EVENTOS Data de Publicação: 11 out 2022 15:55 Data de Atualização: 11 out 2022 16:09
Quando descobriu que estava com câncer de mama, em 2021, Denise Thum redescobriu também a “dor e a alegria” de ser enfermeira. Enquanto profissional, conhecer e entender todos os processos foram pontos positivos, mas, precisar se colocar no lugar de paciente foi uma das maiores dificuldades para quem sempre esteve no posto de cuidadora. A “inversão de papéis” foi um dos desafios contados por Denise no “Relato de experiência no enfrentamento do câncer de mama”.
A palestra fez parte do evento Diálogos sobre saúde mental no Outubro Rosa, realizado no último dia 6, pela Coordenadoria Pedagógica do Câmpus Joinville, em alusão ao Dia Mundial da Saúde Mental, lembrado em 10 de outubro, e à campanha mundial de prevenção ao câncer de mama. “Neste ano, o Câmpus Joinville decidiu juntar as duas datas para discutir as mudanças das políticas públicas na área de saúde mental e ainda os impactos que um diagnóstico de câncer de mama causa na vida das mulheres”, explica o coordenador pedagógico, Raphael Henrique Travia, que também é ativista em saúde mental e egresso do curso superior de tecnologia em Gestão Hospitalar.
Enfermeira há trinta anos e com atuação em vários setores, inclusive como gerente de Saúde Mental na prefeitura de Jaraguá do Sul, Denise relatou que aprendeu muito - e continua aprendendo – neste processo todo, que começou com a observação dos primeiros sinais de alerta, seguindo com o diagnóstico e até o tratamento, que envolveu três cirurgias, quimioterapia e radioterapia. Após a palestra, ela iria para a 11ª aplicação de radioterapia, de um total de 15. A reconstrução das mamas está prevista para meados do ano que vem.
“Espiritualidade e compreensão da finitude, família, amigos, interação e participação social e a enfermagem foram as coisas que mais me ajudaram”, listou Denise, complementando: “ser enfermeira fez e faz muita diferença na minha vida”.
Luta antimanicomial
A outra palestra do evento abordou diretamente a relação entre o Dia da Saúde Mental e a luta antimanicomial. Na palestra “O papel da Enfermagem e da Gestão na construção de uma sociedade sem manicômios”, a enfermeira Patrícia Samu Ferreira Batista, da Gerência Regional de Saúde de Joinville, destacou a necessidade de se recusar políticas de não acesso a cuidados sanitários e sociais mínimos. “É uma luta contínua, em várias frentes, para evitar retrocessos”, destacou Patrícia.
“Para pessoas com deficiência física, se pensa na construção de rampas de acesso. Para pessoas com deficiência mental, são rampas diferentes. Precisamos criar rampas de acesso social”, enfatizou a enfermeira, reforçando a importância do cuidado transversal, que envolve as famílias, a rede de apoio social e o mundo do trabalho.
Programação
As demais atividades da programação do Outubro Rosa no Câmpus Joinville estão sendo organizadas pelos cursos de Enfermagem, como a decoração dos ambientes e a exposição “Uniformes da Enfermagem ao longo do tempo”, disponível no corredor do Bloco 2.
Na próxima sexta-feira (14), a sala 214 será transformada em um ambiente de autocuidado, com oficinas de automaquiagem e cuidados com a pele, das 8h às 19h. E, no dia 21, haverá o dia de mobilização do câmpus, com distribuição de laços símbolo da campanha, atividades culturais, relatos pessoais, palestras e oficinas.
Celebrado anualmente desde os anos 1990, o Outubro Rosa é uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e, mais recentemente, sobre o câncer de colo do útero.