CÂMPUS FLORIANÓPOLIS Data de Publicação: 15 mar 2022 20:50 Data de Atualização: 17 mar 2022 10:49
O projeto IFSC ConverTE entra em sua segunda etapa com o recebimento de um veículo Kwid, cedido em regime de comodato pela montadora Renault. Agora, a ideia é “transformá-lo” em um carro elétrico utilizando uma bateria menor do que a usada na primeira fase.
Nos primeiros 17 meses do ConverTE, os pesquisadores trabalharam em uma Fiat Fiorino e em um Fiat Strada , doados pela Receita Federal, adaptando-a para um motor com bateria NMC (níquel, manganês, cobalto) de 3,7 volts e 113 amperes, considerada grande, com uma autonomia entre 280 e 300 km por carga. No Kwid será instalada uma bateria menor.
“O objetivo final é chegar a um produto que consiga se adequar ao uso brasileiro, tanto em relação à autonomia quanto ao custo. As pesquisas indicam que, no Brasil, a média diária de rodagem em centros urbanos é de 60 quilômetros. Queremos usar uma bateria menor, com autonomia de 120km/carga e assim tornar a conversão mais acessível para a população. Dentro do nosso planejamento, acreditamos que possamos oferecer uma conversão com um valor entre cinco e 10 vezes mais barato que a compra de um carro elétrico original de fábrica, com o mesmo dimensionamento e rendimento”, explica o professor Adriano Bresolin, coordenador do ConverTE.
Atualmente, os carros elétricos novos no Brasil custam a partir de R$ 250 mil. “Não temos os subsídios oferecidos na Europa e nos Estados Unidos, onde a cultura dos veículos movidos a energia elétrica já está mais estabelecida. Então, precisamos achar uma forma de tornar isso viável para os brasileiros”, defende o professor, explicando que o ConverTE pretende nacionalizar toda a tecnologia pesquisada.
A segunda fase deve durar um ano e meio. Depois disso, os veículos convertidos pela equipe passarão por diversos testes de rodagem, tanto em laboratório quanto em pista.projeto é financiado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Celesc e Polo Embrapii do IFSC.
Pacote completo
Para que a possibilidade de conversão de veículos a combusão em elétricos seja real, o ConverTE trabalha paralelamente com outras ações. Uma delas é aumentar a conscientização e o uso desse tipo de veículo, com a cessão de um Renault Zoe para a Assembleia Legislativa, parceira do projeto; e o programa chamado de ‘Inserção de Veículos Elétricos em Frotas Públicas, através da Conversão de Veículos a Combustão Para Tração Elétrica’, em parceria com a Celesc, distribuidora de energia elétrica em Santa Catarina.
Outra atuação é junto à Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran, antigo Denatran) para a homologação desse tipo de conversão. Além da regulamentação para permitir a rodagem de veículos convertidos, como hoje acontece com os carros a gás , o IFSC buscará ser uma entidade certificadora (fará as vistorias necessárias para a regularização dos documentos).