Mês da Consciência Negra tem programação diversificada em Jaraguá do Sul

CÂMPUS JARAGUÁ DO SUL-CENTRO Data de Publicação: 29 nov 2022 10:44 Data de Atualização: 29 nov 2022 11:31

Por que é necessária uma data como o Dia da Consciência Negra em nosso país? Qual a representatividade dos negros em nossa sociedade? E qual a ligação entre racismo, violência e falta de oportunidades? Esses foram alguns dos temas debatidos neste mês nas unidades do IFSC em Jaraguá do Sul, em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra comemorado em 20 de novembro.

No IFSC do Centro, o destaque ficou por conta da palestra do professor Carlos Alberto da Silva, realizada no dia 18. Com o tema “Consciência Negra: por que precisamos de um dia?", o docente explicou o contexto que deu origem à data e falou sobre a realidade da população negra no Brasil nos dias atuais. “A data foi definida pelos movimentos negros e faz referência à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. O dia se contrapõe ao 13 de maio, que é um dia alusivo à abolição da escravatura, mas que foi uma data construída pelos brancos”, indica Carlos.

Sobre a situação dos negros no Brasil, o professor do IFSC mostrou que essa população ainda carrega um fardo nas costas: o fardo do racismo. “O racismo é um problema social e político, responsável pelas desigualdades e violências que os negros sofrem, não apenas nas periferias, mas sobretudo nos espaços urbanos, como a violência física da polícia. É importante lembrar, por exemplo, que 70% das mortes de jovens em zona urbana são mortes de jovens negros”, aponta.

Por fim, Carlos mostrou que a atuação de cada pessoa é importante para contribuir com o fim do racismo na sociedade. “Precisamos travar uma luta antirracista, pois o racismo precisa ser visto e tratado nas esferas públicas, sobretudo nas políticas públicas para promoção da igualdade racial. Racismo é crime e precisa ser tratado pela polícia e pelo judiciário”, defendeu o docente.

Além da palestra do professor Carlos, o IFSC do Centro contou com um painel na biblioteca do câmpus com obras destacando o mês da Consciência Negra. Está prevista, ainda em alusão ao Dia da Consciência Negra, também a realização de uma apresentação de capoeira do Shekinah Capoeira, do Mestre Marcolla, no dia 6 de dezembro.

Já no IFSC do Rau, o destaque foi a realização, no dia 23, da primeira reunião para articulação e criação do primeiro Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) em Jaraguá do Sul. O Núcleo, que estará ligado ao IFSC do Rau, terá caráter propositivo e consultivo, estimulando e promovendo ações de ensino, pesquisa e extensão orientadas à temática das identidades e relações étnico-raciais, tanto no âmbito da instituição quanto nas relações do Instituto com a comunidade externa.

O Neabi do Rau ainda depende da publicação de portaria para sua oficialização. Porém, o futuro coordenador do Núcleo, Marcelo Silva de Jesus, elencou alguns dos objetivos do grupo: difundir o debate sobre a diversidade étnica e cultural, promover a igualdade por meio do combate ao preconceito e à discriminação, propor ações que permitam conhecer o perfil da comunidade interna e externa do câmpus nos aspectos étnico-raciais e acompanhar as políticas afirmativas destinadas aos estudantes pretos, pardos e indígenas – inclusive os não cotistas.

ATUALIZAÇÃO: a portaria que formaliza a criação do Neabi foi publicada em 28.11.2022 (clique aqui para conferir).

A primeira reunião de articulação do Neabi no IFSC do Rau contou com a presença de docentes (Estela Ramos de Souza de Oliveira, Marcelo Silva de Jesus, Paulo Guilherme Batista Shiota, Vitor Teles Correa), discentes (Rhayane Dos Santos Gomes Mesquita) e representantes da Coordenadoria Pedagógica (Jussete Rosane Trapp Wittkowski), do Núcleo de Acessibilidade Educacional (Jhony dos Santos Benevides) e da Direção de Ensino, Pesquisa e Extensão (Edson Sidnei Maciel Teixeira). O Núcleo, no entanto, será composto por membros da comunidade interna e externa e terá membros efetivos e visitantes.

Além da criação do Neabi, o Câmpus Jaraguá do Sul-Rau também teve, neste mês, uma exposição com colagens e cartazes mostrando informações estatísticas sobre a população negra no Brasil e também apontando algumas expressões utilizadas no cotidiano que possuem origem racista. A exposição foi organizada pelo professor Marcelo Silva de Jesus.

Dia da Consciência Negra

Publicada em novembro de 2011, a lei 12.519 criou o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, a ser comemorado, anualmente, no dia 20 de novembro, data do falecimento do líder negro Zumbi dos Palmares.

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