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TCCs despertam interesse de indústria gaúcha e formandos são convidados para integrar empresa

PESQUISA Data de Publicação: 03 ago 2022 11:38 Data de Atualização: 03 ago 2022 11:45

Primeiro, a escolha acontece pela profissão que se quer seguir, e a conclusão de um curso de graduação e/ou técnico nos leva ao mercado de trabalho. Esse é o compasso normal que nos ensinam desde os primeiros anos de alfabetização. Porém, nem sempre é assim. E não foi isso que aconteceu com os alunos formandos do curso Engenharia Mecatrônica do Câmpus Florianópolis.  Luca Alfaro Rampinelli e Leonardo José tão logo finalizaram as defesas de seus trabalhos de conclusão de curso (TCC) foram convidados por Mairon Figueiredo Marques, professor universitário, representante da empresa Powermig e presença nas bancas examinadoras a integrarem o quadro de funcionários da indústria gaúcha.

“Nós temos interesse em talentos natos e que estão se descobrindo no segmento de engenharia e tecnologia, para estar desenvolvendo sistemas também na Powermig. Nosso interesse é também na capacidade cognitiva e de engenharia que esses profissionais demonstraram ter para conduzir pesquisas e desenvolvimento de soluções tecnológicas para o mercado”, destaca o engenheiro e professor da Faculdade da Serra Gaucha (FSG), que segue: “acreditamos muito na interação entre instituições de pesquisa e empresa. Nós entendemos que o conhecimento é produzido desde pesquisa básica, artigos, TCCs, dissertações, até de fato se ter um produto que é aplicado a clientes. E decorrente de toda essa evolução, nós entendemos que é extremamente importante a parceria de instituições de ensino e pesquisa com empresas privadas, com o segmento industrial. Nesse entendimento, estamos sempre buscando novas parcerias para desenvolver pesquisas em conjunto com instituições de pesquisa, para desenvolver produtos com maior nível tecnológico embutido e dando sequência a pesquisas que muitas vezes, se não fossem, instituições privadas, não teriam resultado final”.

Segundo Mairon, diversos aspectos chamaram atenção no trabalho dos estudantes do Câmpus. “Fui banca do Luca e assisti a defesa do Leonardo. O que chamou atenção foi a clareza como eles trataram o assunto. Gostei muito da quantidade de entregas práticas relacionadas ao trabalho, de feitos, de resultados práticos, principalmente considerando o tempo que eles tinham disponível e todas as dificuldades que passaram”, ressalta o coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento da Powermig.

Mairon destaca ainda que a temática “trabalhada” pelos alunos está relacionada com a área de atuação da Powermig. O trabalho do Leonardo desenvolveu um sistema de troca rápida de ferramenta para robôs. “Nós da empresa trabalhamos com esse tipo de sistema. Utilizamos uma solução que já existe no mercado e que tem um custo bem elevado. E o que me chamou atenção no trabalho do Leonardo foi o fato dele conseguir atender essa demanda por troca de ferramentas robotizadas com um custo bem baixo. Então temos esse interesse na pesquisa que foi feita, principalmente por conta da estimativa de custo e pela qualidade que os resultados obtiveram”, revela ele.

Quanto a temática do trabalho do Luca - manufatura aditiva por aqua elétrica, Mairon conta que também estão mapeando como uma tendência tecnológica, e desenvolvendo pesquisas relacionadas a essa temática. “Então nos interessamos muito por ter uma instituição que também está pesquisando e encontrando os desafios que também encontramos na nossa equipe de desenvolvimento. Vem como uma oportunidade de explorar uma sinergia entre duas instituições, uma empresa privada, a Powermig, e um centro de pesquisa como o Instituto Federal de Santa catarina. Também estamos conduzindo pesquisas nessa área, ligada a sistemas autônomos da indústria”, salienta.

Novos caminhos

“Não esperava que uma oportunidade como essa surgisse da apresentação do TCC. Mas fico muito satisfeito por termos produzido algo relevante que tenha atraído o olhar de grandes empresas como a Powermig ……….. , que mostra o desejo em inovação e desenvolvimento de novas tecnologias. Fico muito contente em ver que empresas desse porte estão de olho e demonstram interesse pelo que é desenvolvido pela instituição. A declaração é do autor do trabalho Técnicas de resfriamento do cordão na manufatura aditiva por soldagem a arco, Luca Alfaro Rampinelli, avaliado e convidado por Mairon a integrar o rol de funcionários da empresa. Quanto à ida ou não para a serra gaúcha, o formando do FSC é enfático: “certamente! Estamos em contato direto com a empresa, vendo as oportunidades e as vagas disponíveis para que possamos nos mudar para Caxias do Sul, onde fica a sede da empresa”.

Luca Alfaro Rampinelli, sob a orientação do professor Erwin Werner Teichmann, desenvolveu o trabalho por acreditar que é uma área com muito potencial para crescer, e diz que contou com professores, técnicos e bolsistas dos laboratórios para a realização do TCC. “Certamente, sem a infraestrutura fornecida pela instituição, a execução do trabalho teria sido mais lenta ou até mesmo incompleta.

Erwin acredita que os TCCs dos cursos de engenharia exigirem ao menos um representante da indústria pode qualificar ainda mais os trabalhos e a instituição. “Fazer com que o corpo docente se conecte com as necessidades e com o que está acontecendo na indústria. Hoje, o IFSC tem parcerias com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc)  e Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), estes órgãos participam dos nossos colegiados e tem todo o interesse em aumentar esta participação. O contato com o mercado também deve ajudar a aumentar a relevância e conexão dos trabalhos com os problemas reais. Oferecer ao mercado diretamente os alunos formados mostrando o potencial deles, e, no futuro, escolher os temas de trabalhos de conclusão de curso baseados nas demandas das empresas da região”, sugere o orientador.

Leonardo José também está com novas perspectivas no encerramento desse ciclo de graduação em Engenharia Mecatrônica no Câmpus Florianópolis. “Me despertou interesse, estou inclinado a ir. Primeiramente uma surpresa, mas também uma oportunidade para poder crescer no mercado de trabalho da soldagem robotizada”, diz ele, autor do trabalho Flexibilização de Robô Industrial de Soldagem via o Desenvolvimento de Acoplador de Ferramentas, sob a orientação do professor Nelso Bonacorso.

Em seu TCC, o aluno desenvolveu um acoplador que possibilita o robô Fanuc M10iA do IFSC trocar automaticamente entre diferentes ferramentas, agilizando o processo e permitindo que o robô possa executar múltiplas tarefas de forma autônoma. Para o robô executar uma soldagem, ele necessita que uma tocha de soldagem esteja acoplada em sua extremidade, para pegar uma peça é necessária uma ferramenta como uma garra pneumática. Dependendo do processo, a ferramenta acoplada a extremidade do robô pode mudar, o procedimento para se fazer a fixação de uma nova ferramenta normalmente é demorado e necessita de auxílio humano. 

O formando conta que o trabalho possibilitou um grande aprendizado, destacando que a robótica engloba muitas áreas para aprender como conceitos de mecânica, controle de sistemas, eletrônica, dentre outros. “Para desenvolver o TCC tive que passar por etapas como a idealização, a fabricação e a testagem de um protótipo de produto em um curto período de cinco meses. Passar por essas etapas foi muito enriquecedor, visto que possibilitou sentir na prática como é o processo de desenvolvimento de um produto. Muitas empresas investem no setor de Produção e Desenvolvimento (P&D), e o IFSC possibilitar que trabalhos de TCC possam ser desenvolvidos no âmbito prático aproxima os alunos da realidade presente no mercado de trabalho”. 

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