ENSINO Data de Publicação: 16 mai 2019 10:06 Data de Atualização: 16 mai 2019 14:13
Estudantes, professores, técnico-administrativos do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e pais de alunos mobilizaram-se pela defesa da educação pública e contra o bloqueio superior a 30% dos recursos dos institutos e universidades federais, anunciado pelo Ministério da Educação no final de abril. Nesta quarta (15), em uma data chamada de Dia Nacional em Defesa da Educação, as ruas do centro de Florianópolis foram tomadas por cerca de 30 mil pessoas, segundo os organizadores. No entanto, a Polícia Militar divulgou para imprensa que eram 20 mil manifestantes.
Os alunos foram recepcionados durante a manhã com um café, oferecido pelo Grêmio Estudantil Livramento. Em seguida, foi realizada uma mesa-redonda que abordou assuntos como representatividade estudantil, política e representatividade cultural. O Grêmio também articulou a realização de oficinas de Libras (com participação de alunos do Câmpus Palhoça-Bilíngue), teatro, História, Química, entre outros.
“Notamos que o pessoal do câmpus é consciente e interessado, mas que às vezes não sabe aonde ir com esse interesse. Nossa ideia era mostrar como há possibilidades de se trabalhar a mobilização estudantil seja dentro do campus, seja no movimento cultural. Também organizamos uma mostra das atividades de extensão e abrimos as portas do câmpus para mostrar para toda a comunidade como temos relevância para a cidade, que nossos cursos dão retorno à sociedade das mais diversas formas”, explica Ísis Leites, representante do Grêmio.
Na parte da tarde, alunos e professores dos câmpus Florianópolis, Florianópolis-Continente, São José e Palhoça reuniram-se no Câmpus Florianópolis. Ali, realizaram atividades de mobilização até a chegada da manifestação vinda da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que contou com a adesão da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) no decorrer do trajeto pela avenida Beira Mar Norte. Unidos, os manifestantes foram até o centro da cidade, em frente à Catedral e, com as demais entidades envolvidas, encerraram as atividades em frente ao Terminal de Integração do Centro (Ticen).
Além de Florianópolis, outras 11 cidades tiveram manifestações contra o corte de recursos, como Blumenau, Criciúma, Itajaí, Chapecó e Joinville, todas com participação de estudantes e servidores do IFSC. A estudante do curso Técnico Integrado de Quimíca do Câmpus Florianópolis e representante do Grêmio Estudantil, Mariah Hermes, explicou que a mobilização não se resumiu exclusivamente às atividades no centro da cidade. “Durante a manhã nós promovemos mesa, debates e apresentação de projetos de extensão aqui no câmpus. À tarde nós nos organizamos e fomos juntos com o pessoal da UFSC e da Udesc para o centro, formando uma unidade dos estudantes”, disse.
A estudante Maria Eduarda Barbosa, do Câmpus Florianópolis-Continente, avalia que “foi um ato totalmente pacífico, não vi ninguém fazendo balbúrdia como nos foi acusado, protestamos mostrando como a educação é essencial, com palestras e exposições de pesquisas e extensões que aconteceu no IFSC Mauro Ramos (Câmpus Florianópolis) de manhã”. Sobre o movimento, Maria Eduarda diz que “a importância do nosso ato foi gigante, o que mais me emocionou foi como todos se uniram e nós ajudamos juntos. Unir todos os institutos federais é o ideal, porque juntos sempre somos mais fortes”.
Segundo a reitora, Maria Clara Kaschny Schneider, os cortes devem afetar as atividades de ensino, pesquisa e extensão, e além de afetar os 50 mil alunos da instituição, também "terá um grande impacto na sociedade catarinense", considerando a importância econômica e social que o IFSC tem no estado.
Para conferir mais imagens da manifestação em prol da educação em Florianópolis e outros câmpus do IFSC, acesse o álbum de fotos no Facebook.