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Projeto de extensão busca incentivar meninas a se inserirem nas profissões das Ciências Exatas

SEPEI Data de Publicação: 30 jul 2019 11:30 Data de Atualização: 30 jul 2019 12:44

Cinco escolas de educação básica do município de Itajaí e uma de Balneário Camboriú receberam, ao longo desse primeiro semestre, encontros de monitoria de Matemática ofertadas por alunas do curso de Engenharia Elétrica do Câmpus Itajaí. A atividade fez parte do projeto de extensão “A menina que calculava” e busca incentivar que mais meninas se sintam motivadas a se inserirem nas profissões das ciências exatas. A ação será apresentada nesta quarta-feira (31), no 8º Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepei).

A escolha das escolas levou em consideração a avaliação delas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “O que nós observamos é que uma das principais dificuldades das alunas está relacionada à tabuada e uma das nossas preocupações foi apresentar diferentes representações de um mesmo conteúdo para ampliar as possibilidades de aprendizagem. Tivemos a preocupação também de pensar em atividades que fossem nem muito fáceis nem muito difíceis para chamar a atenção tanto de alunas que têm dificuldades como daquelas que não têm”, explica a coordenadora do projeto, professora Jéssica França, do Câmpus Itajaí.

A Escola de Educação Básica Arnaldo Brandão, no bairro Imaruí, foi uma das escolas atendidas pelo projeto. “Todo projeto que vem ao encontro dos anseios da escola é muito bem-vindo. Acima do quinto ano, não há mais reforço escolar e nesse sentido esse projeto vem a atender a essa demanda”, avalia a orientadora educacional Mandeli Mohr Couto.

No caso da Arnaldo Brandão, os trabalhos se concentraram com as meninas do sexto ano. A estudante de Engenharia Elétrica Beatriz Molinari foi a responsável por elaborar as atividades. “Cada dia é um desafio diferente. Tenho trabalhado bastante com tabuleiros de matemática, em que elas precisam resolver diferentes operações, e com stomachion, também conhecido como caixa de Arquimedes, que é um quebra-cabeças geométrico. Eu vejo que ao elaborar as atividades, eu também tenho ampliado a minha base em matemática”, avalia a estudante de engenharia.

Uma das alunas que costuma frequentar os encontros é a Valéria dos Santos, do sexto ano. Mesmo sem ter dificuldades em matemática, ela resolveu ir aos encontros para aprender mais. Além do conteúdo da matemática, foi através dos encontros que ela conheceu um pouco mais do curso de engenharia elétrica, da função de um engenheiro e também do próprio IFSC. “Para mim, o que mais me ajudou ao participar do projeto foi entender as expressões numéricas que é algo que a gente também está vendo na escola.”

As escolas de educação básica atendidas em Itajaí foram Arnaldo Brandão, Mansueto Três, Pedro Rizzi, Melvin Jones e o Centro Educacional do Cordeiros. Em Balneário Camboriú, foi a escola estadual Presidente João Goulart.

A coordenadora do projeto explica que intenção é continuá-lo, mas que isso será avaliado junto com as escolas. “Aplicaremos um questionário com a direção das escolas, com os alunos e com os pais para ter o retorno deles sobre a atividade. Queremos saber, inclusive, quais outras ações eles gostariam que o IFSC promovesse nas escolas. 

Equidade de gênero

Na primeira infância, quando um menino e uma menina entram na escola, eles costumam ter desempenhos muito semelhantes nas aulas de ciências ou mesmo de matemática, mas a medida que vão crescendo, a diferença entre eles aumenta. Segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), aos 15 anos a diferença no desempenho das meninas com relação aos meninos nas aulas de Matemática estão relacionados com motivação, determinação e autoestima, o que faz com que muitas meninas não escolham profissões em que o cálculo seja a base dos estudos. O que pode ser observado inclusive no curso de Engenharia Elétrica do Câmpus Itajaí onde apenas 29% dos alunos são mulheres.

A grande inspiração para o trabalho vem do projeto “A menina que calculava” que vem sendo realizado em Brasília desde 2017. “O trabalho que elas fazem em Brasília é referência, inclusive o grupo concorre a um prêmio por sua atuação. Quando eu comecei a faculdade de Física, eram cinco meninas em um universo de 30 homens e na faculdade de Matemática a predominância também é masculina. Nesses ambientes, as meninas são vistas como casos atípicos. Dentro do quadro de professores do curso de Engenharia Elétrica do Câmpus Itajaí, somos em três professoras, sendo que apenas uma delas é da área técnica. A proposta deste trabalho é mostrar para as meninas que elas são capazes e entendemos que quanto mais cedo for feita essa intervenção, mais eficaz ela será”, avalia a coordenadora do projeto Jéssica França.

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