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Evento internacional reúne especialistas em tecnologias educacionais em Araranguá

EVENTOS Data de Publicação: 10 jun 2019 08:20 Data de Atualização: 10 jun 2019 08:28

Um espaço para refletir criticamente sobre a relação entre novas tecnologias e educação, os impactos na sala de aula e como o ensino pode ser qualificado por meio da tecnologia. Assim pode ser resumido o Simpósio Ibero-Americano de Tecnologias Educacionais (Sited), realizado entre os dias 4 e 6 de junho em Araranguá. O encontro, que contou com a organização do Câmpus Araranguá em parceria com o Laboratório de Experimentação Remota (RExLab) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), reuniu pesquisadores de Brasil, Argentina, Canadá e Portugal e centenas de participantes de diferentes partes do Brasil.

Nomes como João Vianey (Hoper Group Consultoria), José Moran (Universidade de São Paulo), Andrea da Silva Miranda (UFRA), Alberto Cardoso (Universidade de Coimbra, Portugal), Roberto Carlos dos Santos Pacheco (UFSC), Maria Isabel Pozzo (Universidade Nacional de Rosário/Argentina), Hamadou Saliah-Hasane (Université Téluq/Canadá) e Romero Tori (Universidade de São Paulo) trouxeram seus conhecimentos e experiências para um público formado por pesquisadores, estudantes de Licenciatura e professores.

No total, foram 276 submissões de trabalhos, sendo selecionados para apresentação 42 artigos, 28 relatos de experiência e 22 pôsteres. O número de participantes inscritos foi de 748 pessoas, vindas de 16 estados brasileiros e também de Colômbia, Uruguai, Costa Rica e França.

“O Sited marca a importância que o ensino, a pesquisa e a extensão têm para o desenvolvimento de diferentes Tecnologias Educacionais e para o avanço da Educação em nosso país”, diz Jaqueline Steffens, servidora do Câmpus Araranguá e integrante da organização.

Na cerimônia de abertura, o espanhol naturalizado brasileiro José Moran, um dos pioneiros no estudo sobre tecnologias na educação no Brasil, fez uma provocação aos participantes, defendendo que não basta apenas introduzir a tecnologia em atividades letivas, mas pensá-las de modo transformador. “É preciso mudar o conceito. Se você trabalha a ideia da corresponsabilidade com o aluno, o uso da tecnologia para fazer um modelo híbrido, entre presencial e on line, você pode fazer coisas fantásticas. Fico assustado que 30 anos depois estejamos falando das mesmas coisas”, afirmou Moran. “Evoluímos muito, existem projetos interessantes, a educação a distância cresceu no Brasil, muita coisa aconteceu, mas no essencial ainda não se mexeu”, completou o palestrante.

A abertura do Sited contou com a presença da reitora do IFSC, Maria Clara Schneider, que falou sobre os desafios da instituição na educação a distância e no uso das tecnologias no ensino presencial. “Queremos avançar como instituição e atingir, pela inclusão, todas as pessoas que precisamos atingir”, disse a reitora.

Participação de estudantes

O Sited também se tornou um espaço para que estudantes do IFSC pudessem socializar suas pesquisas na área. Thalyta Bertotti, aluna de Licenciatura em Física do Câmpus Araranguá, apresentou com o colega Paulo Vitor Monteiro e a professora Mônica Knöpker apresentou um trabalho sobre o estado da arte das pesquisas sobre o uso de jogos no ensino de Física. Numa base de 400 mil teses e dissertações, o grupo encontrou apenas 17 trabalhos sobre o tema.

“Percebemos que os jogos têm sido utilizados com o propósito de motivar os alunos a aprender Física quanto para introduzir conceitos relacionados à disciplina. Alguns trabalhos também utilizaram jogos para avaliar a aprendizagem. Mas o assunto é relativamente recente e ainda há um número reduzido de trabalhos”, explica Thalyta. Para a aluna, a participação no Sited foi importante para refletir sobre sua própria prática enquanto futura professora, na medida em que não basta introduzir tecnologias na sala de aula sem que faça sentido na formação dos estudantes.

“Ouvimos uma série de trabalhos a respeito de tecnologias educacionais, tecnologias assistivas e como implementá-las em sala de aula, e a importância de não apenas trazer a tecnologia para a sala de aula, mas que ela precisa estar contextualizada, estar bem interligada com a sequência e com os objetivos do professor. Isso não é simples e essas discussões nos ajudam, principalmente para quem está se formando num curso de Licenciatura”, diz.

Falando em jogos, Larissa Pires, também aluna de Licenciatura em Física, apresentou um trabalho intitulado “Cara a Cara Energético: proposta de jogo didático para discussão de conceitos sobre Energia”. O jogo é voltado para estudantes das séries finais do Ensino Fundamental para discutir formas de energia que são identificáveis na natureza, matérias-primas e situações cotidianas que envolvem energia. O jogo foi aplicado em uma turma de uma escola municipal de Sombrio (SC).

“Os resultados demonstram que, ainda que estejam inseridos em um contexto de divertimento, os jogos educativos proporcionam momentos efetivos de aprendizagem, sem desconsiderar os aspectos pedagógicos que são necessários para a construção dos conhecimentos”, explica o professor Marcos Pradella, orientador do trabalho.

Para Larissa, participar do Sited foi uma oportunidade de compartilhar suas experiências com a de outros colegas, qualificando a reflexão sobre o uso das tecnologias da educação. “Como aluna de Licenciatura, acredito que o Sited contribui muito em nossa formação e também nos possibilita compartilhar experiências sobre diferentes tecnologias na educação. Seja desde tecnologias digitais até jogos didáticos, o simpósio nos proporciona conhecer diferentes formas de propiciar uma educação mais interativa e dinâmica. E não somente isso, as palestras nos fazem refletir sobre muitas das problemáticas que estão relacionadas a educação e tecnologia. Fiquei extremamente feliz com a possibilidade de compartilhar as experiências do Cara a Cara Energético com outros estudantes e professores", afirma.

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