costuma ter receio com imigrantes devido ao recente histórico de perigos, porém, ao conquistar a confiança, logo se tornam bem receptivos. A dona do imóvel frequentemente cozinha para mim, já que ela conheceu brasileiros e gosta bastante da nossa comida, mas ela anda a me apresentar diversos pratos portugueses, principalmente as sopas e produtos de pão alentejano.

No dia 19 de setembro, houve a recepção aos alunos do Erasmus+, programa da União Européia que realiza a logística de alunos de todas as partes da Europa. Eles passam 6 meses a estudar na instituição e depois voltam para cursar as cadeiras nas instituições originais. Este programa é muito interessante, pois amplia a visão de mundo dos estudantes de ensino superior da Europa sobre as realidades dos diferentes países do conglomerado de países. Para a apresentação, recepção e comunicação durante o evento, foi necessário o conhecimento de inglês, em questão de compreensão, leitura e fala. Este evento é interessante, pois nos é apresentado fatos sobre a cultura, história e tradição de Portugal e da região alentejana.

Portugal possui cerca de 18 distritos, que são equivalentes aos estados do Brasil. Beja é a capital do distrito do Baixo Alentejo e possui muita cultura e história, além de muitas atrações esportivas, como piscina pública coberta e descoberta. O IPBeja possui 4 escolas, sendo elas a escola de educação, escola agrária, escola de saúde e escola de tecnologia e gestão. A instituição possui mais de 600 estudantes internacionais e mais de 3000 alunos. Gostaria muito de cursar as cadeiras na instituição, pois ela aparenta servir bem ao meu curso, já que na escola de agrárias existe licenciatura em ciência de alimentos e mestrado em engenharia alimentar. Porém, para o Propicie, resta apenas o projeto científico. Meu projeto consiste em estudar as condições da formação de fat bloom em chocolates, tal qual a temperatura e velocidade do vento, para fazer uma modelagem computacional com estas informações. Meu papel é produzir um chocolate sem as condições de formação de fat bloom, já que uma pessoa inexperiente facilmente deixaria o chocolate em condições para a sua formação, para então ter a aptidão necessária para simular um chocolate com fat bloom. O meu professor orientador é responsável pelas disciplinas de inovação, embalagens e pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, e ele me permite conhecer outros projetos que ele desenvolve simultaneamente.

No momento estou a conhecer muitas coisas de Portugal, porém também sinto muitas saudades do Brasil, a ponto de contar os dias para voltar. Minha comida favorita é choco frito. Como bolsista do projeto do Propicie, também recomendo que as pessoas venham mais preparadas, com dinheiro além da bolsa para poder aproveitar mais a Europa. Espero levar este projeto para uma futura publicação, e assim criar um network para estudos entre as duas instituições (IPBeja «» IFSC).

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Diferenças culturais entre Brasil e Portugal

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 30 nov 2023 10:30 Data de Atualização: 30 nov 2023 19:41

Conhecer um novo país em uma experiência de intercâmbio oferece perspectivas únicas sobre culturas e rotinas diversas. Durante o relato da Laura Martin da Silva Werneck sobre como tem sido seu intercâmbio no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), podemos entender um pouco mais sobre como é a vida na cidade de Porto, em Portugal.

Acompanhe a seguir mais detalhes sobre a rotina, o projeto e as experiências de Laura, estudante de Engenharia Eletrônica do Câmpus Florianópolis, que está em Portugal pelo Propicie 20. Caso você também tenha interesse em fazer um intercâmbio, acesse nossa cartilha e veja como estudar no exterior pelo IFSC.
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A cidade do meu projeto é a cidade do Porto, no norte de Portugal. É uma cidade conhecida pelo turismo. Cheguei no Porto (forma que eles falam, em vez de em Porto) na última semana do verão de Portugal, então a cidade estava cheia de turistas. Era bastante comum ver pessoas com malas ou mochilas de viagem no metrô. Além disso, ao percorrer as ruas e explorar a cidade, o que predominava eram as vozes de diversas línguas, provenientes de todos os lugares do mundo.

Desde a minha chegada, tenho me empenhado em explorar ao máximo todos os lugares e aproveitar ao máximo o tempo deste intercâmbio. Para o projeto, organizei um horário que me permite cumprir as horas necessárias por semana e mesmo assim não sair muito tarde do ISEP. Isso me possibilita desfrutar dos fins de tarde para conhecer novos lugares e aproveitar os fins de semana para viajar e conhecer outras cidades.

Dessa forma, após quase um mês aqui, já consegui perceber e aprender algumas coisas durante a minha estadia, tais como:

● Língua
Nas primeiras semanas aqui, por conta da grande quantidade de turistas, a cidade estava tomada de diversos idiomas, então saber inglês foi essencial. Na própria faculdade, não foi necessário usar o inglês, já que todos os membros do projeto são portugueses ou brasileiros. No entanto, mesmo o português de Portugal sendo uma língua muito próxima da nossa, ainda há momentos em que é difícil compreender completamente o que estão dizendo. Já tiveram casos em que precisei perguntar mais de uma vez o que uma pessoa disse por não ter entendido na primeira vez. Mas depois de algumas semanas você vai se acostumando com a língua e entendendo melhor o que eles falam.

Algo curioso daqui é como os portugueses são “curtos e grossos” no que falam. Qualquer pergunta que se faça eles respondem diretamente, e não entendem às vezes um pedido no meio de uma pergunta. Às vezes esse jeito deles até parece rude, mas depois de um tempo você percebe que não é algo direcionado a você por ser brasileiro ou algo assim, é só o jeito deles mesmo, e com eles mesmos eles são assim e pior, até, às vezes.

Com relação ao inglês, como mencionado anteriormente, não foi necessário para o projeto em si. No entanto, está se mostrando fundamental para a comunicação com outros intercambistas, já que o ISEP recebe pessoas do mundo todo. Isso possibilita interações e trocas culturais com estudantes de diversas nacionalidades, e o inglês se torna uma língua comum que facilita essa comunicação e o entendimento mútuo.

● Amizade
Com relação às amizades, logo no meu segundo dia aqui, conheci outra participante deste mesmo edital do IFSC. Ao longo da semana seguinte à minha chegada, fui conhecendo os outros estudantes do IFSC. Desde o começo, nos unimos muito para fazer passeios e viagens juntos. O engraçado é que três dos outros alunos do IFSC eram do mesmo campus que o meu, mas não nos conhecíamos, e um deles ainda é muito amigo de um amigo meu.

Além do pessoal do Propicie 20, conhecemos outros brasileiros, de outro IF, que vieram fazer a dupla titulação no ISEP. E também conheci um grupo de italianos os quais também vieram estudar no ISEP. Na moradia estudantil em que estou hospedado, há uma diversidade incrível de pessoas de diferentes partes do mundo, incluindo brasileiros, portugueses, espanhóis, indianos, paquistaneses e muitos outros.

● Curiosidades
Ao chegar na faculdade pela primeira vez, o que mais me chamou a atenção foram as roupas tradicionais usadas pelos estudantes. O jeito mais fácil de explicar como elas são é dando como exemplo as roupas de Harry Potter, e isso se dá pelo fato de a escritora dos livros ter morado por um tempo no Porto. Então é como se fosse um uniforme deles, é completamente diferente do que estamos acostumados no Brasil.

Outro aspecto que me surpreendeu bastante, considerando que se trata de uma faculdade de engenharia, é a presença significativa de mulheres. Posso afirmar que a proporção de mulheres e homens no campus é bastante equilibrada, incluindo também a presença de professoras mulheres. Sabemos que, no Brasil, a participação feminina na engenharia é baixa, embora tenha havido melhorias nos últimos anos. A diferença é notável, e é encorajador ver essa diversidade aqui.

● Metodologia/Ensino:
Como meu projeto envolve pesquisa, não tive uma experiência direta com a metodologia de ensino local. No entanto, em relação aos professores que estão colaborando com a pesquisa, é perceptível que talvez não sejamos a principal prioridade deles, ou que eles tenham um estilo de interação mais distante com os alunos. No meu caso, o projeto não existia previamente, apenas a ideia dele, e eu estou encarregada de desenvolvê-lo. O professor responsável me forneceu uma orientação geral do que eles tinham em mente, mas a maior parte do trabalho envolve decisões, pesquisas e ações que estou tomando por conta própria, sem um suporte muito próximo.

Em relação às minhas expectativas, elas não estão sendo totalmente atendidas, especialmente no que diz respeito ao meu projeto. Minha principal decepção está relacionada ao espaço de trabalho designado para mim. Fui alocado em uma sala com algumas mesas onde outros alunos também realizam pesquisas. No entanto, o meu projeto envolverá uma parte prática de construção, e a sala que me foi designada não oferece o suporte necessário para o que vou precisar. Ao questionar o professor responsável pelo projeto sobre essa questão, ele me mostrou outras salas que são laboratórios, mas nenhum deles é específico para a área de eletrônica, que é fundamental para o meu projeto. Um dos laboratórios que ele me mostrou estava relacionado a multimídia, o que não tem relevância para o meu projeto. Portanto, estou bastante preocupado com essa situação. Sei que há outros laboratórios com o que preciso aqui, embora sejam de diferentes disciplinas. Em um caso extremo, estou considerando a possibilidade de verificar se posso utilizar um desses laboratórios alternativos.

No entanto, também houve experiências positivas. Um exemplo disso foi uma entrevista que conduzi com uma psicóloga para coletar dados para o projeto. Ela se mostrou completamente disposta a colaborar, demonstrou grande entusiasmo pelo projeto e pelo que pretendo desenvolver.

O que mais me causa preocupação é a quantidade de trabalho e desenvolvimento necessário para o projeto, considerando o tempo limitado que tenho à disposição. Normalmente, um projeto de grande porte como esse levaria de 5 a 6 meses, ou até mesmo mais. Aqui, no entanto, temos apenas 3 meses para concluí-lo. Dada a abertura que eles dão para desenvolver sozinha o projeto, sem o acompanhamento mais próximo com professores, tenho incertezas quanto à possibilidade de conseguir finalizar tudo dentro do prazo estabelecido no meu plano.

● Projeto de pesquisa
O meu projeto tem como título “Artificial Intelligence applied to Health”, nele irei desenvolver um sistema de sensores para medir diferentes sintomas físicos de pessoas com ansiedade. Com o sensoriamento será possível criar um banco de dados com os dados dos sensores e ver as mudanças que ocorrem quando os indivíduos estão tendo uma pré-crise de ansiedade e quando estão tendo uma crise. A partir desses dados será possível criar um sistema de alerta e apoio com a finalidade de evitar as crises de ansiedade, ou pelo menos, evitar seus efeitos.

Para este projeto, está sendo necessário realizar uma extensa pesquisa sobre os sintomas da ansiedade, em particular os sintomas físicos que podem ser sensorizados. Além disso, é necessário definir uma faixa etária para a realização dos testes. Após a pesquisa relacionada à ansiedade propriamente dita, há a necessidade de conduzir uma pesquisa adicional para determinar quais sensores são essenciais e quais tipos de sensores podem ser utilizados. Essa pesquisa leva em consideração que a pessoa que irá usar os sensores deve se sentir o mais confortável possível, a fim de evitar interferências nos resultados da pesquisa. Portanto, além da parte técnica, é crucial dar atenção especial ao aspecto estético do protótipo.

Após a fase de pesquisa, seguimos para a montagem do protótipo e a programação do projeto. A etapa que mais representa um desafio para mim é a criação do banco de dados, já que é algo que nunca tive experiência anteriormente. Portanto, vou precisar aprender como isso funciona e como posso aplicá-lo neste projeto, especialmente considerando a variedade de sensores envolvidos. Após a conclusão do protótipo, é crucial realizar testes com indivíduos que sofrem de ansiedade para validar o projeto.

Quanto ao meu papel no projeto, como mencionado anteriormente, ele é central, já que fui encarregada de conduzir toda a pesquisa e montagem do projeto de forma independente. Dada a complexidade do projeto, estou determinada a realizar o máximo que posso, mas devido às limitações de tempo, não estou certa se conseguirei concretizar todos os planos conforme o previsto.

● Aprendizado
Devido ao projeto estar sendo desenvolvido a partir do zero, está sendo de extrema importância estudar as diferentes etapas da concepção de um projeto e compreender a relevância de cada uma delas. Além disso, esse processo destaca a importância da pesquisa em um projeto, pois sem uma pesquisa sólida ou com uma pesquisa superficial, não é possível alcançar os melhores resultados possíveis.

Além disso, este projeto me proporcionará a oportunidade de adquirir conhecimentos em áreas nas quais eu tinha menos experiência anteriormente, como a criação de bancos de dados. Embora eu tenha estudado sobre isso na faculdade, a profundidade do meu conhecimento era limitada, e aqui, no contexto do projeto, estou desafiado a estudar e aprender a implementar essa habilidade de forma mais aprofundada.

No que diz respeito aos aprendizados fora do ambiente acadêmico, o intercâmbio representa a melhor maneira de receber uma verdadeira aula de história, costumes e tradições. Devido à presença de pessoas de diferentes países, estamos constantemente aprendendo coisas novas e conhecendo costumes diversos. Além disso, em Portugal, devido ao seu passado histórico notável, adquirimos muito conhecimento ao visitar as antigas cidades medievais e ao explorar suas histórias fascinantes.

● Rotina
Como moradia escolhi uma moradia estudantil, que outros alunos que participaram do Propicie 19 indicaram. Ela fica em uma região central da cidade, além de estar praticamente em cima da principal estação de metrô, trem e ônibus da cidade.

Escolhi um quarto individual para desfrutar da comodidade de não precisar me preocupar em compartilhá-lo com outra pessoa. Este quarto inclui um banheiro e uma cozinha integrados, eliminando a necessidade de compartilhar essas instalações com outras pessoas, como ocorre em algumas outras opções de moradia estudantil.

Este local foi recomendado, como mencionado anteriormente, mas, além disso, enquanto ainda estava no Brasil, pesquisei várias outras opções, e este foi o que mais se destacou em termos de benefícios. Após tomar a decisão de escolhê-lo, entrei em contato e iniciei o processo de reserva. Eles foram extremamente prestativos, respondendo a todas as minhas dúvidas, e ainda emitiram um comprovante para ser apresentado na imigração, comprovando que eu tinha um local de hospedagem garantido.

Dado que essa moradia estudantil não está localizada nas proximidades da faculdade, mas sim na parte central da cidade, precisei organizar meus horários da melhor maneira possível. Isso se deve ao fato de que é necessário pegar o metrô para chegar ao ISEP, e a viagem leva aproximadamente 30 minutos. Portanto, optei por sair por volta das 8 horas da manhã, o que me permite chegar ao ISEP às 8h30. Fico lá até às 16h30, cumprindo assim as 7 horas diárias do projeto, com uma pausa de 1 hora para o almoço. Essa programação me permite aproveitar o fim da tarde, ainda com luz solar, para explorar mais a cidade.

● Comidas
Quanto à alimentação, devido à presença de uma mini cozinha no meu quarto na moradia estudantil, acabo optando por refeições mais simples lá. Normalmente, almoço na própria faculdade, utilizando o restaurante estudantil disponível. O custo é de 2,75 euros, e o cardápio oferece uma ampla variedade de opções, incluindo carne, peixe, opções saudáveis e vegetarianas. Os pratos vêm sempre acompanhados de pão, uma sopa de legumes, salada e diversas sobremesas para escolher.

No que diz respeito às comidas típicas, tenho apreciado muito quase todas as que experimentei até agora. Aqui, é comum consumir pratos que incluem peixe, ovos e sopas. No Porto, há um prato típico conhecido como "francesinha", que consiste em um pão recheado com várias carnes, coberto com queijo e um ovo com gema mole, além de um molho preparado com molho de tomate, vinho e cerveja. É uma combinação bastante única, mas intrigante.

Além das refeições salgadas, que diferem das do Brasil, mas não de forma tão significativa, também temos os doces. A maioria das cidades possui um doce típico, e a maioria deles é à base de ovos. Até agora, experimentei e gostei dos "ovos moles de Aveiro" e do famoso "pastel de nata", que é incrivelmente delicioso.

● Saudades
Durante todo o processo de seleção para o Propicie, minha família e professores torceram muito por mim. Quando recebi a notícia de que participaria do intercâmbio, todos ficaram extremamente orgulhosos e felizes por mim.

Inicialmente, fiquei um pouco apreensiva por ser minha primeira viagem internacional, e a ideia de viajar sozinha para um país desconhecido me deixou um pouco ansiosa na época. No entanto, acabou sendo uma experiência surpreendentemente tranquila. Às vezes, é até estranho pensar que estou em um país diferente, considerando como costumava me sentir angustiada com o medo de ir para outro país sozinha e sem conhecer ninguém.

Quando se trata de saudade, devo admitir que não sinto muita falta do Brasil em si. Aqui, a infraestrutura da cidade, o sistema de transporte público e, principalmente a segurança, fazem com que seja tão agradável estar aqui que não sinto falta do Brasil. Além disso, o clima até agora tem sido muito parecido com o da minha cidade. Além do mais, mesmo pagando em euros, é notável como algumas coisas compensam muito mais aqui, especialmente em relação aos mercados e à variedade de produtos.

A saudade da minha família já é algo que sinto mais, mas mesmo assim não é nada insuportável, já que eu morava longe deles por causa da faculdade. Por isso, temos o costume de fazer chamadas de vídeo e trocar mensagens durante o dia para manter sempre o contato. O maior desafio, na verdade, é o fuso horário, pois no Brasil são 4 horas a menos, o que torna difícil encontrar um horário que funcione para todos nós nos falarmos.

Sinto um pouco de saudade dos meus amigos devido à proximidade que tínhamos. Mesmo fazendo novos amigos no intercâmbio, não é a mesma coisa. Ainda estamos nos conhecendo e, em alguns casos, há uma grande diferença de idade, o que não facilita as coisas em certos momentos por conta do jeito de pensar e agir.

● Dicas
A minha principal dica para estudantes que desejam realizar um intercâmbio é simplesmente tentar. Se você deseja participar de algo assim, vá em frente e tente, não custa nada. Muitas vezes, as pessoas têm vontade de participar, mas ficam com medo ou adiam, e isso pode resultar na perda de oportunidades. Portanto, mesmo que sinta medo ou não tenha certeza se terá sucesso, vá em frente e tente.

Além disso, se possível, comece a pesquisar sobre os lugares que lhe interessam e também sobre o  dioma falado lá, especialmente se for aprender inglês, pois isso é essencial. Outra coisa que foi muito útil e agilizou o meu processo de intercâmbio foi obter o passaporte antecipadamente, mesmo sem ter certeza se iria ou não. Isso permitiu que o passaporte estivesse pronto antes de precisar preencher todos os  documentos para o intercâmbio, que geralmente requerem informações do passaporte.

BLOG DOS INTERCAMBISTAS

Um pouco da rotina em Portugal

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 23 nov 2023 11:00 Data de Atualização: 23 nov 2023 11:00

O relato de intercâmbio de hoje é da estudante Raphaella Karoline de Lima, que cursa a 4ª fase do Técnico em Administração no Câmpus Urupema. Raphaella participa do Propicie 20 no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), em Portugal e nos contou como tem sido sua experiência durante o desenvolvimento do projeto Tourism and Heritage Routes.

Entre estudos e novas amizades, Raphaella dá dicas e um pouco da sua experiência para aqueles que sonham em fazer um intercâmbio. Se você é um desses casos, não deixe de ficar de olho nos editais de programas como o Propicie e a dupla titulação.

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Língua – Nos primeiros dias eu senti um pouco de dificuldade em entender alguns portugueses que estavam falando muito rápido, mas no geral consigo entender tudo sem problemas. Na maior parte do tempo consigo me comunicar muito bem falando da mesma forma que falo no Brasil, somente algumas palavras como autocarro que tenho que lembrar como que se fala para não dizer ônibus no automático.

Com relação ao inglês, já usei algumas vezes para fornecer informações a estrangeiros na rua, principalmente no metrô, pois como utilizo todo dia para chegar ao Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) já praticamente decorei as estações e as linhas. Também utilizei o inglês para conversar com outros estudantes. Nós que viemos para Porto pelo Propicie mantemos contato diariamente e fazemos várias coisas juntos, e já saímos várias vezes com um grupo de italianos que está aqui no ISEP também. Com os italianos precisamos nos comunicar em inglês pois apenas um deles fala português. Então quando saímos juntos acaba ficando engraçado, pois as conversas transitam constantemente entre Italiano, Português e Inglês.

Amizade – Nós do Propicie que viemos para Porto já tínhamos um grupo no Whatsapp alguns meses antes de chegarmos aqui, no qual trocávamos informações sobre as passagens, seguros e contato com a instituição, nos ajudamos bastante. Uma dessas estudantes do IFSC de Florianópolis ficou em um quarto na mesma residência universitária que eu, ela chegou uns dias antes de mim e ela me ajudou bastante a saber como chegar do aeroporto até lá e inclusive foi na estação de metro me pegar quando eu cheguei, pois como a residência universitária fica em cima da estação de metrô, tem uma entrada que corta caminho que ela me mostrou. Nós do IFSC que viemos pelo propicie conversamos diariamente pelo grupo e quase sempre almoçamos juntos no ISEP. Nós temos feito várias coisas juntos, inclusive viagens para outras cidades perto. Na sala em que estamos trabalhando nos projetos ficam 4 dos estudantes do Propicie e mais um brasileiro que veio de outro estado.

Curiosidades – É muito interessante notar as diferenças culturais, principalmente no mercado. Ali é onde todos vão sempre para comprar as coisas comuns e ver marcas, nomes, comidas diferentes, assim como coisas que encontramos mais facilmente do que no Brasil e coisas que aqui são mais difíceis de encontrar, é muito interessante.

Metodologia/Ensino – Não estou tendo aulas.

Projeto de Pesquisa – O projeto consiste na criação de um aplicativo que cria rotas turísticas com base nas informações, interesses e limitações que a pessoa informa. A minha parte está sendo realizar a pesquisa de algumas informações sobre os pontos turísticos como: se é adequado para pessoa com cadeira de rodas, problemas cardíacos, medo de altura, horário de funcionamento, média de preço, duração estimada da visita e mais outras informações. Uma das dificuldades que encontrei foi uma certa despreocupação da professora orientadora daqui, pois quando cheguei não me mostraram a instituição nem nada, só me falaram onde era a sala que eu iria trabalhar e me mandaram um e-mail com a planilha que tem os pontos turísticos selecionados e as informações que eu devo pesquisar. A professora orientadora não é a mesma que está organizando o projeto do Turismo, então na verdade tenho que falar com outra pessoa sobre dúvidas e questões relacionadas ao projeto.

Aprendizado – Com relação ao projeto, estou entrando em contato com muitos lugares turísticos e históricos de Portugal e encontro e pesquiso as informações sobre eles, porém a pesquisa é feita inteiramente na internet, apenas alguns eu já conheci pessoalmente no meu tempo livre. Essa foi a primeira vez que morei sozinha, o que ajuda a criar uma independência, sempre gostei muito da liberdade de tomar minhas decisões então está sendo uma experiência muito gratificante para mim.

Rotina – Estou morando na Residência Universitária - World SPRU Porto. Moro em um quarto individual que inclui banheiro, cozinha e geladeira tipo frigobar. O SPRU tem um espaço de convivência com televisão e também uma sala de estudos. Reservei esse lugar no Brasil, ainda, assim que comprei as passagens me inscrevi no site do SPRU eles entraram em contato via e-mail e depois foi apenas formalizar. Durante a semana eu acordo por volta das 7h e saio para o ISEP por volta das 8h. Estou fazendo o horário de 8h30 até as 12h e de 13h até as 16h30. Depois, às vezes combinamos de sair, ou eu vou no mercado e fico em casa mesmo. Nos finais de semana eu tenho viajado para alguma cidade ou visitado lugares de Porto mesmo.

Comidas – Estou almoçando no ISEP, que oferece almoço diversificado e com um preço bom. As outras refeições estou fazendo em casa, mas um pouco limitado já que na residência universitária tem fogão e micro-ondas, mas só tenho uma frigideira e a geladeira é muito pequena. Não notei grandes diferenças na comida, principalmente nas do dia a dia. Só senti um pouco a falta dos pratos brasileiros. Já experimentei alguns pratos típicos portugueses, ainda não gostei muito de nenhum, mas os que eu provei são parecidos com comidas que eu já não gosto muito normalmente, então acredito que seja por isso.

Saudades – Minha família ficou um pouco preocupada em saber que eu estaria longe, mas ficaram felizes por mim. Essa foi a primeira vez que saí do Brasil, o mais longe que tinha ido era até São Paulo. Foi a primeira vez que andei de avião, achei engraçado que não senti medo nenhum no avião, só tinha um grande sorriso no rosto, estava muito animada para andar de avião e a experiência da viagem foi muito boa. Nunca tinha ficado mais do que alguns dias longe dos meus pais e das minhas irmãs, nos primeiros dias senti um pouco de saudade mas tenho muitas coisas para fazer e o tempo está passando muito rápido. Eu falo com a minha família por videochamada diariamente e às vezes falo com os meus amigos.

Dicas – Trazer adaptadores para os cabos, pois aqui a tomada tem apenas 2 pinos e tem um formato um pouco diferente. É interessante já vir preparado, pois adaptadores aqui são muito mais caros do que no Brasil e existe o risco de não achar facilmente o modelo exato que se procura.
 

BLOG DOS INTERCAMBISTAS

Projeto de gastronomia no IPVC

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 16 nov 2023 10:00 Data de Atualização: 16 nov 2023 10:00

Nossa aluna da 6ª fase do curso de Gastronomia, Bruna Fontana Lazzari, compartilhou com a gente suas experiências do seu intercâmbio no Instituto Politécnico de Viana do Castelo, em Portugal. No relato, ficamos sabendo mais sobre o projeto no qual ela participa, o Food systems that support transitions to healthy and sustainable diets (FEAST), e como tem sido sua rotina no IPVC durante sua realização.

A Bruna é mais uma aluna participante do Propicie 20, programa de intercâmbio do IFSC que possui parceria com diversas universidades estrangeiras. Os projetos desse programa abrem portas para diversos cursos diferentes aqui do IFSC, então fique de olho nos editais e não perca novas oportunidades!

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A minha chegada em Portugal foi no dia 09 de setembro. Em relação à língua, mesmo estando em um país no qual o idioma oficial é português, os meus primeiros dias foram de adaptação porque o sotaque influencia muito no entendimento. No decorrer das semanas, me comunicar se tornou muito simples e a adaptação foi mais rápida do que eu imaginava. Também, eu utilizo diariamente o inglês para me comunicar porque estou em uma Residência Universitária só para alunos intercambistas (cerca de 25 alunos de diversos lugares do mundo) então estou conseguindo melhorar minha conversação. Ainda sobre a Residência, é uma oportunidade excelente para fazer novas amizades e conhecer outras culturas. Aqui eu fiz amigos principalmente do Brasil (de outras universidades) mas também de outros países, como a Estônia. Além disso, costumo conversar com alunos da Polônia, República Tcheca e Itália. Eu consegui alugar este lugar com o auxílio do Escritório Internacional do IPVC, quando eu estava no Brasil. Aqui eu tenho um quarto privado e compartilho meu banheiro com outra estudante brasileira.

Acerca da alimentação, uma das minhas maiores dificuldades aqui é cozinhar. Isso porque a cozinha é compartilhada entre todos os estudantes e isso atrapalha um pouco na hora de preparar minhas refeições porque o espaço é limitado. Mesmo assim, a maioria das minhas refeições faço na residência porque é mais barato. Também costumo me alimentar na faculdade, com o meu cartão do IPVC tenho acesso às cantinas de qualquer câmpus do Instituto e as refeições são muito completas (sopa, pão, prato principal, salada e fruta) e com preço acessível aos estudantes. Eu costumo frequentar padarias e restaurantes da cidade para experimentar novas comidas e aprender um pouco sobre a cozinha típica da cidade. Além do mais, aqui sempre há muitos horários de trem e ônibus, então aos finais de semana aproveito para conhecer as cidades vizinhas.

No que diz respeito ao projeto que participo, o FEAST, o objetivo é investigar os fatores que moldam a alimentação da população, principalmente da União Europeia, e encontrar caminhos para uma alimentação mais saudável e sustentável. Neste projeto, eu acompanho a minha orientadora (pesquisadora pós-doc) nas atividades. Nós participamos da organização do III Congresso Internacional Amar o Minho que ocorreu na Vila de Caminha nos dias 25 e 26 de setembro e também realizamos em Coimbra no dia 29 de setembro uma atividade educativa com crianças de 8 e 9 anos sobre alimentação. Nesta mesma atividade, aproveitamos para investigar como está a alimentação nas Cantinas Escolares onde estudam. Além disso, na biblioteca do meu câmpus, tenho feito revisão bibliográfica a respeito de temas relacionados ao projeto nos meus dias livres. Dessa forma, a partir do projeto, consigo ter uma nova perspectiva sobre questões relacionadas à alimentação porque estou inserida em uma cultura diferente da minha.

Este intercâmbio proporcionou minha primeira viagem para fora do Brasil e de avião também. Minha família ficou feliz quando soube do intercâmbio e converso com eles diariamente por mensagem, sempre que posso também faço ligações e compartilho minhas fotos e vídeos da viagem, mas ainda, a saudade é grande. Eu sempre quis viajar para outros países e está sendo uma experiência incrível porque consigo unir aprendizado acadêmico com o pessoal. Além disso, também aprendo muito sobre a Gastronomia de Portugal, agregando muito para minha formação.

Por fim, para os estudantes que pretendem realizar intercâmbio com certeza é uma experiência desafiadora, mas ambos os institutos, o IFSC e o IPVC sempre estiveram disponíveis para me auxiliar em todas as minhas dúvidas. Por isso, é a melhor oportunidade para viajar pela primeira vez para outro país e fazer conexões, já que recebo o apoio necessário. Dessa forma, para os estudantes que querem participar do Propicie, sigam esse desejo porque vai ser a melhor experiência acadêmica que terão.

 

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Conhecendo a cultura finlandesa

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 09 nov 2023 10:00 Data de Atualização: 09 nov 2023 11:14

O relato de hoje é do nosso aluno Vinicius Hermann Dutra Liczkoski, da sexta fase do curso de Gestão de TI, do Câmpus Florianópolis, e participante do Propicie na cidade de Hämeenlinna, na Finlândia. Em seu relato, Vinícius explica um pouco do projeto em desenvolvimento na Universidade de HAMK, como tem sido sua rotina no exterior e seus aprendizados sobre a cultura local.

Caso você seja um estudante do IFSC com interesse em ter uma experiência de intercâmbio, fique de olho nos editais disponíveis. Um dia seu relato também pode estar aqui!
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Atualmente estou realizando meu intercâmbio na Universidade de HAMK, localizada em Hämeenlinna, mais precisamente no escritório de pesquisa e desenvolvimento HAMK SMART. O projeto que estou envolvido tem como principal objetivo o desenvolvimento e treinamento de um modelo de aprendizado de máquina capaz de melhorar imagens provenientes de satélites (especificamente os Sentinel2) utilizando redes generativas adversariais (GAN), com o intuito de fornecer estimativas de variáveis relacionadas ao ecossistema agrícola, incluindo informações sobre o estoque de carbono. Neste momento, estamos aprimorando a coleta de dados para que possam ser coletadas imagens de toda a extensão da Finlândia – aleatoriamente em uma data aleatória, para que tenhamos mais dados para treinamento do modelo. Além disso, estamos iniciando a criação de uma GAN para gerar imagens de satélite realistas a partir do vasto banco de dados que teremos à disposição.

Neste semestre, as acomodações para estudantes intercambistas em Hämeenlinna estão esgotadas (provavelmente a primeira vez que isso ocorre em muito tempo, pelo que conversei com meus pares), o que me levou a optar por morar nas instalações da universidade de HAMK em Lepaa, onde compartilho um apartamento com outros cinco estudantes intercambistas. Esta distância pode ser um empecilho, pois preciso pegar o primeiro ônibus às 06:45 para chegar no escritório às 08:00. Além disso, o último ônibus a sair de Hämeenlinna e ir para Lepaa sai de Hämeenlinna às 16:30, então é basicamente impossível ficar na cidade até mais tarde.

Embora o idioma oficial seja o finlandês, é importante mencionar que a grande maioria dos habitantes finlandeses tem um ótimo domínio do inglês, o que facilita a comunicação e a adaptação. No HAMK SMART, temos a flexibilidade de escolher se preferimos trabalhar remotamente ou no escritório, o que contribui para um ambiente de trabalho confortável e eficiente.

No que diz respeito à gastronomia finlandesa, tenho notado que, durante o almoço, a universidade oferece refeições acessíveis e saborosas. Nas demais refeições, tenho procurado opções mais econômicas, como arroz, massas, batatas, ovos e algumas frutas. É importante destacar que os preços dos alimentos na Finlândia são consideravelmente mais altos do que no Brasil (uma média de 2 vezes mais caros para a maioria dos alimentos), o que me levou a evitar pratos à base de carne, que são mais caros.

Em relação às experiências pessoais e profissionais, este intercâmbio tem se revelado uma oportunidade inestimável e ainda melhor do que eu havia imaginado. Tenho tido a chance de conhecer pessoas de diferentes partes do mundo em um ambiente internacional, o que tem enriquecido minha experiência pessoal e linguística. No âmbito profissional, estou adquirindo e aprimorando habilidades valiosas em um ambiente de trabalho que está alinhado com meus interesses e objetivos acadêmicos.

A cultura finlandesa tem revelado características fascinantes e únicas que enriquecem minha experiência aqui. Uma das peculiaridades notáveis é a proliferação de saunas por todo o país, o que demonstra a importância dessa tradição na vida dos finlandeses. Além disso, é comum encontrar plataformas de mergulho espalhadas pelos inúmeros lagos da região, refletindo a profunda conexão do povo com a natureza e as atividades ao ar livre.

A cultura finlandesa também é marcada por uma hospitalidade genuína e calorosa. Os finlandeses são conhecidos por sua receptividade, principalmente com estrangeiros, tornando a minha estadia aqui ainda mais agradável. Essa atmosfera acolhedora e amigável tem contribuído para uma integração suave na sociedade finlandesa e para o estabelecimento de laços significativos com os habitantes locais.

No geral, meu intercâmbio na Finlândia tem sido uma experiência enriquecedora em termos acadêmicos, culturais e pessoais, e estou ansioso para as oportunidades que ainda estão por vir.

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