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Professor orienta sobre como evitar desperdício da produção em fruticultura em podcast do Sebrae

EXTENSÃO Data de Publicação: 24 jun 2021 12:58 Data de Atualização: 24 jun 2021 13:39

Rogério Oliveira Anese é engenheiro agrônomo, com doutorado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), trabalha com fruticultura desde 2007 e professor no Câmpus Urupema do IFSC. Através do podcast do Sebrae, ele passa um pouco do seu conhecimento sobre fruticultura, com foco na cultura da maçã, uma das principais fontes de renda na região serrana catarinense.

Segundo Rogério, as maiores perdas da produção ocorrem na pós-colheita, devido ao armazenamento incorreto. Ele explica que a  qualidade de um bom fruto começa no plantio. Para Anese, o produtor deve realizar a limpeza correta do pomar retirando todos os restos culturais da safra anterior. Para se fazer uma adubação equilibrada, faz-se necessária a análise do solo e das folhas, pois a falta ou excesso de alguns nutrientes pode acarretar em distúrbios fisiológicos que poderão aparecer na pós-colheita. 

Rogério ressalta que a colheita deve ser feita no tempo certo: “se colher o fruto mais verde, diminui a quantidade de podridão, mas pode se perder um pouco a cor, tamanho e o sabor do fruto; e se colher tarde demais aumenta muito as perdas ao amadurecimento e posterior  podridão”. 

Outro ponto bem importante em relação às perdas, conforme a apresentação do professor, é o produtor estar sempre atualizado sobre o assunto. "Hoje tem muitos cursos oferecidos, cursos técnicos, graduação, pós-graduação, oferecidos pelo IFSC e outras entidades. O que o produtor não deve fazer é se “acomodar” por ser um produto que vem sendo feito de geração em geração, e esse é mais um motivo para sempre estar procurando melhorias”, argumenta Anese.

A poda correta e o raleio dos frutos também são pontos importantes para a qualidade e sabor dos frutos. “Frutos com qualidades tem um valor mais elevado, portanto se não é feito o manejo adequado acaba que os frutos ficam em maior quantidade, mas menores, o que faz com que diminua a qualidade”, destaca ele, que também faz referência à mão de obra. Rogério diz que não se deve deixar para contratar o pessoal de última hora, mas sim com tempo para uma preparação e treinamento, principalmente com aqueles que muitas vezes não tem experiência.

Outro ponto está relacionado ao maquinário, caixas, sacolas, sem esquecer da higienização desses materiais para não sofrer perdas com podridão. Retirar todas as folhas e colocar os frutos colhidos o quanto antes em ambiente adequado e resfriado de armazenamento para atrasar a maturação também cooperam para a qualidade da produção.

 

Pós-colheita

 

Falando um pouco de embalagens, são utilizadas caixas de madeira, plástico ou papelão. As de madeira tem uma tendência maior de causar podridões por ser um material que tem um modo de higienização menos complexo, enquanto que as caixas de plástico são mais viáveis pela possibilidade de uma higienização mais completa. Outro fator a ser levado em consideração é que, apesar dos custos iniciais serem mais elevados, a longo prazo elas se tornam mais em conta,  já que podem ser utilizadas por várias safras. As embalagens de papelão são descartáveis. 

Outro ponto a ser considerado pelo produtor é o transporte dos frutos. Para Rogério, deve-se dar preferência a caminhões com câmara fria, para o atraso da maturação. “Mas quando isso não é possível, é necessário usar lona térmica, que ajuda a diminuir um pouco a temperatura. De um modo ou de outro sempre transportar protegendo os frutos do sol”, recomenda o professor. 

Em relação ao armazenamento deve-se cuidar sempre da temperatura, umidade, tecnologias.

 

Pequenos produtores

 

Com relação ao manejo por pequenos produtores, Rogério lembra do elevado custo de algumas tecnologias para eles que trabalham sozinhos. Para esses casos, ele aconselha a  a união dos pequenos produtores por meio de cooperativas, onde um tem o apoio do outro, o que permite uma produção melhor diminuindo o número de perdas. Além disso, em grupo, insumos por serem obtidos em maiores quantidades acabam sendo comercializados a um preço menor. 

Anese cita a Cooperativa Agropecuária de Urupema (COPEMA). “São mais de 20 produtores de maçã que organizaram a cooperativa e hoje eles têm câmara, máquina de classificação, que conseguem processar esse fruto ali e ficar com essa fatia de mercado. Quem não está associado, acaba vendendo para uma grande empresa, e essa grande empresa vai ter essa fatia de mercado”, relata.

Mais uma vez a união faz a força, trazendo mais ganhos aos produtores e ao consumidor, que terá um produto com maior qualidade. 

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