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IFSC oferece qualificação integrada ao fundamental em penitenciária de Criciúma

CÂMPUS CRICIÚMA Data de Publicação: 26 mai 2022 15:03 Data de Atualização: 26 mai 2022 17:45

O Câmpus Criciúma do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) está desenvolvendo, junto à Penitenciária Sul, localizada também em Criciúma, o curso de qualificação profissional em Pintor de Obras Imobiliárias. Em parceria com o Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), os alunos também cursam o ensino fundamental de forma integrada à formação técnica. A oportunidade é uma chance para que os reeducandos do sistema prisional possam trilhar um caminho diferente após o cumprimento da pena.

Trata-se do primeiro curso da modalidade Proeja/FIC, que integra a Formação Inicial e Continuada aos anos finais do Ensino Fundamental, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), ofertado pelo IFSC Câmpus Criciúma. O plano de ensino foi desenvolvido em conjunto com a secretaria estadual de Educação, responsável pela oferta do ensino fundamental através do Ceja. Com duração de dois anos, o curso começou no primeiro semestre deste ano e deve ser concluído no final de 2023.

Na última terça-feira (24), o diretor do Câmpus, Daniel Comin, a professora Roslene Garbelotto e o servidor Dionês Stefanello, tutor do curso, estiveram na Penitenciária Sul para se reunir com a direção e avaliar com os estudantes o andamento das aulas. Participaram da visita a coordenadora do projeto EJA-EPT na pró-reitoria de Ensino do IFSC, Marisílvia dos Santos, a coordenadora pedagógica, Alessandra Espíndola, e as assessoras do Ceja de Criciúma, Rosane Magé e Marlene Koscrevic.

“O Câmpus Criciúma já teve outras ações relacionadas à educação de jovens e adultos, mas é o primeiro projeto de Proeja/FIC realizado aqui no Câmpus. É bastante desafiador, porque neste formato é a primeira atuação do Câmpus, o curso possui uma carga horária maior e isso gera um esforço maior do Câmpus em mitigar a evasão destes alunos. Trabalhar com qualificação profissional para o público adulto, de forma geral, já é bastante desafiador. Para um público que também está buscando a formação do ensino fundamental e além de tudo em privação de liberdade, se torna ainda mais desafiador porque há uma série de outros fatores que acabam influenciando na permanência e no êxito dos alunos. De todo modo, esse projeto desafiador é o que nos motiva porque é uma experiência nova e algo que nos aproxima da missão do IFSC que é de promover a inclusão por meio da educação”, afirma Daniel Comoin.

O curso

Com carga horária de 1480 horas e duração total de quatro semestres, o curso tem como objetivo, segundo seu projeto pedagógico, “proporcionar o acesso à elevação da escolaridade de trabalhadores jovens e adultos e também à qualificação profissional em pintor de obras imobiliárias, respeitando os saberes adquiridos ao longo da vida e associando esses à formação formal, tendo como base práticas pedagógicas que valorizem e contribuam com a formação integral dos estudantes”.

Atualmente, participam do curso 19 alunos, entre 20 e 55 anos, que cumprem pena na Penitenciária Sul. Uma vez por semana, a professora da área de Construção Civil do Câmpus Criciúma, Renata Mansuelo, ministra as aulas técnicas, ensinando princípios da construção civil aplicados à pintura de obras imobiliárias, as características das tintas e materiais utilizados, entre outros temas. No próximo semestre, começam as aulas práticas, quando os alunos pintarão um galpão localizado dentro da penitenciária.

“Confesso que me surpreendi positivamente porque eles são muito aplicados. Temos alguns casos de alunos que já trabalharam na área, então eles também falam a realidade deles, a gente complementa e é muito agregador”, relata a professora Renata.

Além da oportunidade de aprenderem uma profissão, os reeducandos têm descontado um dia na pena a cada 12 horas de aula. Também recebem uma bolsa-auxílio, depositada em uma conta pecúlio.

Para Rodrigo Roldão da Silva, coordenador de Educação e Promoção Social da Penitenciária Sul, destaca que a educação e a capacitação profissional dos reeducandos têm sido um foco da instituição. “Um curso técnico tem a capacidade de ajudar o interno a adquirir conhecimento e dar a ele mão de obra especializada para o mercado de trabalho, ampliando assim seus horizontes e perspectivas para não voltar a cometer crimes”, diz Rodrigo.

Parceria

Desde 2017 o Câmpus Criciúma do IFSC mantém uma parceria constante com as secretarias estaduais de Educação e Administração Penitenciária para a realização de cursos de qualificação voltados a reeducandos do sistema prisional. Além de cursos de qualificação profissional, já foram realizados projetos de extensão e certificação de saberes junto aos públicos das penitenciárias feminina e masculina.

“Essas ações acontecem porque estão associadas à nossa missão e, sobretudo, porque é papel do Estado promover a ressocialização dessas pessoas. Então, as penitenciárias de Criciúma cumprem esse papel de promover a ressocialização por meio da educação e do trabalho e o IFSC, com essas parcerias, busca contribuir com esta ressocialização por meio da educação, visto que essas pessoas estão cumprindo suas penas e voltarão para o convívio social, e esperamos que possam retornar como cidadãos melhores a partir dessa ação conjunta das instituições”, conclui Daniel Comin.

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