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Alunos de licenciatura do Câmpus São José vivenciam proposta metodológica dos Projetos Criativos Ecoformadores

ENSINO Data de Publicação: 12 abr 2018 15:16 Data de Atualização: 12 abr 2018 15:34

"Apreender o real em movimento" a partir da observação participante de diferentes espaços formativos foi um dos objetivos dos estágios realizados por estudantes de dois cursos de licenciatura do Câmpus São José. Em saída de campo realizada na Escola Básica Municipal Visconde de Taunay, em Blumenau, no início de março, alunos da oitava fase do curso de licenciatura em Ciências da Natureza com habilitação em Química e da sétima fase da licenciatura em Química puderam conhecer de perto os resultados da aplicação da proposta metodológica dos Projetos Criativos Ecoformadores (PCEs), que tem orientado os estágios supervisionados de regência dos dois cursos desde 2015.

De acordo com a professora Paula Alves de Aguiar, uma das orientadoras dos estágios, a ideia de visitar a escola surgiu a partir de questões levantadas pelas próprias turmas ao estudarem a proposta dos PCEs. A metodologia foi criada pelo pesquisador espanhol Saturnino de la Torre e pela pesquisadora brasileira Marlene Zwierewicz e propõe que o ensino se dê a partir de necessidades, interesses e problemáticas concebidas pelos estudantes e professores, explica Paula, "articulando nesta abordagem o conhecimento acadêmico e estimulando que se percebam e construam possibilidades para a transformação da realidade, das situações reais e/ou do entorno. Dadas suas potencialidades, nós temos buscado adotar esta metodologia nos estágios das licenciaturas do câmpus e ela também tem sido objeto de pesquisa do Grifo, o Grupo de Estudos e Pesquisa Identidade e Formação Docente”. 

A ideia da saída de campo foi observar a experiência concreta de uma escola pública brasileira que trabalha com PCEs, que a primeira vista pode parecer uma proposta utópica prevista apenas em textos acadêmicos. Certificada em 2013 como uma Escola Criativa pela Rede Internacional de Escolas Criativas da Universidade de Barcelona e em 2015 como Escola Criativa e Inovadora pelo Ministério da Educação (MEC), a Visconde de Taunay é uma referência nacional no desenvolvimento de propostas pedagógicas pautadas na perspectiva ecoformadora e criativa de reorganizar os espaços e o currículo a partir do cuidado de si, do outro e, consequentemente, do meio. E dentre as metodologias utilizadas está a dos PCEs. Trabalhando com os estudantes do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, a escola tem conseguido superar o ensino tradicional e fragmentado, gerar aprendizagens significativas a partir da vida e para a vida e, ainda, recriar e transformar seus espaços. 

Na visita, a professora Jeane Pitz Pukall falou aos alunos do IFSC sobre toda a trajetória coletiva de trabalho, de desafios e de estudo que se iniciou no ano de 2011 e que possibilitou à escola ser a referência que é hoje. Além disso, Jeane tirou dúvidas sobre o desenvolvimento dos PCEs e apresentou todos os espaços da escola que foram reorganizados: a praça literária, idealizada por estudantes dos 2º anos e suas professoras a partir do projeto denominado “(Bio)diversidades de ser em (com)textos literários”; o canteiro Zooplantas, criado a partir de um PCE de mesmo nome por turmas de 4º e 5º anos sob a orientação da professora de Artes; e a horta geométrica suspensa, planejada e construída por estudantes de 8º anos, a partir do projeto proposto pelo professor de Educação Física.

Como observado pela professora Franciele Drews de Souza, outra orientadora dos estágios que também participou da saída de campo: “Dentre os desafios vivenciados pela comunidade escolar da Visconde, vale mencionar a própria criação e manutenção da função da professora Jeane como articuladora dos projetos da escola e, portanto, como responsável por auxiliar e capacitar os demais profissionais no desenvolvimento dos mesmos. A docente assumiu essa função, com 40h semanais de dedicação exclusiva, a partir de 2012, quando o então secretário de educação do município de Blumenau ‘abraçou’ a proposta da escola. Atualmente, porém, Jeane dispõe apenas de 20h de sua carga horária de trabalho para a articulação dos projetos. O que, ao meu ver, pode comprometer a continuidade desse trabalho exemplar que esta instituição vem desenvolvendo”.

Impressões

Durante a visita, os estudantes não apenas confirmaram a existência de uma escola pública brasileira que trabalha com PCEs, como puderam apreender a proposta metodológica em “movimento”.

“Como discente do curso de Licenciatura em Química achei de suma importância a ida à EBM Visconde de Taunay, onde houve a oportunidade de observar que é possível a prática dos PCEs. Em alguns momentos as falas explicativas se tornavam desnecessárias, pois a realização dos projetos está visível por toda escola. Cabe ressaltar que a bela experiência que tivemos oportunidade de vivenciar se fez possível graças a Professora Jeane, no cumprimento da imprescindível função de articuladora dos PCEs na escola". (Denise Gomes da Silva)

“A visita à EBM Visconde de Taunay foi uma experiência maravilhosa, conhecer uma escola que trabalha com PCEs, e saber um pouco mais sobre o funcionamento do projeto na prática, e ver o envolvimento dos alunos com o projeto e com a escola, a relevância dele para a formação do cidadão, preocupado com ele, com o outro e com o meio, foi muito importante para a nossa formação como futuros professores”. (Mariana Schneider)

“A visita à EBM Visconde de Taunay é a concretização de um ensino de qualidade, não só pelos conteúdos curriculares, mas também pela formação do cidadão crítico através das PCEs, tendo em vista a escola pública como cenário. Para nós, que estamos em um curso de formação de professores, esta visita acabou contribuindo muito para nosso desenvolvimento como docente. É muito gratificante ver as PCEs em ação, projetos como este deveriam ser mais evidenciados e apoiados pelo Estado”. (Bruna Savedra Santana)

“Sinto-me privilegiado em ter participado da visita à EBM Visconde de Taunay, por poder vivenciar a concretização de PCEs e a significação que eles exprimem para a comunidade escolar. Para nós licenciandos, é uma oportunidade muito rica, onde podemos observar as teorias que abordamos em sala tomar forma. Projetos como esse devem ter mais visibilidade e apoio, por tornarem o ambiente escolar construtor de cidadãos preocupadas com a vida, com o próximo e com o meio ambiente”. (Fernando Elias Guckert)

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