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Enegris reúne mais de 600 participantes para debater questões étnico-raciais nos institutos federais

EXTENSÃO Data de Publicação: 19 mar 2021 15:58 Data de Atualização: 19 mar 2021 17:30

Mais de 600 pessoas de Norte a Sul do país participaram do Encontro Nacional dos Servidores Negros e Indígenas dos Institutos Federais (Enegris), promovido de 15 a 18 de março de forma on-line nos canais do Youtube do IFSC, câmpus Oeste e câmpus Gaspar. O evento teve como proposta ampliar o debate sobre questões étnico-raciais com os servidores dos institutos federais, fomentando ações formativas relacionadas à temática e a criação de grupos de enfrentamento aos desafios do racismo nas instituições. O Enegris foi promovido pelo grupo “IFSC Negro”, que é um coletivo que reúne servidores negros do IFSC. O evento faz parte do projeto de extensão “Grupo IFSC Negro debatendo as questões étnico-raciais com os servidores dos institutos federais e o movimento negro”, que foi contemplado pelo edital º 15/2020 - Proex/IFSC - Direitos Humanos”.  

“Tudo começou a partir de uma conversa em um grupo de aplicativo em que dois servidores gostariam de trocar experiências e conversar sobre questões da negritude. À medida em que o grupo foi crescendo fomos observando que muitos dos servidores negros nunca haviam se envolvido em ações de ensino, pesquisa e extensão voltadas à questão da negritude, nem sabiam como começar, e muitos não conheciam a atuação dos Núcleos de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi). Foi quando decidimos ampliar nossa atuação, participar ativamente de eventos institucionais, capacitações e de bancas de heteroidentificação. Nesse sentido, o Enegris é fruto de um esforço coletivo de um grupo de servidores negros do IFSC para debater e ajudar a combater o racismo não só no IFSC, mas em todos os institutos federais e auxiliar os colegas que pretendem atuar nesta luta a encontrar referência nas ações de ensino, pesquisa e extensão realizadas de Norte a Sul do país. Apesar do Enegris, concentrar-se nas questões da negritude, resolvemos incluir o debate sobre a questão indígena, por considerarmos que essa temática é urgente e necessária. A luta por um país mais justo é de todos nós”, explica a professora Roberta Cajaseiras, do Câmpus Chapecó, que é também a coordenadora-geral do Enegris.

Durante a cerimônia de abertura, o presidente do Comitê de Direitos Humanos do IFSC,  professor Felipe José Schmidt (câmpus São Carlos), destacou a importância desse debate nos institutos federais “Em 2020, o Comitê de Direitos Humanos do IFSC propôs o edital Proex nº 15 como forma de estimular e fomentar atividades de extensão da área temática de direitos humanos, promover o respeito, a garantia dos direitos humanos, combate ao racismo e ao capacitismo e a desigualdade de gênero e de classe de modo que esses projetos refletissem no ensino, pesquisa e extensão bem como na gestão institucional. Em meio a um momento de tantos retrocessos, onde passamos por essa “desdemocratização” é fundamental que os indivíduos pertencentes ao grupo social privilegiado em termos de lugar de fala ouçam e enxerguem sobre as hierarquias produzidas a partir deste lugar e como esse lugar impacta na constituição de lugares dos grupos subalternizados historicamente. Esse evento pretende divulgar a produção intelectual de servidores negros e indígenas como sujeito ativos, que em outros âmbitos e formas, já foram muito silenciados, mas que hoje historicamente vêm fazendo resistência e re-existência.”    

Para conferir a cerimônia e a palestra de abertura “Negritude, indigenismo e cidadania no Brasil” com o professor doutor Carlos Benedito Rodrigues da Silva, da Universidade Federal do Maranhão, e do professor doutor Edson Machado de Brito, do Instituto Federal da Bahia, clique aqui. Os pesquisadores fazem uma reflexão sobre as relações étnico-raciais no Brasil, fazendo um resgate histórico e uma análise da conjuntura atual a partir da perspectiva das populações indígenas e negras. 
 

No “Balaio dos IFs: um pouco do que temos feito no ensino, pesquisa e extensão com a temática étnico-racial” realizado no dia 15, representantes dos Núcleos de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) dos câmpus Gaspar e Canoinhas do IFSC falam sobre as ações realizadas, há ainda relato de experiência sobre ações realizadas no Instituto Federal do Amazonas (IFAM), nos câmpus Florianópolis, Cricipuma e Gaspar do IFSC. Para assistir, clique aqui

Ainda no dia 15, foi realizada a roda de conversa “Povos indígenas nos IFs: desafios e perspectivas” com José Tarisson Costa da Silva  - povo Nawa (Museu nacional – UFRJ), Pierlangela Nascimento da Cunha – povo Wapichana (IFRR), Elka Janaína dos Santos e Silva – povo Pankará (IFSP), Joscival Vansconcelos Reis – povo Tukan (IFAM), Edilson Martins Melgueiro- povo Baniwa (IFAM), Maria Marcela Lima de Moura – povo Xucuru do Ororubá (IFPE). Para conferir a roda de conversa, clique aqui
 
No dia 16, o Enegris promoveu a palestra “Uma crítica afrocêntrica ao eurocentrismo no pensamento educacional brasileiro” com o convidado Ricardo Matheus Benedicto (Unilab). Para assistir, clique aqui

Ainda no dia 16, foi realizada a roda de conversa “Racismo ou injúria racial? Como perceber e enfrentar a violência contra os negros” com os Antônio Fernandes das Neves Filho (Polícia Civil – Blumenau), Marco Antônio André (advogado) e Luciano Goes (Cesusc/Ibccrim). Para assistir, clique aqui

No dia 17, teve roda de conversa “A assistência estudantil através de um recorte étnico-racial”, com Gleyce Figueiredo de Lima (IFRJ) e Roberta Enir Faria de Lima (IFAM). Para assisti-la, clique aqui

Teve ainda cine debate, mediado pelo Neabi do câmpus Canoinhas do IFSC, para discutir o documentário “Juventudes negras periféricas” com os convidados Maria Rita Py Dutra (UFSM), Nahan dos Santos (delegado da Infância e Juventude), Elias Costa (UFSM), Esther Costa Faria (Práxis – coletivo de educação popular). Para assistir, clique aqui

No dia 18, teve a roda de conversa “A importância dos NEABs Neabis e grupos correlatos nos institutos federais” com Delton Felipe (UEM) e Janaí de Abreu Pereira (câmpus Palhoça-bilíngue do IFSC). Para assistir, clique aqui

Para encerrar o evento, foi realizada a roda de conversa “A literatura negra e o seu papel na construção das identidades dos sujeites negres” com o escritor Marcos Cajé e a professora Aparecida de Jesus (UEPG). Para assistir, clique aqui

 

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