Segurança alimentar e alimentação escolar são discutidas em mesa-redonda organizada pelo curso de Química

EXTENSÃO Data de Publicação: 02 jun 2023 18:02 Data de Atualização: 02 jun 2023 18:43

A segurança alimentar e alimentação escolar foram o tema de uma mesa-redonda realizada na escola estadual Laércio Caldeira de Andrada, no bairro Campinas, como resultado de uma ação de extensão do curso de licenciatura em Química do Câmpus São José do IFSC. O assunto foi escolhido pelos próprios estudantes do ensino médio da escola para ser tratado no projeto.

O ministrante foi o deputado estadual Marcos José de Abreu, o Marquito, integrante da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) e ex-presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado de Santa Catarina (Consea/SC). Engenheiro agrônomo de formação e atuante em áreas como agricultura urbana, agroecologia e alimentação, Marquito abordou a alimentação adequada como um “direito humano” garantido por leis e destacou as ações previstas no Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), criado em 2009. Por meio dele, o governo federal transfere recursos para estados e municípios - que, por sua vez, complementam os valores com recursos próprios - para aquisição de gêneros alimentícios, sendo parte deles (pelo menos 30%) vindos da agricultura familiar.

O deputado avalia que a escola é um lugar onde se deve garantir alimentos saudáveis para os estudantes, que muitas vezes não têm acesso a eles em casa, pois alimentos ultraprocessados tendem a ser mais baratos. “Através do contato com os alimentos saudáveis, nós criamos o hábito de consumi-los. O alimento tem que ser um promotor de saúde e não um gerador de doenças”, diz. Restaurantes populares, cozinhas comunitárias e feiras livres são outros espaços onde, na visão dele, a alimentação saudável pode e deve ser oferecida.

Para Marquito, os recursos destinados ao PNAE ainda são pequenos e o plano tem alguns problemas, como a terceirização dos serviços de alimentação nas unidades escolares, que, segundo ele, em geral leva à diminuição no número de trabalhadores nessa área. ​​​​Falando sobre alimentos em geral, ele criticou o uso exacerbado de agrotóxicos na produção agrícola. "Já há estudos comprovando a relação de doenças como o câncer e outras dos sistemas endócrino, digestivo e nervoso central com a ingestão de agrotóxicos", afirma.

Os estudantes da escola tiveram espaço para fazer perguntas e comentários sobre a situação da escola ao deputado. Eles reclamaram do pouco tempo disponível para fazerem a refeição nos intervalos de aula (10 minutos à noite, 15 minutos de dia). “Não adianta em alimentação adequada se não há tempo para se alimentar”, fala Marquito. A diretora da escola, Carla Christina de Barros Rosa, explicou que o tempo reduzido para o intervalo decorre da necessidade de a escola cumprir o currículo exigido pela secretaria de Estado da Educação.

A gravação da mesa-redonda, realizada na segunda-feira (29 de junho), está disponível no canal do IFSC no YouTube.
 

 


Início

“Hoje foi uma atividade de sensibilização. Vamos promover outras ações, com os estudantes da escola como protagonistas”, explica a professora Paula Alves de Aguiar, do curso de licenciatura em Química do Câmpus São José, uma das responsáveis pela iniciativa. O evento foi resultado de uma ação de extensão e da articulação entre as componentes curriculares ("disciplinas") de “Gestão e Organização Escolar” e de “Fundamentos para a Educação Química”, da 5ª fase do curso. O objetivo final da ação é construir uma composteira na escola.

A palestra foi planejada em parceria com a escola Laércio Caldeira de Andrada, após reuniões com estudantes e a direção dela. Para a diretora Carla Barros, o trabalho com o IFSC vai ajudar a instituição da rede estadual de ensino a refletir sobre situações que ocorrem nela. “Fico contente em receber pessoas de fora que nos ajudem a refletir sobre soluções que podemos adotar aqui”, comenta. Ela espera também que a ação de extensão ajude os estudantes do ensino médio a se aproximarem e a compreenderem melhor como funciona a gestão da instituição.

 

EXTENSÃO CÂMPUS SÃO JOSÉ