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Câmpus completa 10 anos

CÂMPUS GASPAR Data de Publicação: 31 dez 2020 15:11 Data de Atualização: 20 abr 2021 20:24

No último dia 6 de dezembro, o Câmpus Gaspar completou 10 anos de funcionamento e para contar um pouco desta história convidamos servidores que também estão completando 10 anos de trabalho no IFSC. Confira o relato de quem começou a trabalhar ainda na sede da secretaria de Turismo de Gaspar, acompanhou as obras do Câmpus e têm ajudado a construir dia a dia uma instituição que é referência em educação pública e de qualidade.

Não há como contar a história do Câmpus Gaspar sem falar da professora Graciane Pereira. Ela foi a primeira servidora, veio removida do IFC de Rio do Sul, e quando chegou para trabalhar a obra do Câmpus ainda não estava concluída. “A gente trabalhava na secretaria de Turismo de Gaspar, depois fomos trabalhar na fábrica do Câmpus. Eu lembro que no começo eu costumava até receber materiais da obra.”

Ao vir para Gaspar, Graciane também escolheu viver no Bela Vista, bairro onde está situado o Câmpus e ao longo desses 10 anos viu em vários momentos sua vida pessoal e profissional se entrelaçarem, tanto é que ela considera o Câmpus sua segunda casa. Sua filha Giulia foi aluna do técnico integrado em Química e ela observa como mãe a importância do IFSC na formação dela. “Eu vejo hoje a Giulia e percebo o quanto ela aprendeu sobre empoderamento com a professora Patrícia Rosa, gentileza com o Yuri Salomão, a ter disciplina com o professor Márcio Watanabe e a ter respeito pelo posicionamento do outro com a professora Giane Carvalho.”

Assim como os professores citados, Graciane também marcou a trajetória de muitos estudantes que passaram pelo Câmpus. Ela sempre esteve à frente dos trabalhos voltados à   educação ambiental e foi uma das responsáveis pela criação da Comissão de Gestão Ambiental do Câmpus Gaspar há 10 anos. “A gente vem trabalhando para tentar incorporar a dimensão ambiental não só na esfera administrativa, mas também no ensino, pesquisa e extensão.”

Um trabalho que vem dando muitos resultados. Até 2019, dos 109 projetos integradores que haviam sido apresentados por alunos do curso técnico integrado em Química, 45 eram ligados a sustentabilidade e desses 14 tinham como foco a gestão ambiental do próprio Câmpus. O que fez com que o Câmpus vencesse o prêmio A3P 2020 de melhores práticas de sustentabilidade, concedido pelo Ministério do Meio Ambiente, com o projeto “Protagonismo jovem: a pesquisa como ferramenta para uma formação cidadã”.
 
Graciane também é responsável por uma série de projetos de extensão e pesquisa realizados em parceria com a prefeitura de Gaspar e com Associação dos Aquicultores do município (Aquipar), como a pesquisa para o cultivo e certificação do peixe orgânico e do aplicativo e-fish que é voltado para a gestão de propriedades de piscicultura. 

Reconhecimento do IFSC na região

O professor Márcio Watanabe também veio para o IFSC em 2010, depois de atuar no colégio militar em Campo Grande (MS). Ele é do interior de São Paulo e um dos motivos que o fizeram vir para Gaspar é porque estaria próximo da praia. “Eu lembro que no concurso tinham duas vagas para Jaraguá e uma para Gaspar e eu escolhi Gaspar porque era próximo de Blumenau e de Balneário. Quando eu cheguei, ainda não tinha energia elétrica no Câmpus, levou umas duas semanas para instalarem. No começo a gente trabalhava na estruturação dos cursos de qualificação profissional como de informática básica, costura, assistente de administração e em 2011 passamos a trabalhar nos projetos dos cursos técnicos.”
 
Márcio conta que desde o início sempre houve um comprometimento dos servidores para construir um Câmpus de referência na região. “Nós precisávamos criar uma imagem positiva da instituição, tínhamos esta responsabilidade e com muita seriedade fomos sendo reconhecidos. É um trabalho de equipe e eu vejo que a diversidade da formação profissional dos servidores têm contribuído para uma formação plural dos estudantes. O Câmpus conta com uma série de núcleos e grupos de estudo como o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi),  o Núcleo de Agroecologia e Produção Orgânica do Médio Vale (Neavi) e a Comissão de Gestão Ambiental.”

Ao longo desses 10 anos de trabalho, Márcio sempre esteve à frente de iniciativas que pudessem fazer do Câmpus um ambiente acolhedor para servidores e estudantes. Márcio é integrante da Comissão Interna de Saúde do Servidor Público (Cissp) e responsável por organizar uma série de confraternizações entre os servidores e é também um dos responsáveis pelo famoso grito de guerra do Câmpus, que é um dos mais conhecidos do IFSC. “Em 2012, nós estávamos participando de uma convenção latino-americana de educação tecnológica e tinham vários câmpus do IFSC, foi daí a ideia de criarmos o grito de guerra que marcasse o nosso Câmpus. “É IFSC o quê? Gaspar!”.”

IFSC enquanto um ambiente acolhedor 

A bibliotecária Cláudia Kautzmann também começou a trabalhar na instituição em 2010. “ Eu lembro que o Câmpus era uma lama só, não tinha calçada nem muro. A biblioteca não tinha nada, eram só umas quatro caixas de livros. Nós não tínhamos estantes nem mesas na biblioteca e todos os servidores trabalhavam juntos na mesma sala em pequenas ilhas.”

Cláudia explica que no início não existia um sistema que fizesse o gerenciamento do acervo e todos os empréstimos de livros eram anotados em fichas e planilhas. “Eu havia passado em um concurso público da Udesc antes de entrar no IFSC e foi lá que eu aprendi a fazer o processamento do acervo quando não há um sistema. O sistema que usamos hoje o Sophia é de 2012.”

De apenas caixas de livros em 2010, hoje a biblioteca do Câmpus conta com um acervo de mais de onze mil livros e quatro mil títulos e é um dos lugares mais frequentados do Câmpus recebendo em média de 500 a 700 pessoas por dia. “Nós organizamos o espaço físico para pensar nos estudantes como os do integrado que ficam o dia inteiro no IFSC. Eles saem muito cedo de casa, precisam de um espaço para descansar, estudar e para fazer trabalhos em grupo.”

Cláudia conta que a biblioteca do Câmpus foi pensada para além de empréstimos de livros, mas como um sistema de serviços que precisam estar articulados com as atividades em sala de aula. “Nós promovemos capacitações sobre o uso da biblioteca, sobre regras da ABNT para trabalhos de conclusão de curso, promovemos atividades para falar sobre fontes de pesquisa e sobre plágio. O acesso dos brasileiros a bibliotecas é ínfimo e é muito importante a capacitação do usuário para que ele entenda a organização do acervo e saiba como acessar acervos digitais.”

Além de ser um espaço de referência para os estudantes, a biblioteca do Câmpus garantiu a nota máxima nas avaliações realizadas pelo MEC para os cursos superiores, por meio do Enade. “A nota 5 reflete um processo contínuo de trabalho junto às coordenações de cursos em que estamos sempre pensando no Projeto Pedagógico dos Cursos (PPCs).”

Crescimento do Bela Vista e do Câmpus
 
Nilson Leal já atuava há mais de 20 anos na iniciativa privada, quando entrou no IFSC. Ele é técnico Têxtil e tem bacharelado em Química. “Quando nós começamos, não tinha cadeira nem mesa. Só tínhamos energia no segundo piso e a gente concentrava tudo ali. O fato de eu ter formação na área da Química e na área têxtil me ajudou a entender os processos dos cursos e isso foi fundamental para o meu trabalho.”

Nilson esteve à frente da coordenação de compras e da Chefia do Departamento de Administração do Câmpus e durante este período viu não só o Câmpus crescer, mas também o bairro Bela Vista. “Eu participava das reuniões do conselho de segurança do bairro, do conselho de meio ambiente de Gaspar, do conselho de habitação e ao longo desses dez anos vi o bairro se valorizar. Muitos servidores e estudantes vieram morar no Bela Vista. Hoje já temos ao lado do Câmpus academia, banco, padaria, posto de saúde, escola, o que já se configura como um centrinho do bairro.”  

Experiência de gestão

Em 2012, o professor Sérgio Uda assumiu a direção do Câmpus Gaspar e trouxe sua experiência de mais de 20 anos de escola técnica. Ele era servidor do câmpus Florianópolis e já tinha assumido uma série de funções como de gerência da formação geral, de chefia no departamento de ensino e como vice-diretor. “Eu entrei na escola técnica em 1986 e assumi uma serie de funções de gestão. Em 2012, fui convidado para assumir a direção do Câmpus Gaspar.”

Uda conta que houve um intenso trabalho para organizar os processos administrativos e os de ensino. “Quando eu assumi, promovemos uma eleição para que os próprios servidores escolhessem o chefe de ensino e o chefe do departamento de administração, trabalhamos para criar o conselho de gestão, fazer o planejamento anual do Câmpus e envolver a comunidade para nos ajudar a fazer o planejamento de curto, médio e longo prazo. A gente tinha um excelente grupo de servidores e com eles conseguimos fazer um bom trabalho.”

Ele ficou à frente do Câmpus até 2016 quando se aposentou e quem assumiu a direção-geral foi a professora Ana Paula Kuczmynda da Silveira. Mas mesmo aposentado, até hoje Uda procura fazer visitas ao Câmpus e acompanhar o trabalho realizado. “A minha relação com o Câmpus é como de um pai que sempre está acompanhando o filho.” 

 

CÂMPUS GASPAR

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