Exposição sobre história da arte catarinense termina no embalo de músicos que marcaram Santa Catarina

CÂMPUS FLORIANÓPOLIS-CONTINENTE Data de Publicação: 04 mai 2023 15:21 Data de Atualização: 09 mai 2023 19:11

A presença de nomes importantes da história da música de Santa Catarina marcou o encerramento das aulas abertas da exposição “História da Arte Catarinense”, realizada por estudantes do curso técnico em Guia de Turismo Regional Santa Catarina do Câmpus Florianópolis-Continente.

A exposição começou em 20 de março, com orientação do professor Luciano de Azambuja, e traçou a história da arte no estado desde os sambaquis até os dias atuais. Arquitetura, pintura e literatura estiveram entre os outros temas trabalhados na mostra, por meio da exposição de cartazes e das aulas abertas realizadas no Centro de Eventos do Câmpus Florianópolis-Continente.

Na aula aberta de encerramento, realizada na noite de quinta-feira passada, 27 de abril, os estudantes fizeram quatro apresentações sobre nomes importantes da música catarinense: Cláudio Alvim Barbosa, o Zininho (autor dos hinos de Florianópolis e de Joinville, entre outras canções); Luiz Henrique Rosa (cantor da bossa nova, autor da música “Ponte Hercílio Luz”); e as bandas Grupo Engenho (que fez sucesso principalmente nos anos 1980) e Dazaranha (banda mais famosa de Florianópolis na atualidade).

Cláudia Regina Barbosa e Lui Barbosa, filha e neto de Zininho respectivamente, o guitarrista e vocalista do Dazaranha, Moriel Adriano da Costa (egresso do curso técnico em Edificações do Câmpus Florianópolis-Centro), e o vocalista e violonista do Grupo Engenho, Álisson Motta, estiveram presentes na aula aberta, além de Neco, compositor da canção “Barra da Lagoa”, que fez sucesso ao ser interpretada pelo Grupo Engenho.


Avaliação

​​​​​Para o professor Luciano de Azambuja, que ministra a disciplina História da Arte Catarinense para o curso de Guia de Turismo, a exposição “superou as expectativas”. No total, foram produzidos 12 banners com reprodução gráfica de 24 obras expostos no hall em frente ao Centro de Eventos do câmpus. “Um espaço até então nunca utilizado no campus e que se demonstrou adequado para futuras exposições”, comenta.


A exposição, realizada pela primeira vez, serviu também para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes do curso na disciplina. Além disso, avalia Luciano, o projeto articulou ensino, pesquisa e extensão e “movimentou positivamente” o câmpus durante o período em que durou, com um total de seis aulas abertas.


Matriz


A principal finalidade da exposição foi ensinar os estudantes a operacionalizar uma leitura histórica de uma obra de arte a partir das categorias de análise da “Matriz da Leitura Histórica de Fontes e Historiografias Multiperspectivadas”. Essa matriz é resultado de estudos do professor Luciano em pós-graduação (mestrado em Literatura na UFSC e doutorado em Educação na UFPR) e de mais de dez anos de experiência no câmpus nas disciplinas ligadas à história da arte ocidental, brasileira e catarinense.

​​​​​​​A Matriz leva o estudante a buscar um aprofundamento na análise das obras, com informações pessoais dos artistas (onde vivia, sua profissão, gênero, sexualidade etc.), suas intenções com a obra e questões políticas, éticas, morais e religiosas que elas possam trazer, entre outros tópicos (veja na galeria de imagens uma representação de todos os itens que compõem a Matriz).


“A Matriz articula categorias das teorias da leitura com competências, temporalidades e dimensões específicas da ciência da História mediatizadas aos processos de ensino e aprendizagem histórica. Recentemente ela foi qualificada com as categorias advindas das interseccionalidades tão necessária a construção de uma consciência e de uma sociedade que se posicione contra toda e qualquer forma de preconceito, discriminação e intolerância às perspectivas de classe, gênero, raça-etnia, orientação sexual e etaridade e, por fim, à necessidade urgente de uma consciência ecológica, ambiental e sustentável em relação à preservação da natureza”, explica o professor.

​​​​​​​Para Luciano, a Matriz capacita os estudantes a fazer a leitura histórica de qualquer obra de arte e “tornarem-se leitores de si, dos outros e do mundo, contribuindo para a formação de nossa identidade cultural florianopolitana, catarinense e brasileira”.

​​​​​​​Estudantes que apresentaram seminários na última aula aberta avaliam como positivo o uso da Matriz. “Conseguimos abrir a mente e entender mais sobre a banda e o seu contexto. Por exemplo, como era o Brasil na época em que ela foi criada [1992]”, comenta Sheila Regina Alencar da Rosa, que fez sua apresentação sobre a banda Dazaranha. Como futura guia de turismo, ela acredita que a experiência de participar da exposição ajudou-a a aprofundar seu conhecimento em como pesquisar informações.

​​​​​​​Tatiane Dandolini Silvano, que apresentou o seminário sobre Zininho, avaliou que a Matriz foi “norteadora para pesquisa e análise da obra, para entender o contexto em que ela está inserida”. “Há muitas informações a pesquisar e, com a Matriz, você parte de algum lugar”, diz. No levantamento que fez, ela constatou que nas composições de Zininho traziam uma preocupação com os rumos que Florianópolis estava tomando com um processo de “modernização” nos anos 1950 e 1960.  

 

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