CÂMPUS JARAGUÁ DO SUL-CENTRO Data de Publicação: 20 fev 2019 08:09 Data de Atualização: 20 fev 2019 08:13
14,3 mil equipes inscritas em todo o Brasil, sendo 347 de Santa Catarina; cinco dos cursos de Ensino Médio Técnico do Câmpus Jaraguá do Sul-Centro. Após seis fases de provas, apenas duas equipes de Santa Catarina foram classificadas, entre 311 finalistas, para a última fase da competição: uma delas do IFSC, única representante das escolas públicas catarinenses na etapa final. Esses números são da Olimpíada Nacional de História do Brasil 2018 (ONHB). A experiência não trouxe medalhas e distinções materiais, porém entre as alunas Giovana Strehl Gauto, Jaíne dos Santos de Souza e Sabrina Lopes Bueno, orientadas pela professora de História, Isabel Cristina Hentz, possibilitou novas metodologias de estudo além de aprendizados e novas descobertas até de suas próprias capacidades.
“Foi uma experiência muito enriquecedora não somente no conhecimento sobre História mas também em minha formação como indivíduo presente na sociedade, pois conhecer o passado, mudou minha forma de ver o presente e despertou o desejo de melhorar o futuro”, afirma Jaíne. Da mesma forma, Giovana esclarece que a Olimpíada faz o participante ir atrás das respostas e conhecer cada vez mais da História do país, focando em temas como leis, justiça, direitos e cidadania. “A ONHB é única, ela é uma olimpíada bem diferente”, comenta ela.
A preparação para a prova aconteceu através de encontros semanais com todas as equipes participantes do câmpus. “Essa foi a nossa linha de trabalho: muita pesquisa e muito trabalho em equipe. Dessa forma, mesmo que apenas uma tenha ido para a final, ela representou o trabalho de todas, pois todos os estudantes contribuíram para as discussões e resolução da prova”, ressalta Isabel. Segundo ela, os encontros tinham por objetivo discutir coletivamente as questões e tarefas da prova.
Jaíne atribui ao companheirismo o maior ensinamento da Olimpíada: “além do aprendizado em História, um dos maiores ensinamentos da olimpíada foi o companheirismo. Chegamos à final não somente por nós mesmos, mas por todas as outras equipes que nos acompanharam nas demais fases”. Sabrina acredita que a persistência para seguir diante dos empecilhos; gerir e otimizar o tempo com maior qualidade, aprender a trabalhar em grupo, procurando respeitar as diferenças e divergências de ideias, foram as lições mais apreendidas por ela.
Na prática
Dentro da História do Brasil, a prova aborda temas de todas as regiões do país, desde a pré-história até a atualidade. “A prova do Olimpíada não é focada em comprovar o que os estudantes já sabem, mas em construir o conhecimento ao longo da competição. Todas as questões são baseadas em documentos históricos (bem diversificados), mas extrapolam muito o que o currículo prevê. Nesse sentido, muitas questões abordam temas que mesmo os professores de História orientadores das equipes não conhecem, pois são bem regionais e específicas. Por isso é muito importante a pesquisa e o debate para a resolução da prova, que fica aberta por uma semana para as equipes responderem”, esclarece Isabel.
Para ela, como a prova é baseada em documentos históricos, os estudantes desenvolvem muito a habilidade de análise e interpretação, aprendem a ler um documento, seja ele uma legislação, um texto literário, ou uma fotografia, muito além do que se mostra à primeira vista. “É uma prova que sempre faz relações entre o passado e o presente e busca abordar questões que estão sendo discutidas na atualidade. Esse ano (2018), por exemplo, o tema geral da olimpíada foi as relações entre as leis, a justiça e a cidadania. Isso faz com que os estudantes percebam que o estudo da História não diz respeito apenas ao passado, mas a maior importância de se estudar História é olhar e refletir sobre o próprio mundo em que vivemos”, destaca a professora.
Giovana comprovou na prática essa abordagem de que História também é o presente: “a história não é só o nosso passado, ela está aí, algumas coisas se repetem e como aprendemos com a nossa professora Isabel, a história parece uma linha contínua que sempre está evoluindo, sendo que não é assim, as coisas vêm e vão, não é uma linha perfeita, a história está mais para um zig-zag”.
Saiba mais
A competição conta com seis fases online, além da final presencial realizada na Unicamp, em Campinas (SP). As provas são realizadas durante as etapas, com duração de uma semana cada, pelas equipes formadas por um professor de História e três alunos.
As respostas - questões de múltipla escolha e realização de tarefas - podem ser elaboradas pelos participantes com base em debate com os colegas, pesquisa em livros, internet, orientação do professor, além de uma gama de documentos e referências oferecidas.
A edição 2019 já está com inscrições abertas até 29 de abril. A primeira fase terá início em 6 de maio, finalizando a sexta etapa em 15 de junho. Após as seis fases, no mínimo 200 equipes, cerca de 800 participantes, serão classificadas e convocadas para a final presencial, agendada para 17 e 18 de agosto.
O projeto tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e é desenvolvido pelo Departamento de História por meio da participação de docentes, alunos de pós-graduação e graduação.