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Projeto de preservação da pesca da tainha concorre a prêmio nacional do IPHAN

EXTENSÃO Data de Publicação: 29 nov 2021 20:43 Data de Atualização: 17 dez 2021 12:33

As ações para preservar a pesca artesanal da tainha no Campeche, em Florianópolis, foram selecionadas para o Prêmio Rodrigo Melo Franco do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) na categoria de inovação no contexto de pandemia. O projeto é desenvolvido pela comunidade Tekoá Pirá com apoio do Câmpus Florianópolis-Continente do IFSC e, mesmo durante o isolamento por conta da Covid-19, manteve uma série de atividades utilizando recursos on-line como forma de manter a salvaguarda da pesca artesanal da tainha na comunidade, que em 2019 conquistou o registro de patrimônio cultural e material de Santa Catarina pela Fundação Catarinense de Cultura. 

O prêmio é promovido nacionalmente pelo Iphan desde 1987 em reconhecimento às ações de preservação do patrimônio cultural brasileiro. Neste ano, a metodologia utilizada no período pandêmico é um dos critérios de avaliação. 

As pesquisadoras e guias de turismo formadas pelo IFSC, Gisele Silvia Ramos e Roberta de Paula Braz, explicam que foram utilizadas ferramentas de vídeo chamada e mídias sociais para manter o diálogo com comunidade e parceiros e para compartilhar informações: “Durante o período pandêmico, realizamos encontros semanais entre o Tekoá Pirá e o IFSC e periódicos com os pescadores. Também protagonizamos e participamos como convidados de lives transmitidas pelo Youtube e Instagram, o que permitiu compartilhar com outras comunidades do litoral de Santa Catarina os conhecimentos sobre o processo de registro e a concepção de Turismo de Base Comunitária  como ferramenta de salvaguarda do patrimônio cultural.”

Durante a pandemia, o grupo também retomou o processo de cartografia social do território tradicional do Campeche, iniciado em 2016. Segundo Gisele, as articulações permitiram ainda o fortalecimento da Associação de Pescadores. “O Pirá foi responsável pela inscrição da Apesac no prêmio de reconhecimento por trajetória cultural Aldir Blanc e foi contemplado. Esse prêmio subsidiou a compra de itens de pesca, melhorias nos quatro ranchos de pesca e outros equipamentos de segurança para o uso dos pescadores, além da elevação da sua autoestima.”

A professora  do Câmpus Florianópolis-Continente, Cláudia Hickenbick, destaca a importância da continuidade do trabalho, principalmente junto aos pescadores: “A certificação é apenas uma etapa do processo de patrimonialização e sem o acompanhamento do bem cultural é muito possível que seja apenas um certificado.”

Saiba mais sobre a cartografia social da comunidade do Campeche no vídeo:

Além da pesca artesanal, o Tekoá Pirá busca preservar outra tradição da comunidade: os engenhos de farinha, que está em processo de registro como patrimônio cultural. As pesquisadoras também compartilham seus conhecimentos com a Rede Catarinense de Engenhos através de oficinas para realização de roteiros de Turismo de Base Comunitária.

Expectativa para resultado

Esta é a segunda vez em que o Tekoá Pirá é selecionado para o Prêmio Rodrigo Melo Franco. Em 2020 participou com o projeto “Proteção e valorização do patrimônio cultural da Ilha de Santa Catarina: Roteiros de turismo de base comunitária (TBC) e salvaguarda”.
 
Segundo Cláudia, “mesmo entendendo que o projeto ainda tem pouco tempo de existência (4 anos) e que, provavelmente, na etapa nacional estará ao lado de propostas com mais tempo de caminhada e com mais ações consolidadas, sentimos que estamos destacando  a importância da interação entre uma instituição educacional, como o IFSC, e uma comunidade, como a dos pescadores.”

O resultado da premiação está previsto para o dia 17 de dezembro.

 

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