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Alunas do Câmpus Florianópolis são finalistas em competição latino-americana sobre sustentabilidade

CÂMPUS FLORIANÓPOLIS Data de Publicação: 17 mai 2021 22:39 Data de Atualização: 17 mai 2021 22:53

Elas têm nomes quase iguais – Jasmim e Yasmin Vasques. Nasceram primas, mas, mais do que o sangue, parece que foi o destino tramou proximidade das duas: depois de crescerem juntas, sempre com afinidade, ambas ingressaram juntas no IFSC – Jasmin no curso técnico integrado em Química e Yasmin no integrado em Saneamento. E juntas estão na final do Eco Desafio 12.0 – Prêmios de Sustentabilidade e Plásticos.

Entre mais de 2,1 mil equipes inscritas em toda a competição, a Ecomim, empresa de xampus e condicionadores sólidos criada pelas primas, chegou entre as cinco finalistas na categoria “Reinventar: além da garrafa” e competem agora pelo prêmio de 5 mil dólares com empreendedores do Brasil, Peru e Colômbia. “Essa categoria buscar soluções inovadoras focadas na criação de materiais com embalagens alternativas para substituir ou reduzir o uso das garrafas plásticas convencionais”, explica Jasmim.

Na indústria dos cosméticos líquidos (xampus/condicionadores/sabonetes) são feitas produções gigantescas para suprir a demanda de uma grande parte da população. De acordo com Jasmim e Yasmin, algumas substâncias adicionadas às fórmulas destes produtos podem ser tóxicas e nocivas tanto para o meio ambiente quanto para os próprios usuários - entre elas, as que mais se destacam são os parabenos e as fragrâncias artificiais, que podem atuar como disruptores hormonais.

Outro problema que os cosméticos líquidos trazem consigo é a embalagem. A maioria utiliza embalagens plásticas. E, apesar de o plástico ser reciclável, nada garante que as embalagens de fato serão destinadas corretamente. “Não existe o termo ‘Jogar Fora’. Se você jogar algo fora sem noção alguma de onde isso vai parar, esse resíduo vai para o aterro sanitário, no mar, no bueiro, na areia da praia, na água que você toma e de repente até na sua comida. A partir do momento em que um resíduo é gerado, é responsabilidade da pessoa descartá-lo corretamente”, explicam as empreendedoras.

“Ecomim conseguiu desenvolver uma fórmula que não usa nenhuma das substâncias nocivas citadas anteriormente e, além disso, utiliza óleos essenciais que, além do cheirinho, possuem propriedades terapêuticas”, contam.

Apesar de esse tipo de cosmético não ser novidade, Jasmim acredita que a classificação entre os finalistas foi obtida porque a Ecomim não é apenas uma empresa focada em vendas. “O que o que nos guiou pra chegarmos na final foi a nossa familiaridade com a causa. Porque além de provedoras de soluções sustentáveis, nós também somos clientes que buscam soluções acessíveis e de qualidade, e isso fez com que o nosso processo de produção tivesse muito conhecimento e crítica! Nós estudamos e testamos várias fórmulas pra chegar em produtos finais de qualidade e com um bom custo-benefício. Além disso, o projeto Ecomim visa muito além de vender xampus e condicionadores sólidos. No nosso Instagram, procuramos trazer informações verdadeiras, dicas e soluções para popularizar e promover as escolhas conscientes. Nós realmente acreditamos na causa sustentável e queremos que ela se torne cada vez mais acessível e popular”.

IFSC como catalisador de aprendizados

Jasmim conta que sempre foi amante da natureza, desde que se entende por gente. Ela optou pelo curso técnico em Química visando uma futura carreira como bióloga. “Mas durante o técnico eu aprendi coisas que nem imaginava! Eu estudei sobre química verde, sobre microplásticos, processos produtivos, meio ambiente e tudo isso me mostrou que a química está presente em tudo na nossa vida eque ela é extremamente importante pras questões ambientais”, relembra. “Com todo o conhecimento que adquiri durante o curso, fui capaz de entender as fórmulas cosméticas, o papel de cada ingrediente e os impactos ambientais e, com isso, nós conseguimos ter muito mais controle e mais crítica sobre as fórmulas dos produtos Ecomim”.

Já Yasmim revela que sua consciência ambiental foi surgindo somente ao longo do curso técnico em Saneamento, mais especificamente em uma aula sobre microplásticos. “Eu me apavorei e comecei a mudar meus hábitos. E o conhecimento adquirido no curso de Saneamento foi extremamente necessário para os conhecimentos dos corpos hídricos, gestão de resíduos e meio ambiente”, diz.

“Além de todo conhecimento técnico, o IFSC também teve um papel essencial na formação do nosso senso crítico e moldou, de certo modo, a nossa maneira de enxergar o mundo, incluindo os problemas sociais”, destaca Jasmim.

Próximos passos rumo ao prêmio

Nesta terça, dia 18 de maio, Jasmim e Yasmim participam de uma live no Facebook, para o público conhecer os projetos finalistas. Será uma apresentação breve das propostas, seguida de uma roda de conversa sobre sustentabilidade, com as demais equipes. Depois disso, os finalistas terão um tempo para melhorar um Plano de Negócios, que deverá ser entregue por escrito, além da apresentação que será feita entre os dias 23 e 25 de junho deste ano, frente a um júri técnico e de investidores que definirá a proposta vencedora.

Sobre o Eco Desafio

O Eco-Desafio 12.0 promove uma nova visão do plástico e contribui para um futuro sustentável na América Latina e no Caribe, buscando  identificar soluções escaláveis e sustentáveis que permitirão à indústria e ao consumidor ir além do uso tradicional do plástico e construir um mundo no qual esse material não se transforme em resíduo. Tudo isso através da redução, reaproveitamento, reciclagem e reinvenção do mesmo.

Para atingir esses objetivos, o Eco-Desafio 12.0 busca trabalhar com jovens empreendedores e empreendedores dos Estados membros da Organização dos Estados Americanos (OEA), desenvolvendo soluções inovadoras para atender às prioridades de reinvenção e reutilização do PET e fortalecer o compromisso do consumidor para desenvolver ações de apoio à economia circular do plástico.

 

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