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IFSC realiza colóquio internacional sobre evasão escolar em novembro

EVENTOS Data de Publicação: 27 out 2022 06:21 Data de Atualização: 20 dez 2022 18:15

Cursar uma faculdade parecia um sonho impossível para Amanda Brenden dos Santos. Depois de ingressar no curso técnico integrado em Telecomunicações no Câmpus São José, ela teve muitas dificuldades nas disciplinas. Com baixa renda, ela chegou a morar na Passarela Nego Quirido, em Florianópolis, em abrigo destinado a pessoas em situação de rua. Tudo indicava que ela seria mais uma estudante a abandonar o Ensino Médio. Mas, hoje, aos 19 anos e estudando Nutrição na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ela conta que as ações contra a evasão tomadas pelo câmpus – acompanhamento pedagógico, psicológico e auxílios financeiros - foram decisivas para que ela pudesse estar onde está hoje.

Confira a história de Amanda:

 

A evasão escolar – quando o estudante abandona o curso antes de se formar – aumentou durante a pandemia de Covid-19, mas não é um problema recente no Brasil ou no mundo. Para discutir o tema e, principalmente, dar visibilidade à questão, o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) realiza, nos dias 9 e 10 de novembro, o VII Colóquio Internacional sobre Educação Profissional e Evasão Escolar, e o V Workshop de Educação Profissional e Evasão Escolar.

O evento é gratuito, aberto ao publico em geral e contará com a participação de palestrantes e pesquisadores nacionais e internacionais, como o mexicando Bernardo Piñera e o brasileiro Jesse Souza, referências na área. Ainda é possível se inscrever pelo site: https://www.ifsc.edu.br/inscricoes

Evasão e exclusão social

De acordo com a diretora de Estatística e Informações Acadêmicas do IFSC, Sandra Lopes Guimarães, a questão da evasão é também uma questão de exclusão social, já que os números mostram que o abandono escolar é maior nas classes de baixa renda e entre pretos e minorias sociais. “São vários os fatores que resultam na evasão escolar e é urgente a organização de medidas preventivas e de resgate. Assim, estudar a evasão escolar, seus desdobramentos e impactos sociais e econômicos se torna uma necessidade e não uma escolha das instituições de ensino e da sociedade civil.” defende Sandra.

O colóquio é realizado pelo IFSC em parceria com a Associação Brasileira de Prevenção da Evasão na Educação Básica, Profissional e Superior (Abapeve).

Dimensões da evasão no Brasil

Pesquisas do Unicef já alertam para o aumento da exclusão escolar. No Brasil, em novembro de 2020, havia mais de 5 milhões de meninas e meninos sem acesso à educação – número semelhante ao que o país tinha no início dos anos 2000.

Segundo os dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do 2º trimestre de 2021, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), a evasão escolar quase triplicou durante a pandemia, chegando a aumentar em 171% em relação ao levantamento anterior à pandemia. Os dados apontam um salto de 90 mil crianças, de 6 a 14 anos, fora da escola em 2019, para 244 mil no atual levantamento.

A pesquisa ainda aponta para um problema futuro. No levantamento pré-pandemia, 397 mil crianças em idade para o Ensino Fundamental (6 a 14 anos), estavam atrasadas, cursando ainda a pré-escola. No levantamento de 2021, o número cresceu 77% e, atualmente, estima-se que esse número tenha chegado a quase 703 mil estudantes.

Ao todo, apenas entre 2019 e 2021, a taxa de jovens de 6 a 14 anos matriculados caiu quase dois pontos percentuais passando de 98,0% para 96,2%, uma preocupação a mais para o país que acumula dificuldades para democratizar uma educação de qualidade.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a taxa de abandono escolar no Ensino Médio na rede pública mais que dobrou em 2021 - o percentual de estudantes que abandonaram instituições de ensino saltou de 2,3%, em 2020, para 5%, em 2021, segundo resultados finais da segunda etapa do Censo Escolar da Educação Básica.

Ensino Fundamental

No Ensino Fundamental, a taxa de abandono escolar subiu de 1%, em 2020, para 1,2%, em 2021. A única rede que não apresentou elevação foi a privada.

Em 2020, a taxa de aprovação nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) na rede pública foi de 98,9%. Já em 2021, esse percentual caiu para 97,6%. Foi a primeira vez que houve queda, considerando os últimos 5 anos.

Nos anos finais do Ensino Fundamental, os índices de aprovação caíram em todas as dependências administrativas da rede pública. Em 2020, essa taxa foi de 97,8%. No ano passado, as aprovações diminuíram para 95,7%.

As taxas de reprovação nessa etapa também aumentaram, passando de 0,8% para 2%.

Ensino Médio

Já no Ensino Médio, a taxa de aprovação caiu de 95% para 90,8% em relação ao ano de 2020. Em 2021, 407,4 mil jovens de 15 a 17 anos estavam fora da escola e não completaram o Ensino Médio - ou seja, 4,4% dos jovens nessa faixa etária.

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