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Mobilidade Virtual no IPS

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 11 fev 2022 11:08 Data de Atualização: 11 fev 2022 11:15

Nossos programas de intercâmbio ainda não voltaram a acontecer de forma presencial em função da pandemia, mas os alunos estão tendo a oportunidade de viver esta experiência de modo virtual. Vejam os relatos que recebemos de quatro estudantes que participaram do projeto de Mobilidade Virtual no Instituto Politécnico de Setúbal em Portugal.

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Relato da Andréia Brognolo Darôs | Aluna do curso de especialização em Docência para Educação Profissional do Câmpus Araranguá

 Eu descobri a possibilidade do Intercâmbio Virtual através de uma das publicações do Blog dos Intercambistas do IFSC e depois fui pesquisar mais a fundo. A possibilidade de fazer online me chamou a atenção, pois eu não teria condições financeiras de estar lá presencialmente.

Confesso que os primeiros dias foram um pouco difíceis. Por se tratar de algo novo, não temos uma receita pronta. Foi novo para mim, que nunca havia tido uma experiência de estudo em outro país, e imagino que para os colegas e professores do IPS também é algo novo, pois estavam acostumados a acolher os estudantes de intercâmbio presencialmente.

Até descobrir como acessar o sistema, passei certa dificuldade. Fui descobrindo aos poucos como funcionava. Primeiramente, recebi por e-mail login e senha para acesso às plataformas, que foram Plataforma Teams e o Moodle. Achei que por ali já receberia os conteúdos, mas me enganei. As aulas ocorreram lá de forma presencial e precisei entrar em contato, através de e-mail institucional, com os professores de cada disciplina para pedir os links de acesso.

Esse foi meu primeiro contato com os professores e já percebi que eram muito acolhedores. Acabei perdendo a primeira semana de aulas até conseguir me adaptar ao sistema e também ao fuso horário, pelo fato de eu precisar conciliar a rotina do trabalho com os estudos, mas conseguir pegar os conteúdos com os colegas. Passado o nervosismo e dificuldades do período de adaptação, foi uma experiência maravilhosa!

Participei da Licenciatura em Educação Básica (Equivalente no Brasil ao curso de Pedagogia), onde cursei as disciplinas de Sociologia da Educação (SEOE) e também Contextos Multiculturais na Educação (CME), e Licenciatura em Comunicação Social (equivalente no Brasil ao curso de Jornalismo), onde cursei a disciplina de Economia, gestão e empreendedorismo (EGE). Precisei cancelar algumas das quais tinham me inscrito no começo, pois acabaram coincidindo nos horários.

Na aula de EGE, tive mais dois colegas intercambistas brasileiros, o que ajudou muito, pois fizemos os trabalhos em grupo e nos relacionamos muito bem. Na aula de SEOE, fiz amizade com uma colega portuguesa, que também assistia às aulas de modo Virtual, ela me auxiliou muito tirando algumas dúvidas e fizemos os trabalhos em grupo. Lá em Portugal eles estão bem avançados e são flexíveis na questão do Ensino Híbrido, mesmos os alunos que normalmente frequentam presencialmente, e que não podem estar presentes naquele dia, tem a possibilidade de assistir a aula ao vivo de forma remota.

Já na aula de CME, eu fui a única intercambista e a única a participar virtualmente, e foi mais difícil, no início, compreender o que se passava. Mas aos poucos, fui fazendo trabalhos de grupo, fazendo contato com os colegas, e acabou sendo muito bom. Na aula de CME, no meio do semestre tive contato com uma professora brasileira, que me ajudou muito a perceber as diferenças, tanto positivas, quando negativas, existentes nos modelos educacionais, e no geral também, entre Brasil e Portugal. Pelo que pude perceber é uma prática dessa disciplina, essa troca de professores durante o semestre. Na minha opinião, essa experiência de rodízio de professores, é positiva para aumentar a diversidade em sala de aula. No geral, os professores gostavam bastante, quando eu trazia exemplos brasileiros para discutirmos nas aulas e trabalhos.

Escolhi essas disciplinas, pois a de Economia, gestão e empreendedorismo tem relação com a graduação que eu fiz, que é em Administração. Meu objetivo foi analisar como são ensinados estes conceitos no mercado de trabalho europeu. Já as disciplinas de Educação tem relação com meu curso no IFSC, que é de docência. Analisei as diferenças em relação aos conteúdos e práticas docentes ensinadas no Brasil.

Em relação ao uso de línguas estrangeiras, desde o primeiro trabalho que realizei, entendi que, em Portugal, é exigência que o aluno ingresse no ensino superior sabendo Inglês, por isso, vários artigos dos quais analisamos eram em inglês, diferentemente do Brasil, onde o inglês não é tão cobrado. Mas quando a professora perguntava quais as dificuldades tivemos ao analisar os artigos, a maioria dos colegas portugueses relataram ter dificuldade com o idioma, por conta dos termos técnicos. Para mim foi muito bom, pois pude colocar em prática meu inglês, que é de nível intermediário.

Como avaliação, a maioria dos trabalhos que fiz foram em grupo, sendo por vezes, análises e resenhas críticas de artigos científicos. Percebi que lá os professores sempre cobram bastante espírito crítico, criatividade e trabalho em equipe. Eles nos incentivam sempre a pensar criticamente e a “desafiar o sistema”, confrontando as ideias dos autores. Muitos trabalhos foram em grupo, então naturalmente fui fazendo contatos, o que ajudou muito no meu desenvolvimento nas disciplinas. Passei também a acompanhar alguns colegas nas redes sociais, e assim me senti mais próxima deles.

Sem dúvidas essa experiência internacional do intercâmbio virtual foi maravilhosa e as oportunidades que ele trouxe valeram muito a pena. Pretendo incentivar meus colegas a buscarem experiências como essa, pois agregam muito para o currículo e para a vida!

Vinícius Bortolini | Aluno do curso de bacharelado em Sistemas de Informação do Câmpus Caçador

O intercâmbio em modalidade virtual realizado no Instituto Politécnico de Setúbal foi uma experiência incrível. Desde o início da minha graduação sempre quis fazer um intercâmbio. Este intercâmbio em modalidade virtual permitiu que fosse possível participar das aulas em Portugal, enquanto no Brasil eu concluía meu Trabalho de Conclusão de Curso e concluía minhas últimas disciplinas da graduação. Além disso, pude continuar no meu trabalho, pois consegui mudar meu turno para conseguir participar de todas as aulas. Durante o intercâmbio aprendi muito, tanto nas disciplinas que participei quanto no conhecimento trocado com meus colegas.

Os professores e alunos foram muito receptivos. Nas duas primeiras semanas eu ainda não conhecia meus colegas, mas após criarem um grupo com todos os alunos, consegui conhecer meus colegas e fazer amizades com eles. Além disso, os seminários propostos nas disciplinas me permitiram me aproximar ainda mais dos outros alunos e conhecer mais sobre eles.

No início, o idioma foi um pouco difícil, devido ao pessoal de Portugal utilizar outras palavras que ainda não conhecia, mas com o tempo fiz amizade com outros estudantes e eles me explicavam o significado de algumas, como, por exemplo “Malta” que corresponde à “Pessoal / Galera”.

Após a metade do semestre em uma das disciplinas foi realizada a troca do professor. Este professor da segunda parte da disciplina seu idioma é o inglês britânico. Senti dificuldades nesta matéria devido ao idioma, mas meus colegas me ajudaram quando precisei me comunicar com o professor ou quando o professor conversava diretamente comigo, pois algumas palavras eu não conseguia entender.

As disciplinas que cursei foram apenas duas: Segurança da Informação e de Software e Análise de Dados. Ambas disciplinas eram do curso de mestrado do IPS e o nível de cobrança era maior. Nestas disciplinas aprendemos o teórico e a prática, o que nos ajudou a compreender melhor os conteúdos vistos em aula. Em minha graduação no IFSC tive disciplinas semelhantes a essas, o que facilitou para o entendimento dos novos conteúdos vistos nestas matérias. Devido ao sotaque e algumas palavras do idioma serem diferentes, acabei me concentrando ao máximo possível durante as aulas para aprender o conteúdo e ao final delas realizar as atividades propostas enquanto o conteúdo ainda estava quente rsrs.

A partir de novembro, devido ao fim do horário de verão em Portugal, os horários de minhas aulas no IPS e no IFSC acabaram dando conflito no período de 1 hora, que seria a primeira hora na aula no IFSC e a última aula no IPS. Neste período de novembro e dezembro acabou sendo o mais puxado, pois saía do trabalho, em seguida já começava a aula do IPS e no final da aula do IPS iniciava minha aula no IFSC. Contudo, consegui acostumar e correr atrás do que era preciso. Além do conhecimento técnico aprendido, também troquei experiências com os colegas que fiz amizade conversando durante os momentos que nos reunimos em chamada de vídeo para desenvolver os trabalhos e seminários das disciplinas. Nestas chamadas conheci mais sobre o estilo de vida e como é viver em Portugal.

O programa de intercâmbio em modalidade virtual foi uma experiência incrível! Ele permitiu conhecer mais sobre a cultura de outro país, conhecer mais ainda sobre temas que estudei no IFSC de minha cidade e ainda fazer novas amizades com pessoas de outro continente. A experiência foi tão marcante que após esse intercâmbio ficou uma vontade enorme de querer ir para Portugal, conhecer os amigos que fiz, conhecer o IPS e quem sabe morar em Setúbal rsrs.

Recomendo a todos participarem desse programa, pois as experiências que temos são as melhores!

Carla Claudino | Aluna do curso de mestrado profissional em Clima e Ambiente dos câmpus  Florianópolis, Itajaí e Garopaba

A experiência foi incrível. O processo de inscrição para concorrer às vagas foi tranquilo e tive todo o apoio necessário por parte do IFSC, em especial do coordenador do meu curso. Quando soube que a minha inscrição foi aprovada, fiquei imensamente feliz, pois em tempos de pandemia, poder t rocar ideia com pessoas de outros países mesmo que remotamente é muito legal.

A disciplina que tive a honra de participar foi a de Conservação e Reabilitação no Mestrado em Engenharia Civil. Durante as aulas, os conteúdos foram muito bem explicados e as atividades que foram presenciais foram adaptadas para os alunos da Mobilidade Virtual, de modo que todos puderam participar ativamente na disciplina.

Com relação às atividades realizadas, o trabalho final foi o mais interessante. Aqui no Brasil , eu e mais duas alunas da Mobilidade Virtual, que moram em Santa Catarina, nos reunimos e fizemos um a vistoria técnica no Museu E tno Arqueológico de Itajaí, onde foi possível conhecer mais sobre a história e arquitetura desta região. No Instagram do Museu foi colocada uma postagem referente à nossa visita e ao estudo.

Além das aulas, houve seminários com a presença de profissionais que explicaram sobre temas específicos relacionados à conservação e reabilitação de edificações antigas, como o Seminário de Reabilitação e Consolidação de Edifícios/Estruturas em Alvenarias Antigas, com a MAPEI, importante empresa na indústria da construção.

Com relação ao meu mestrado, a disciplina cursada agregou em termos de conhecimento acerca dos efeitos d os fenômenos ambientais nas edificações e como elas deve m ser dimensionadas, conservadas e reabilitadas, para que sejam segurase resilientes.

Por fim, quero agradecer à oportunidade e parabenizar o IFSC pelo apoio durante todo o processo.

Victória Fabris de Souza | Aluna do curso superior de tecnologia em Eletrônica Industrial do Câmpus Florianópolis

O Intercâmbio virtual foi uma possibilidade viável em meio a situação que nos encontramos frente à pandemia do novo Coronavírus. Para mim, que nunca tinha feito um intercâmbio antes, esta modalidade foi muito interessante para entender como se dá a comunicação entre aluno e professor e toda a organização de uma faculdade no exterior (mais especificamente em Portugal).

Como mencionado no primeiro relato, me matriculei em três disciplinas: Perspectivas em Bioinformática (Licenciatura em Bioinformática); Fundamentos de Sistemas de Informação (Licenciatura em Bioinformática); Introdução a Biotecnologia (Licenciatura em Biotecnologia).

Por conta de algumas dificuldades, finalizei com sucesso apenas a disciplina de Introdução à Biotecnologia. As dificuldades encontradas neste intercâmbio dizem respeito à modalidade dele. Por ser de forma virtual, alguns detalhes deste modo de comunicação pesam muito e acabam por dificultar a transmissão de informação.

Como mencionado nos outros relatórios, houve dificuldade em compreender corretamente as falas dos professores e dos demais colegas, não pelo idioma, mas (provavelmente) por conta do aparelho utilizado para transmitir a aula (microfone, principalmente). Eco, muito barulho de fundo e muita distância do microfone fizeram com que algumas palavras fossem perdidas e assim as frases ficassem sem sentido.

Houve certa dificuldade também por parte dos professores de conseguirem estabelecer a conexão via Zoom ou Teams; frequentemente a transmissão começava atrasada por conta disto. Atribuo isso aos mesmos não estarem acostumados com alunos no formato virtual.

Da minha parte, tive dificuldades em imergir totalmente na experiência do intercâmbio. Muito por conta da distância e não poder estar presencialmente. A questão do fuso horário foi confusa nas primeiras semanas. Por estes pontos e pela dificuldade de se manter uma rotina de estudos perfeita durante uma pandemia, somado ao fato de ter contraído Covid-19 no meio do semestre, acabei por desistir de 2 das 3 disciplinas que estava matriculada, pois notei que não iria conseguir me dedicar a todas. Assim, foquei minhas energias na disciplina Introdução a Biotecnologia.

A questão da língua foi muito facilitada por ser a língua portuguesa, muito próxima à que nós falamos no Brasil. Por vezes, ríamos pois algumas palavras em português tem significado diferente no Brasil e em Portugal. A conexão com a turma foi feita sem muitas dificuldades. A professora exibia nossa conexão online no telão para todos verem e eu via todos, pois ela apontava a câmera para a turma, então a sensação de estar realmente presente era mais real. Fiz apresentações para a turma e até participei de um debate científico. Foi uma experiência única.

Apesar das dificuldades pontuadas, o intercâmbio foi uma ótima e enorme fonte de conhecimento, amadurecimento e experiências das quais eu não poderia adquirir sem esta oportunidade de internacionalização. Chegando ao final do curso é comum e aconselhável procurar uma área dentro do seu curso no qual você se identifica e se aprofundar mais nela. Como programação foi algo que sempre me chamou muito atenção, vi no intercâmbio uma oportunidade de ter um maior contato com outra área que sempre gostei muito: biologia. Assim, esse intercâmbio em bioinformática me proporcionou não só experiências culturais, mas também bagagem para meu currículo e futuro profissional.

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