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Com criatividade, docentes e estudantes conseguem realizar aulas práticas não-presenciais

CÂMPUS FLORIANÓPOLIS Data de Publicação: 03 dez 2020 23:29 Data de Atualização: 03 dez 2020 23:39

Embora atualmente o planejamento das aulas no IFSC já leve em conta as atividades não presenciais (ANPs), em março, quando começou oficialmente a pandemia no Brasil, docentes e estudantes foram pegos de surpresa. Em uma instituição de ensino tecnológico com o IFSC, em que as aulas práticas são partes essenciais, como fazer com que os alunos não fossem tão prejudicados?

“Naquele primeiro momento, todos fomos pegos de surpresa. Não estávamos acostumados a trabalhar com instrumentos virtuaside aprendizagem”, lembra o professor Fernando Miranda, do Departamento Acadêmico de Eletrônica (DAELN). “Usávamos o Sigaa, o Moodle, mas muito mais como repositório”.

Para ele, logo que as aulas foram suspensas e houve a decisão pelas ANPs, houve todo um trabalho bastante difícil de conseguir o contato com os alunos e reorganizar os conteúdos, tudo bem pouquíssimo tempo (as aulas foram suspensas por poucos dias). “Quando se percebeu que a coisa ia mais longe do que o previsto inicialmente, foi feita uma parada, em maio. Especificamente no DAELN, percebemos que havia uma baixa adesão e era preciso preparar as aulas para serem realmente não presenciais, não apenas uma questão emergencial, de poucos dias”, explica Miranda.

“É uma balança. Não podemos deixar evadir, mas também não podemos baixar a qualidade do conteúdo oferecido. Foram dois meses muito difíceis, de reorganização, muitas reuniões, discussões. Quando as aulas retornaram, eu e o professor (Luiz Alberto) Azevedo pensamos como poderíamos manter a experiência em laboratório, mas em casa”, lembra o professor.

Foi quando eles decidiram, dentro da disciplina Projeto Integrador da quarta fase do curso de Engenharia Eletrônica, propor um projeto mais simples, mas utilizando a metodologia CDIO ( (Conceiving, Designing, Implementing and Operating ) implantada ano passado pelo DAELN.

Os alunos conseguiram trabalhar os conceitos da abordagem CDIO em suas respectivas residências, através de um projeto de um sistema de irrigação. Todos os componentes foram adquiridos pelo Edital 18/2019 PROEX/PROPPI Campus Florianópolis, didático pedagógico, através do projeto intitulado "Uma abordagem educacional à formação de profissionais para a indústria 4.0". adaptado para suprir as necessidades dos alunos neste momento de pandemia e que serão utilizados futuramente nos propósitos do projeto.

“A gente pensou num projeto mais simples, de dois meses, no qual que pudessem desenvolver bem as etapas do CDIO, conceito desenvolvido na Massachusetts Institute of Technology (MIT) e difundido por diversas universidades no mundo. . Eram quatro alunos que estavam bem ausentes. No fim, todos retornaram e concluíram com bastante êxito a proposta”.

“Eu acredito que, como toda atividade que se tornou a distância, foi bem difícil e muito novo realizar esse projeto. Apesar da ideia original do projeto ter sido minimizada, justamente para gente poder ser avaliado à distância, foi muito satisfatório os resultados que eu obtive e ter acesso à tecnologias que não havia entrado em contato antes. Apesar desse empecilho da quarentena, tivemos bastante auxílio dos professores, o que tornou o aprendizado menos sofrido e conseguiu mostrar, nem que seja superficialmente, como é o processo de criação de um projeto de engenharia com sucesso”, avalia Guilherme da Costa Franco, um dos alunos da disciplina citada.

Segundo ele, os professores conseguiram idealizar um projeto alternativo na mesma temática do original, extremamente adaptado às condições atuais. “Eu tiro meu chapéu para a dedicação e o esforço dos professores Miranda e Azevedo para dar sequência para a disciplina”, conclui.

Outro dos muitos exemplos de criatividade na hora de colocar em prática os conceitos, ainda que cada um na sua casa, veio da professora Luciana Calçada, do Departamento Acadêmico de Construção Civil. Logo no começo da pandemia, em março, ela fez uma simulação ao vivo para mostrar o fenômeno do inchamento de agregado miúdo na disciplina de materiais de construção. Mas, assim como os professores do DAELN, quando percebeu que a suspensão das atividades presenciais iria bem mais além, e sendo professora de uma matéria que é essencialmente feita em laboratório, ela precisou se reinventar. Comprou materiais descartáveis e assou horas separando, pesando e embalando insumos para uma nova simulação – só que, dessa vez, cada aluno iria fazer a sua em casa.“Depois de tudo pronto, foi preciso toda uma logística para que os alunos pudessem pegar o material no câmpus”, lembra Luciana.

Com cimento, cal, areia e detergente de louça, a turma simulou a consistência necessária para uma boa argamassa. “Segundo eles me relataram, foi uma experiência muito positiva. Saiu da mesmice de o professor ficar no vídeo, falando, deu uma animada em tempos de aulas a distância”, conta a professora.

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