EVENTOS Data de Publicação: 14 nov 2023 13:28 Data de Atualização: 24 nov 2023 21:28
Criciúma foi sede da 38ª edição da Feira Catarinense de Matemática entre os dias 8 e 10 de novembro. O evento, organizado em parceria pelo IFSC e pela prefeitura municipal, em uma estrutura montada no Parque das Nações Cincinato Naspolini, contou com representações de 55 municípios catarinenses: foram 120 trabalhos feitos por estudantes de 117 escolas, selecionados ao longo do ano nas 16 feiras regionais que antecederam o evento estadual. De acordo com os organizadores, ao longo do ano a Feira envolveu mais de 2,4 mil estudantes e professores de 120 municípios, que desenvolveram mais de 800 projetos nas suas escolas para serem apresentados nos eventos.
São números que expressam a grandiosidade deste verdadeiro movimento protagonizado por professores de Matemática de Santa Catarina, que tem participação ativa do IFSC. Além de ter levado para Criciúma duas edições da Feira Catarinense no intervalo de seis anos (2017 e 2023), o IFSC participa também de um acordo de cooperação técnica, com Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Instituto Federal Catarinense (IFC), Universidade de Blumenau (FURB), Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM), que tem como objetivo o fortalecimento das feiras de Matemática em todo o país.
“O IFSC tem trabalhado não só no planejamento das edições da Feira, como também no planejamento de ações de formação, no acompanhamento das outras feiras regionais que ocorrem ao longo do ano no Estado, sendo representados por mim e pela professora Vanessa Oechsler , do Câmpus Gaspar, que integra uma comissão permanente para o fortalecimento das feiras em nível nacional”, relata o professor de Matemática do Câmpus Criciúma, Bazilício Andrade Filho.
Histórico
As Feiras de Matemática em Santa Catarina surgiram em 1985 na FURB, em Blumenau, com a realização da primeira Feira Regional de Matemática e da primeira Feira Catarinense de Matemática. Os eventos reúnem estudantes e professores de escolas públicas e particulares, de todos os níveis de ensino, para a apresentação de trabalhos tendo como eixo geral as aplicações da Matemática no cotidiano e metodologias de ensino inovadoras. É um espaço permanente de troca de experiências que vem contribuindo com a qualificação da educação matemática no Estado.
Elas são resultado de um trabalho conjunto entre profissionais de diferentes instituições de ensino, que dialogam em uma comissão permanente que há mais de 20 anos atua no fortalecimento das feiras. Como explica o professor da UFSC Câmpus Blumenau, André Vanderlinde da Silva, esse coletivo tem o papel não só de apoiar a realização dos eventos como também de estimular o aprofundamento de pesquisas voltadas à qualificação da educação matemática.
“As instituições têm um papel de tentar puxar algumas iniciativas, tanto em nível estadual quanto em nível nacional, e colaborar com os processos, seja com avaliação, seja com a organização, seja com a mobilização das lideranças locais, inclusive buscando financiamento da realização de eventos. Em Santa Catarina, nós temos uma comissão permanente que tem mais de 20 anos, que atua no desenvolvimento das atividades. Então, não se trata de uma pessoa apenas puxando esse movimento, mas sim de um coletivo. E desse coletivo fazem parte muitas instituições que têm um papel importante de colaborar nos processos [relacionados à organização dos evento], na formação de professores, na formação de orientadores, inclusive com algumas pessoas desenvolvendo trabalhos em nível de pesquisa, mestrado, doutorado, estudando esses processos e apontando caminhos para o desenvolvimento deles”, explica.
Movimento crescente
Realizado em um parque municipal em Criciúma, a 38ª Feira Catarinense de Matemática recebeu a visita de estudantes das escolas da região e também do público que passava pelo local. A realização do evento em “praça pública” foi um dos pontos considerados positivos pelos avaliadores, que também apontaram a melhoria na qualidade dos trabalhos apresentados.
“Tivemos um evento que superou as expectativas. Tivemos bons trabalhos sendo apresentados, uma diversidade de escolas e municípios participando. Na Assembleia Geral, que ocorreu no último dia do evento, tivemos uma excelente avaliação sobre o evento, pela acolhida de Criciúma, pela estrutura que foi montada e também ressaltando a melhoria na qualidade dos trabalhos. Isso deixou a comissão organizadora muito feliz, porque é resultado de um trabalho feito ao longo de todo ano”, afirma Bazilício.
O professor André lembra que o período de pandemia interrompeu a realização do evento, mas a edição de Criciúma consolida dois anos de participação positiva das regionais de educação do estado: das 37 regiões, 16 se envolveram com a Feira. Existe uma discussão, ainda introdutória, de se realizar uma feira nacional, mas o mais importante é perceber que o movimento está consolidado e vem crescendo, avalia o provessor.
“A gente tem, neste movimento que culmina com a realização da Feira Catarinense de Matemática, um espaço de troca muito grande. As pessoas veem os trabalhos, têm ideias, levam as ideias para suas escolas, voltam muitas vezes no ano seguinte. A cada ano é um ciclo. A gente vai vendo esse ciclo se completando, e a beleza desse ano é ver o ciclo acontecendo de maneira inteira nos últimos dois anos, o que dá a sensação de que estamos conseguindo retomar o movimento que havia antes do período da pandemia”, diz.
Secretário municipal de Educação, Celito Heinzen Cardoso exalta também a participação dos servidores da prefeitura no trabalho de sediar a Feira Catarinense de Matemática, evento considerado de excelência.
"Pessoas de todo o Estado tiveram a oportunidade de expor seus trabalhos durante a Feira Catarinense de Matemática, formando um verdadeiro movimento de conhecimento sob o olhar da Matemática. Quem visitou a Feira pôde conhecer os conceitos matemáticos na sustentabilidade, no empreendedorismo e em diversas ciências. Eventos como este mostram a preocupação que temos em buscar o melhor para educação como um todo, possibilitando que os envolvidos possam mergulhar em novos horizontes. Para a realização deste grande evento, contamos com mais de 400 pessoas envolvidas diretamente com a apresentação de trabalhos, além de uma comissão organizadora que, também em parceria com o IFSC, pôde atender todo este público de forma acolhedora, contribuindo para que o evento fosse um sucesso”, afirma o secretário.