EVENTOS Data de Publicação: 02 ago 2024 11:27 Data de Atualização: 02 ago 2024 12:09
O servidor do Câmpus Joinville Raphael Henrique Travia representou o IFSC na terceira edição da maratona de dados Datathon, realizada pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência entre 22 e 26 de julho, em Brasília. Neste ano, o evento teve como objetivo buscar soluções para os problemas enfrentados pelas pessoas com deficiência no serviço público.
A equipe integrada por Raphael e mais cinco servidores de diferentes regiões do país ficou em segundo lugar no desafio proposto pelo evento. Audrin Pereira, Caroline Rodrigues, Ileidiane Ribeiro, Leonardo Moraes, Pedro Nascimento e Raphael apresentaram duas soluções: criar comissões permanentes nas instituições para acompanhar o ingresso, permanência e desenvolvimento da carreira de pessoas com deficiência; e criar um portal on-line de divulgação de práticas inclusivas e de cooperação interinstitucional. O nome escolhido para a equipe foi Hefesto, em referência ao deus da mitologia grega com deficiência.
Outras cinco equipes participaram do desafio: Crisálidas (1º lugar), Pessoas com Excelência (3º lugar), Jangada (Menção Honrosa) e Suprema Inclusão, do Poder Judiciário de Santa Catarina (Menção Honrosa). Todas as propostas serão escritas em forma de artigo para publicação em um e-book da Enap. De acordo com a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a intenção é implementar as práticas vencedoras no serviço público federal.
“O encontro trouxe uma temática que é invisível no serviço público. Juntar pessoas com e sem deficiência e especialistas em análise de dados para debater inclusão é uma forma de basear e sensibilizar os órgãos responsáveis pelas políticas públicas”, avalia Raphael, atualmente coordenador pedagógico do Câmpus Joinville.
Conforme dados de 2023 levantados pela equipe, dos 573.882 servidores federais apenas 6.648 têm algum tipo de deficiência, o que representa 1,16%. Em Santa Catarina, são 351 servidores com deficiência. “O que falta para que mais pessoas com deficiência participem do serviço público federal? Do ponto de vista educacional, é bem importante começar ofertando condições para que tenham acesso à elevação de escolaridade, porque a primeira barreira já é a falta de escolaridade formal”, analisa Raphael.
Após o ingresso no serviço público, o servidor lembra que os desafios são a falta de inclusão efetiva e as poucas oportunidades de capacitação na área. Para se ter uma ideia, o grupo encontrou apenas seis cursos de formação voltados para inclusão e acessibilidade no catálogo de cursos na Escola Virtual.Gov (EV.G), plataforma de cursos a distância da Enap.
Além dos trabalhos em grupos, os participantes do Datathon também tiveram oficinas de sensibilização e letramento sobre a pauta, com o tema “Capacitismo como sistema de opressão: replicações na educação, no trabalho e nas instituições”; de noções básicas de uso de ferramentas para cruzamento de dados; e de Design Thinking, método para estimular ideação e perspicácia ao abordar problemas, relacionados a futuras aquisições de informações, análise de conhecimento e propostas de soluções.