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Estudante de Eletrônica é Ouro em Desafio Internacional de Matemática

ENSINO Data de Publicação: 27 dez 2022 12:38 Data de Atualização: 28 dez 2022 11:17

Marcelo Augusto Vieira Lopes é estudante da 8ª fase do Técnico em Eletrônica Integrado ao Ensino Médio do Câmpus Florianópolis. Como se não bastasse, ficou classificado entre os 55 melhores (1% entre os 5500 participantes), com 19/20 acertos na última etapa do International Youth Math Challenge (IYMC - Desafio Internacional de Matemática para Jovens). “Como várias pessoas obtém o mesmo número de acertos, a competição não dá uma posição exata”, ressalta ele que além da medalha de Ouro, recebeu o National Award, que é concedido ao competidor que obteve a maior nota do país. “Até agora consegui 35 premiações no total, sendo 23 delas em competições de matemática. No ensino médio que realmente comecei a explorar outras olimpíadas, tanto de matemática quanto de outras áreas”, relata o aluno do IFSC. 

Marcelo revela que o interesse em participar do IYMC surgiu no final de 2019: “vi uma notícia do IFSC sobre o Tiago da Silva Henrique, que havia conquistado uma medalha de prata na competição. Em 2020, enviei as soluções da primeira fase (Qualification Round), que é aberta para todos participarem, e o Tiago me ajudou explicando como funcionava a inscrição e o pagamento da taxa para a segunda fase (Pré Final Round). Desde então eu tenho participado todos os anos”.

O desafio era constituído por problemas matemáticos. Segundo ele, na última fase do Desafio é essencial resolver rapidamente as questões. “São 20 questões com, no máximo, 60 segundos para cada. Essa velocidade exige que o estudante esteja bem treinado, pois não há muito tempo para pensar sobre os problemas, além de lembrar de conceitos das fases anteriores, que serão retomados em algumas questões. De modo geral, também é necessária uma certa criatividade para resolver problemas, como na grande maioria das olimpíadas de matemática, e não apenas decorar fórmulas. Além disso, todas as questões são escritas e devem também ser respondidas em inglês, então é fundamental ter um certo conhecimento da língua, especialmente sobre expressões e frases que são muito utilizadas no contexto matemático”, destaca.

O estudante de Eletrônica aponta sua maior dificuldade e maior facilidade nas provas: “de modo geral, as questões de manipulação numérica, que envolvem simplificar certas expressões envolvendo logaritmos, potências e funções trigonométricas foram as mais fáceis. Basta lembrar de algumas regras, como, por exemplo, o fato de que qualquer número diferente de zero, quando elevado a zero, resulta em um, para resolver estas questões rapidamente. Na segunda fase, o competidor precisa ler um artigo científico e responder a certas perguntas relacionadas a ele. Para mim, essa foi a parte mais difícil, pois esse artigo envolve conceitos que ainda não estou muito familiarizado, por estar no ensino médio. Na última fase, a parte mais difícil foi resolver as questões de cálculo diferencial. São apenas 60 segundos, no máximo, para cada questão, e as questões envolviam várias regras que eu não costumo lembrar rapidamente, por não utilizar tanto. Inclusive, a questão que eu não consegui responder foi justamente uma destas”.

Ele conta que seu interesse por matemática começou cedo. “Um pouco antes de entrar na escola, por volta dos 5 anos, eu já gostava de matemática. De vez em quando eu pegava alguns livros da minha mãe, que foi professora dos anos iniciais do ensino fundamental, mesmo sem entender muita coisa, além de pensar sobre alguns problemas e tentar identificar padrões. Mas comecei a realmente estudar matemática em 2015, quando fiz a prova da primeira fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Na época, acabei sendo selecionado para a segunda fase. Esperava conseguir no máximo uma menção honrosa, mas fiquei muito surpreso e feliz quando minha escola me informou que havia recebido uma medalha de ouro. Desde então, participo todos os anos do Programa de Iniciação Científica da Obmep (PIC), além de ter participado de eventos como a cerimônia nacional, onde os medalhistas de ouro são premiados; e o Encontro do Hotel de Hilbert, no qual os estudantes com melhor desempenho no PIC são selecionados para participarem de várias aulas, palestras, entre outras atividades. Apesar de já gostar de matemática, com certeza essas atividades relacionadas à Obmep fizeram com que eu construísse um carinho especial pela área, destacando-a entre várias outras que eu também gosto, como física, astronomia, química e filosofia”. 

Marcelo diz que, além de gostar de identificar padrões e resolver problemas, especialmente pelo desafio e pela liberdade de descobrir diferentes soluções, toda a comunidade criada em torno das olimpíadas de matemática, em especial a Obmep, gera várias possibilidades de conhecer novas pessoas e compartilhar ideias e conhecimento. “Acredito que é isso que me atrai tanto na matemática”, conclui.

Sobre sua preparação para o Desafio, ele confessa que não teve algo específico nesse sentido para a competição, mas que alguns conteúdos estudados para outras olimpíadas, em especial à Obmep, foram fundamentais. “Em geral, estudo por livros recomendados no site da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e, principalmente, resolvendo questões de edições anteriores da competição para a qual quero me preparar. Por ser uma competição aberta para estudantes universitários, muitas das questões da IYMC envolvem cálculo diferencial e integral, que eu comecei a estudar por conta própria na primeira fase, assim que entrei no IFSC. Portanto, apesar de não ter me preparado para essa competição em específico, esses assuntos que estudei desde o início do ensino médio foram fundamentais”.

Quanto ao conteúdo programático que mais gosta de matemática, Marcelo fala que é difícil escolher: “mas eu ficaria entre análise combinatória, apesar de achar difícil, e teoria dos números. Gosto muito das diferentes técnicas de resolução de problemas que essas áreas possuem, acho que elas dão uma liberdade maior do que outras para quem está resolvendo um problema buscar diferentes caminhos”.

Ele diz que de modo geral, o conteúdo da IYMC vai além do ensinado em sala de aula durante o ensino médio. “Porém, acredito que o meu curso influenciou muito na motivação para estudar conteúdos necessários para essa competição. Apesar de cálculo diferencial e integral não estar no conteúdo do ensino médio, as disciplinas de Física, Eletricidade, Amplificadores Operacionais e Eletrônica de Potência me motivaram a avançar nos estudos nessa área, especialmente através da busca por demonstrações para as fórmulas apresentadas em aula”, encerra Marcelo.

O que é IYMC?

O International Youth Math Challenge é uma competição internacional de matemática que permite que estudantes de ensino médio ou universitário, de todos os países, provem suas habilidades matemáticas e liberem sua criatividade.

Desde 2018, a iniciativa registra a participação de mais de 12.500 participantes de 98 países, e mais de 1.300 professores envolvidos. 

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