EXTENSÃO Data de Publicação: 04 fev 2021 08:26 Data de Atualização: 04 fev 2021 09:16
Não é sem motivo que os idosos residentes em asilos estão entre os primeiros a receber a vacina contra o coronavírus. Vulneráveis à disseminação do vírus, residenciais e instituições para a terceira idade tiveram de fechar para visitas na pandemia, aumentando ainda o isolamento de seus moradores. Nestas horas, a tecnologia pode ajudar a diminuir a solidão e a saudade – ainda mais se do outro lado da tela estiverem jovens cheios de disposição para ajudar.
Caso de um grupo de estudantes do Câmpus Criciúma do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Desde dezembro, eles desenvolvem o projeto de extensão “A Hora do Conto”, no Asilo São Vicente de Paulo, realizando encontros virtuais três vezes por semana. Nestes encontros, os alunos do IFSC partem da leitura de escritores clássicos da literatura brasileira para gerar momentos de lazer, descontração, cultura e resgate das memórias e vivências.
“A Hora do Conto no Asilo São Vicente de Paulo veio ao encontro das necessidades da comunidade, num momento em que os residentes do asilo não estão recebendo visitas e estão privados do contato externo. Estamos finalizando o projeto, mas os resultados são significativos. Há uma boa integração dos residentes no decorrer do projeto, o resgate de suas histórias, a alegria dos idosos em compartilhar suas histórias, suas artes, suas músicas, envolvimento nas atividades e a elevação da autoestima”, comenta Marisílvia dos Santos, servidora que coordena o projeto.
A partir do tema escolhido para cada encontro, os alunos selecionavam um texto para a leitura e preparavam uma atividade que os moradores do asilo desenvolviam com o auxílio dos profissionais que atuam na instituição. Pintura, música, trabalhos manuais e muita conversa fazia parte de cada encontro, sempre muito esperado pelos moradores do asilo – e também pelos estudantes do IFSC.
“Este projeto com esses idosos foi um alívio e tanto, porque, apesar de precisarmos nos organizar, pesquisar e nos dedicar, não estamos recebendo uma nota, estamos recebendo amor de volta e fazendo com que eles se sintam amados. Dá vontade de sentar e ouvir eles falarem como se o tempo não tivesse fim. Talvez eu envelheça também e tenha dificuldade pra lembrar dos seus nomes, mas eu ainda vou contar para os meus filhos e para os meus netos: eu li um conto para alguns idosos e eles leram seus corações para mim”, resume Bianca Goulart, aluna do curso técnico integrado em Química.
“O encontro com os idosos parecia uma coisa pequena, encontros virtuais com a leitura de contos, mas se tornou algo grande pra mim. É onde me sinto completa e realizada”, complementa Kissila Corrêa, aluna da Engenharia Civil. “O momento mais marcante pra mim foi quando chegamos em um encontro e eles estavam nos esperando com instrumentos musicais querendo cantar para nós e de certa forma mostrar sua gratidão”, conta.
Além de Kissila e Bianca, participaram do projeto os estudantes Douglas Pereira da Silva, Letícia do Livramento e Maelli Josefino. Todos os alunos participaram de forma voluntária do projeto.