Câmpus Lages promove atividade de acolhimento aos calouros dos cursos técnicos

ENSINO Data de Publicação: 02 mar 2023 18:47 Data de Atualização: 22 mar 2023 12:25

Nesta terça-feira (28) o Câmpus Lages do IFSC recebeu o projeto Justiça Restaurativa. A ação é uma promoção do Poder Judiciário de Santa Catarina e foi executada pelo Instituto Laços, de Florianópolis, e teve o apoio de servidores da comarca local, da polícia civil e do projeto Escola Restaurativa. A atividade foi de acolhimento aos calouros dos cursos técnicos do câmpus em temas como empatia, integração e a possibilidade da construção de relacionamentos saudáveis e do não julgamento.

A atividade consistiu numa dinâmica com os alunos, onde eles se reuniam em grupos (salas) com o apoio dos facilitadores. No centro de cada ambiente, uma toalha de crochê redonda foi a base para alguns artefatos que representam valores para as turmas. A girafa, um dos símbolos da JR, foi o objeto de fala. Com a pelúcia na mão, cada um teve a oportunidade de falar ou silenciar, em um espaço seguro e respeitoso, sobre si e seus anseios, enquanto o restante do grupo ouvia com atenção.

"Eu fiz cursos sobre a comunicação não violenta, processos circulares, círculos de construção de paz e Justiça Restaurativa, onde é tratado sobre a Escola Restaurativa e Cultura de Paz nas escolas. Daí surgiu a ideia, pois precisamos oferecer um espaço de escuta, de acolhimento, de construção de relacionamentos saudáveis e de prevenção de conflitos", explica a assistente social do Câmpus Lages do IFSC, Eliane Correa Costa. Para Eliane, a metodologia tem um potencial muito grande de proporcionar autoestima, autocuidado, a gerir conflitos, além de conscientizar sobre solidariedade, respeito, escuta e aprender a conviver, "Um dos pilares da educação. Acredito que ajuda na formação humana, integral, que é o que buscamos aqui", completa.

Para a aluna Emilie Porto de Souza, da primeira fase do curso técnico em Informática para Internet, a atividade atendeu às expectativas. "Achei muito boa essa atividade, pois nós alunos podemos ser ouvidos e desabafar sobre nossos medos, inseguranças e sobre nós mesmos em um lugar onde somos ouvidos e não julgados. Acho muito importante essa atividade, pois podemos falar sobre coisas que, às vezes, é difícil falar em casa", comenta. Para a aluna, em casa por vezes não há a rede de apoio necessária para manejar esse tipo de sentimento.

Para Emilie, o IFSC cumpre um papel importante na formação humana do aluno promovendo atividades como essa. "Com essa atividade o IFSC mostra que se importa realmente com o aluno e sua saúde mental, o que é muito importante. Poder abordar temas como este sem se preocupar com julgamento nos ajuda", finaliza. 

A atividade já vem sendo realizada em escolas das redes municipal e estadual em diversas cidades. No Câmpus Lages participaram alunos do cursos técnicos em Meio Ambiente, Agroecologia, Informática para Internet, Mecatrônica e Administração, esses do período vespertino. Já no período noturno, estiveram presentes os cursos técnicos em Biotecnologia e Eletromecânica. 

"A gente tem visto o que tem sido mais efetivo nas escolas, uma metodologia, que é sentar em círculo e que exige etapas e elementos promovendo momentos de escuta atenta de horizontalidade. O princípio da voluntariedade também está presente, a gente trabalha empatia e o exercício do não julgamento, do respeito, e da promoção do diálogo. Isso evita, por exemplo, a reatividade, que é natural do ser humano, que é quando um vai falar sobre um assunto e o outro já se mete, já acrescenta ou já faz um julgamento", explica Rose Duarte, Diretora do Instituto Laços.

A diretora explica que a metodologia ainda trabalha a importância e o respeito ao silêncio. Para Rose, cada um tem o seu momento e se sente preparado ou não para falar e para ouvir e isso deve ser respeitado. "A gente pode ser muito violento com alguém que prefere manter o silêncio. E a gente aprende através dessa metodologia o quanto é importante a gente respeitar o silêncio das pessoas. Nós estamos ali (na dinâmica) enquanto seres humanos, então a gente se coloca na mesma condição e traz essa humanidade", completa.

 

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