O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

Notícia Aberta

Aplicações Aninhadas

Publicador de Conteúdos e Mídias

Professor do Câmpus Lages é um dos autores de artigo publicado em revista internacional

CÂMPUS LAGES Data de Publicação: 28 jan 2021 23:16 Data de Atualização: 29 jan 2021 11:45

Foi publicado no último dia 7 o artigo “Assinatura proteômica sérica de camundongos infectados com Trypanosoma evansi para identificação de biomarcadores potenciais” que tem no professor do Câmpus Lages do IFSC Renato Simões Moreira um dos autores. A publicação ocorreu na revista Veterinary Parasitology, jornal científico oficial das associações americana, europeia e mundial de parasitologia veterinária e de classificação A1 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a maior nota para uma revista científica.

O artigo aborda a análise de proteínas encontradas em soro de camundongos infectados experimentalmente com Trypanosoma evansi, que é um parasito de origem africana e causa uma doença chamada Surra ou Mal das Cadeiras. Esta doença tem uma importância grande na pecuária mundial, não somente no Brasil, pois pode dizimar rebanhos inteiros e diferentes de outras doenças infecciosas, esta não possui um vetor específico, o que facilita sua disseminação.

Como foi o estudo

Este artigo é resultado do trabalho de mestrado da Médica Veterinária Nathália Calomeno, que é egressa do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). "O nosso grupo de pesquisa utiliza o T. evansi como modelo experimental, então sempre estamos tentando desvendar mecanismos do parasito em busca de novos métodos diagnósticos e tratamento” salienta, Renato.

O artigo contou com a participação de várias instituições além da UDESC, onde o trabalho experimental foi realizado, como a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o IFSC através da participação do professor Renato, onde foram realizadas as análises, e também da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde foi feita parte da Espectrometria de Massas.

O trabalho foi conduzido sob a orientação do professor Luiz Claudio Miletti, da UDESC e Co-orientação do professor Glauber Wagner (UFSC), que são igualmente co-autores deste trabalho, além de outros colaboradores como doutores, mestres e alunos da iniciação científica. “Por se tratar de um trabalho multidisciplinar, minha participação foi realizar a análise de bioinformática, que é a área do conhecimento que junta biologia e computação para resolver problemas biológicos”, comenta. Renato é professor dos cursos de informática para a internet e Ciências da Computação.

Importância para a produção

O objetivo do trabalho é justamente obter uma assinatura protéica de animais infectados por este parasito. Esta assinatura é como se fosse uma impressão digital deixada pelo parasito durante a infecção, então o trabalho dos pesquisadores é tentar encontrar proteínas que sofrem modificações durante a infecção, seja ela do hospedeiro ou do parasito (secretada ou oriunda da sua morte celular), como explica o professor Renato “a partir deste tipo de informação é possível trabalhar em várias vertentes como, por exemplo, a criação de um dispositivo de diagnóstico rápido, como testes de gravidez e atualmente também os testes rápidos para COVID-19. Em campo este tipo de teste pode auxiliar muito o médico veterinário e produtores para um manejo mais preciso, uma vez que não é necessário técnicas mais sofisticadas e relativamente mais caras como é o caso do tão falado PCR”.

O diagnóstico e tratamento da doença ainda são relativamente complicados e podem clinicamente ser confundidos com outras doenças. O professor explica que “a doença não traz risco ao ser humano, apesar de se ter registro na literatura de eventual infecção, mas é uma doença que afeta agressivamente equinos. Para esta análise combinamos diversas técnicas laboratoriais sendo que a principal delas é a Espectrometria de Massas, que é uma técnica para identificação de proteínas amplamente utilizada neste tipo de análise, porém, poucos laboratórios no Brasil têm acesso a este tipo de equipamento”.

O IFSC sai na frente

Poucos são os profissionais que trabalham atualmente com bioinformática, mesmo nas universidades, e em Institutos Federais este número cai drasticamente, sendo uma área que possui grande demanda por contratação. Por se tratar de um nicho específico a pessoa precisa dominar duas áreas do conhecimento (Biologia e Computação) e é cada vez mais difícil encontrar profissionais com essas habilidades.

Para o IFSC este trabalho tem grande valor científico, como comenta o professor “primeiramente por se tratar de um artigo A1, que no meio acadêmico significa um trabalho de grande importância, e segundo por abrir novos horizontes no que diz respeito a pesquisas multidisciplinares, que é o caso da bioinformática, podendo encorajar tanto alunos quanto professores a conhecerem mais a respeito desta nova área do conhecimento. É uma grande chance de mostrar para a comunidade científica que o IFSC, além de educação profissional, também é uma instituição de excelência científica”.

Renato relata a satisfação em participar da produção do artigo “ver um trabalho sendo desenvolvido em parceria pelas três maiores instituições de ensino do estado de Santa Catarina e participar ativamente delas, pois sou aluno regular de doutorado da UDESC, aluno convênio na UFSC e docente no IFSC, é de uma satisfação sem tamanho, pois, nossa visão científica é de agregação e não de competição. Além disso, estou participando de diversos outros trabalhos que devem ser publicados ao longo deste ano, então ainda temos muito trabalho pela frente”, conclui.
 

CÂMPUS LAGES PESQUISA NEWS

Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência. Leia Mais.