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Reflexão sobre qualidade de vida no trabalho

Olá a todos e a todas!

A Diretoria Executiva traz esta semana algumas reflexões sobre a questão da qualidade de vida no trabalho que nos levam a perceber como é relevante a criação de espaços para discutir esse tema de forma transparente. O texto elaborado pela nossa diretora de Gestão de Pessoas, Letícia Wiggers, levanta vários aspectos importantes:

Qualidade de vida no trabalho: desafio para a gestão de pessoas

Muito se fala em qualidade de vida no trabalho. No entanto, de que forma poderemos realizar a promoção efetiva de políticas e programas que proporcionem um alto nível de bem-estar no trabalho e uma cultura voltada para a saúde em detrimento de práticas assistencialistas na instituição?

Entendemos a importância (fundamental e indispensável) de dialogarmos com nossos servidores e efetivamente, proceder numa escuta qualificada de suas percepções acerca do trabalho e de suas experiências com a realidade que vivemos na instituição. Esse é o caminho que entendemos como o único possível para estruturarmos boas políticas de QVT no IFSC: ouvir o trabalhador.

Como estamos trabalhando? Qual é a nossa realidade de trabalho? Como estão configuradas as nossas relações de trabalho? Como estamos nos comunicando? Como estamos organizando nosso tempo e, principalmente, se estamos realmente felizes e percebendo significado naquilo que realizamos?

A DGP está organizando a nova versão da pesquisa de QVT na instituição para acontecer no segundo semestre de 2022. Formamos um GT para atualizar os parâmetros e os indicadores da pesquisa já realizada no ano de 2017 com o objetivo de diagnosticar a percepção dos trabalhadores do IFSC acerca da QVT e da experiência que vivem na instituição e na relação com o trabalho. Com o diagnóstico realizado, teremos importantes indicadores que poderão balizar a elaboração de programas de QVT e por conseguinte, promover o desenvolvimento de uma cultura voltada efetivamente para a saúde do trabalhador.

Precisamos refletir sobre a nossa relação com o trabalho: estamos felizes realizando o nosso trabalho? Nossa experiência laboral está nos possibilitando sentir o significado real daquilo que entregamos para a sociedade? A forma como nos comunicamos está facilitando e contribuindo para o nosso trabalho ou está nos adoecendo? Estamos conseguindo delimitar fronteiras entre o trabalho e a vida? Estamos nos sentindo fortes e com energia para realizar nossos trabalhos ou estamos sobrevivendo, apenas? 

Não são raras as queixas que os servidores nos trazem acerca de exaustão mental, sobrecarga, cansaço e sensação de não conseguir mais delimitar o tempo destinado ao trabalho e à vida fora do trabalho. Algo muito ruim se configurou em meio a tantos grupos de Whatsapp e à forma como utilizamos essa ferramenta para organizar nossas rotinas. Há a sensação de que estamos permanentemente de plantão, trabalhando ou pensando no trabalho. Como resultado dessa dinâmica, estamos trabalhando muito mais e isso não nos torna mais produtivos. Ao contrário, nos torna infelizes, pois não conseguimos ter tempo para “desligar”. E corremos o sério risco de adoecer. O trabalho se sobrepõe a tudo e nesse movimento, nos desencontramos daquilo que importa: a vida.

O whatsapp se transformou no nosso principal canal de comunicação e, dessa forma, invadiu nossas vidas, subtraindo um tempo precioso e necessário, o qual destinávamos às outras demandas tão importantes, tais como: família, amigos, lazer e até ao ócio. Estamos utilizando mal e de forma exagerada o Whatsapp no trabalho. Além de não ser uma boa ferramenta de gestão de trabalho e de equipes, é um aplicativo bastante ruim para a gestão do conhecimento: as informações são perdidas, dificilmente localizadas e pulverizadas em diversas conversas individuais e em grupos. 

As conversas nos grupos de Whatsapp não param: desde muito cedo, até tarde da noite as conversas não cessam e os limites não são definidos. O trabalhador fica permanentemente ligado aos conteúdos das conversas individuais e dos grupos de trabalho. Os alarmes de chegada de mensagem trazem angústia e preocupação. Realmente estamos com severas dificuldades de delimitar aquilo que é vida além do trabalho. As demandas não param de aparecer na tela e há a sensação permanente de que “estamos perdendo algo importante”. 

Além disso, a chegada de demandas supostamente urgentes a todo tempo desconfigura aquilo que é realmente urgente. Perdemos, assim, a noção das necessidades que são emergências e isso atrapalha a organização do trabalho. Emocionalmente e cognitivamente o trabalhador também é prejudicado. São inúmeros exemplos: queixas de falta de concentração, lapsos de memória, fadiga mental, ansiedade, perda de sono e cansaço excessivo.

Nessa relação sem limites e regras, há o  aumento desmedido da preocupação com o trabalho e o consequente super-comprometimento, que pode desenvolver-se em “vício” ao trabalho. Um enorme sofrimento pode invadir a vida do trabalhador e até o desenvolvimento de transtornos psicológicos, como também, de níves fisiológico e psicossomático. 

Outro impacto nocivo é percebido: ao contrário do que se imagina, há produção de conflitos nas equipes de trabalho e consequente distanciamento entre os colegas. Os prejuízos nos padrões de relacionamento são percebidos e na maioria das vezes, não administrados. Nas inúmeras mensagens de grupos, corre-se o risco de interpretações distorcidas e os conflitos no trabalho são instaurados em função das excessivas conversas e trocas de mensagens. A má interpretação é um sério risco. E há também a tendência de respondermos de forma aligeirada às questões importantes, pois essa é uma característica do aplicativo: respostas ligeiras, prontas ou pior - os áudios. Ninguém consegue mais estruturar respostas elaboradas e elas acabam sendo, na grande maioria das vezes, superficiais. Isso é um risco enorme para o contexto do trabalho. 

Estamos prisioneiros. O Whatsapp já representa uma extensão do trabalho em nossas vidas e isso precisa ser reavaliado. Primeiramente, torna-se necessário um questionamento interior e uma tomada de consciência e não menos necessária, a promoção de um amplo debate institucional. Ou seja, que possamos perceber e detectar o porquê estamos dependentes dessa ferramenta e se ela, efetivamente, tem nos servido bem. Ou estamos simplesmente condicionados a um uso que, supostamente, facilitaria as nossas vidas? Está realmente facilitando? Ou estamos adoecendo silenciosamente? 

Com reflexões como essas, estamos organizando um trabalho desafiador na gestão de pessoas. Precisamos desenvolver espaços de debates e assim, a promoção de um “aquecimento” para a realização da Pesquisa de QVT e o consequente diagnóstico que almejamos com ela. A saúde do trabalhador precisa ser prioridade! 

Escrevam para a DGP, nos procurem pelo e-mail: dgp@ifsc.edu.br. Gostaríamos de ouvi-los e, assim, poderemos trocar ideias e atentar para as possibilidades de mudanças. Pois, sem dúvidas, elas são necessárias. 

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