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Estudantes do Câmpus Xanxerê desenvolvem cadeiras de banho para alunos da APAE

CÂMPUS XANXERÊ Data de Publicação: 11 nov 2020 08:59 Data de Atualização: 11 nov 2020 10:49

Em parceria com a APAE, estudantes do Câmpus Xanxerê do IFSC desenvolvem tecnologias assistivas, com a supervisão de professores, durante disciplinas do curso técnico integrado em Mecânica. Esse projeto une atividades de ensino e pesquisa, além de ultrapassar os muros da instituição para oferecer produtos viáveis à comunidade externa.

A proposta foi desenvolver cadeiras de banho para ajudar na rotina de pessoas com deficiência. Dos modelos apresentados pelos alunos, dois vão ser executados: um para crianças com paralisia cerebral tetraplégica, que garante um maior conforto e segurança para usuário e cuidador; e outro modelo para demais usuários que seja desmontável e ajustável ao longo das fases da infância e adolescência, aumentando o tempo de vida útil da tecnologia.

A parceria com a APAE foi feita ainda em 2019, para a disciplina de Projeto Integrador. Durante esse período, os alunos fizeram visitas, vivenciaram realidades diferentes e levantaram as necessidades do público-alvo. “Nós fizemos uma visita na casa de um dos alunos da APAE que tinha paralisia cerebral tetraplégica, para quem seria destinada a cadeira. Então nós fomos lá, pegamos as medidas do banheiro. Ele não tinha nenhuma cadeira de banho, a mãe dava banho no colo mesmo, só que ele estava ficando grande”, relata a estudante Julia Trevisan.

A etapa de imersão aumentou o desejo de pôr as ideias em prática e poder contribuir com a comunidade. Neste ano, na disciplina de Trabalho Integrador, os projetos selecionados seriam executados pelos alunos, mas por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus eles não puderam estar nos laboratórios da instituição fazendo o processo com as próprias mãos, conforme o planejado.

No entanto, a instituição não vai deixar de cumprir o seu compromisso com a APAE. Segundo a coordenadora do projeto Juscelia Padilha, o IFSC conseguiu disponibilizar recursos para essa execução acontecer. “Para a fabricação das cadeiras contaremos com empresas parceiras da região, introduzindo e fomentando a participação das indústrias regionais na produção e desenvolvimento de novas tecnologias assistivas. Desta forma, em abril de 2021, pretendemos fazer a doação das duas cadeiras à APAE, para que esta então consiga gerenciar as suas utilizações por aqueles que as necessitam”, explica.

As cadeiras têm características que exigiram dos estudantes articular diversos conhecimentos e técnicas, como suportes dobráveis para a articulação das partes móveis, acentos impermeáveis garantindo o aumento da vida útil do equipamento, sistema de travamento da base da cadeira garantindo segurança ao usuário, fabricação de componentes em alumínio, material de baixa densidade proporcionando redução do peso do produto e resistência a oxidação do meio de utilização.

A coordenadora Juscelia destaca que “além do ensino formal, há também, com a elaboração deste projeto, um desenvolvimento sobre as questões éticas e sociais, pois é necessário se colocar no lugar das pessoas com deficiência, desenvolver a empatia, para conseguir desenvolver um produto eficaz às suas necessidades”.

A estudante Eduarda Regina Rissi pondera sobre isso na contribuição do projeto para o seu aprendizado. “Ver essa realidade e estar projetando algo que vai melhorar a condição de vida dessas pessoas é algo maravilhoso, poder entrar no dia a dia delas, se colocar no lugar. A dificuldade que eles passam por não ter uma tecnologia, que no caso é simples, mas que ninguém está nem aí para criar, e se fossem criar pensariam em aumentar os custos para ganhar mais lucro, que foi uma coisa que a gente tentou diminuir ao máximo”, conta.

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