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Implantação de metodologia melhora desenvolvimento de projetos integradores no Câmpus Florianópolis

ENSINO Data de Publicação: 21 out 2019 15:41 Data de Atualização: 03 jul 2020 18:52

A metodologia orientada a projetos CDIO (Concepção, Design, Implementação e Operação) foi utilizada pela primeira vez de forma estruturada nos projetos integradores (PI) dos cursos superiores do Departamento Acadêmico de Eletrônica (Daeln) do Câmpus Florianópolis como forma de melhorar o desenvolvimento dos projetos. A ideia da implantação do CDIO veio após pesquisas dos professores Luis Carlos Martinhago Schlichting, Marco Viorim Villaça, Luís Azevedo e Fernando Miranda e envolve todos os professores do departamento.

“Percebemos a dificuldade de muitos alunos em realizar os projetos de forma mais organizada. Especialmente nas primeiras fases, pois muitos deles chegam aqui sem nunca terem feito pesquisa aplicada antes. Então, passávamos a ideia do PI no começo do semestre e notávamos que muitos só começavam a fazer para valer do final do semestre para frente, gerando estresse e correria e, às vezes, até prejudicando a qualidade do projeto”, conta Fernando Miranda.

Luís Azevedo e o grupo de professores citado acima já estavam em busca de uma metodologia mais voltada para engenharias e áreas afins desde meados dos anos 90, quando o curso ainda era apenas curso técnico. E eles estudam a CDIO desde, pelo menos, 2012. “Em 2017, houve um evento da Confederação Nacional das Indústrias em que o mercado deixou bem claro que a formação dos engenheiros no Brasil não estava atendendo às necessidades. O recado foi de que precisávamos formar engenheiros projetistas, que enxerguem além da parte técnica da engenharia em si e decidimos oferecer essa formação”, explica Azevedo. Em 2018, o Câmpus Florianópolis recebeu um palestrante do Instituto Militar de Engenharia (IME) que contou como foi a implementação da metodologia por lá e, no começo deste ano, a CDIO foi oficialmente adotada pelo Daeln.

A metodologia foi criada no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, e consiste no acompanhamento e avaliação de cada etapa (Concepção, Design, Implementação e Operação), promovendo um avanço progressivo. A abordagem CDIO utiliza ferramentas de aprendizado ativas, como projetos em grupo e aprendizado baseado em problemas, para equipar melhor os estudantes de engenharia com conhecimentos técnicos, além de habilidades de comunicação e profissionais. Além disso, a Iniciativa CDIO fornece recursos para instrutores de universidades membros para melhorar suas habilidades de ensino, pois permite a avaliação de competências passo a passo, de modo que os professores podem visualizar, em gráficos, as áreas fortes e as que devem ser mais desenvolvidas em cada aluno. “Como professor, é uma ferramenta para a permanência e êxito, pois podemos estimular as competências de forma mais direcionada”, diz Miranda.

Organização otimizada

Um dos alunos que usou a metodologia pela primeira vez foi Rennan Gonçalves da Silva, do curso superior de tecnologia em Eletrônica Industrial. “Eu já havia feito o curso técnico subsequente de Eletrônica e realizei o projeto final do curso sem uma metodologia específica”, conta, lembrando que concluiu com êxito, mas que agora notou melhorias significativas com a CDIO. “ A metodologia CDIO ajuda na organização das ações. Muitas vezes o projeto fica travado, com a falta de uma etapa acaba atrasando as próximas. Neste semestre, durante o processo, notamos que o projeto precisava de várias alterações e, com a organização, foi mais fácil de perceber. Conseguimos concluir o projeto em apenas um mês e meio, sendo que o prazo é um semestre inteiro”.

André Luiz, parceiro de Rennan no PI, concorda que a metodologia foi fundamental na organização do tempo e na documentação. “O tempo foi o principal, com o tempo organizado o projeto fluiu muito melhor, desde a concepção até operacionalização do projeto. Na documentação ajudou muito, pois como tínhamos tudo separado pelos períodos, apresentar a documentação foi simplesmente descrever cada período e marcos dos projeto”, complementa.

Lucas Seara Manoel, estudante da décima fase de Engenharia Eletrônica, também aprovou a implantação da metodologia. Tanto que, atualmente, tenta aplicar a CDIO no seu trabalho de conclusão de curso (TCC), sobre visão computacional e seu uso na elaboração de um robô autônomo que evita obstáculos. “É mais no aspecto organizacional que a CDIO ataca, a eficiência no tempo vira consequência da melhor organização”, acredita.

Laboratório de Pesquisa Avançada em Eletrônica

Lucas é atualmente bolsista do Laboratório de Pesquisa Avançada em Eletrônica (LPAE), onde os projetos integradores são realizados. A metodologia CDIO tem sido amplamente usada e as experiências têm sido publicadas no site do LPAE, criando um repositório que pode ser consultado por estudantes e interessados na área. Além disso, no site, também é possível encontrar tutoriais, pesquisas, notas técnicas e ferramentas. “Queremos que o laboratório se torne uma estrutura que consiga fazer os produtos projetados na Eletrônica desde a concepção até a finalização. E que o site seja uma ferramenta fundamental nesse processo. Estamos pensando em novos conteúdos que facilitem o aprendizado para os nossos estudantes e, também, para quem tem interesse na área de Eletrônica em geral”, explica o professor Miranda.

Projetos desenvolvidos no LPAE como o Theremin, o braço robótico e a esteira (projetos integradores), serão apresentados durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Câmpus Florianópolis, que começa no próximo dia 21. Confira a programação no site oficial do evento.

 

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