Professor do Câmpus Lages ministra oficina sobre gastronomia com frutas nativas

CÂMPUS LAGES Data de Publicação: 14 mar 2024 14:00 Data de Atualização: 14 mar 2024 21:29
Professor do Câmpus Lages ministra oficina sobre gastronomia com frutas nativas


No último dia 6, o Câmpus Lages do IFSC ministrou uma oficina no município de Palmeira, na Serra Catarinense. A atividade foi conduzida pelo professor Roberto Akitoshi Komatsu, da área de Ambiente e Saúde do câmpus, e teve como tema Gastronomia com Frutas Nativas. Ela fez parte da programação da capacitação para mulheres rurais do grupo "Mulheres em Ação" e o convite foi feito pela A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).

Entre os produtos da aula estão a produção de ketchup de araçá vermelho e pão com farinha da casca de goiaba serrana, além da degustação com compota da casca da goiaba serrana. Participaram sete mulheres da comunidade rural do município. O professor lembra que o IFSC na Serra, em Lages e Urupema, possui pesquisas com as frutas nativas como a uvaia, o araçá vermelho, butiá e também a goiaba serrana desde 2011. Seja na parte de estudar o tamanho dos frutos, época de florescimento, de colheita, ou até a parte molecular. "A partir de 2016, em parceria com o IFSC Câmpus Florianópolis-Continente no seu curso de Gastronomia, foi feito o aproveitamento através de produções gastronômicas, desde bebidas, molhos, doces, e, com isso, alavancou junto aos restaurantes, aos produtores, dando uma cara de uso e potencial gastronômico", comenta Komatsu.

Parceria com a Epagri

A Epagri e o IFSC são instituições parceiras há muito tempo. Porém, nesse caso da Serra Catarinense, a proximidade se intensificou logo após o fim da pandemia de Covid-19. O professor comenta que os convites para essas capacitações começaram após a empresa ter acesso aos produtos, em especial da compota de casca de goiaba, e com isso solicitarem capacitações na produção desses alimentos. A ideia é que não fiquem apenas no consumo, mas em também olhar para esses produtos como uma possibilidade de empreender e complementar a renda. "Já fomos em São Joaquim, para um grupo de mulheres empreendedoras, depois Bocaina do Sul, Cerro Negro, Ponte Alta, Correia Pinto, e este ano fomos em Palmeira. Sempre mostrando o aproveitamento, mostrando para as mulheres do campo que é possível empreender com essas frutas da Serra Catarinense, ver esse potencial de aproveitamento. E começa a entregar, seja nas pousadas rurais, mas também nos restaurantes da cidade e alavancando a economia dessas frutas nativas junto com as mulheres serranas", complementa.

Andréia Meira é Extensionista Social e Membro da Equipe de ATER da Gerência Regional de Lages da Epagri. Ela também é responsável pelo Programa Capital Humano e Social na Região Serrana. Ela complementa dizendo que a demanda surgiu do trabalho da equipe da Epagri de Palmeira com os produtores. Existe uma unidade didática chamada "Casa do Produtor" onde o grupo de mulheres trabalha com processamento para o consumo, faz cursos e tem expectativa de evoluir para legalização de produtos panificados e processamento de frutas.

"Junto a essa situação, um produtor de grande quantidade de mirtilo procurou a Epagri com interesse em fazer produtos da produção excedente. Após uma reunião com o grupo e o produtor, em busca de viabilizar a produção, uma sugestão foi de explorar a variedade de frutas nativas que as produtoras já tem em suas propriedades. E como a Epagri já possui uma boa parceria com o IFSC e já trabalhamos em vários eventos com o professor Komatsu surgiu a ideia de convidá-lo, em um período do dia, e assim ampliar as possibilidades da oficina de processamento de frutas que foi desenvolvido com os produtores", conta Andreia.

Frutos para além da mesa e do campo

Os resultados dessas parcerias são visíveis e palpáveis para as comunidades. A Epagri está presente em todos os municípios da região e Estado, e acredita que o desenvolvimento rural sustentável só é possível com a soma das instituições governamentais e não governamentais que atuam no território serrano. "Por isso, dentro do planejamento de nossas atividades buscamos articular esforços de diferentes parcerias para levar conhecimento para fortalecer as atividades que já existem no meio rural e que promovam novas iniciativas para melhor a qualidade de vida das famílias com sustentabilidade,  seja na produção de alimentos, no processamento com  segurança alimentar e  na agregação de valor aos produtos regionais", complementa Andreia. 

O professor Komatsu reforça que os frutos para o IFSC também são enormes. Ele lembra que o IFSC, além do Ensino, também a Pesquisa e a Extensão como prioridades. Essas ações reforçam ainda mais essas duas últimas, aliando o que se estuda nos Câmpus à entrega disso às comunidades. "Assim eu vejo que cumpre esse papel de estimular o desenvolvimento regional também vinculado a esse setor das outras nativas. Tendo a participação dos alunos isso complementa de forma plena a função do IFSC nas regiões onde atua", finaliza.

 

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