Estudantes de Química apresentam projetos desenvolvidos em estágios

CÂMPUS SÃO JOSÉ Data de Publicação: 23 jun 2023 15:12 Data de Atualização: 23 jun 2023 17:36

O curso de licenciatura em Química do Câmpus São José possui em seu currículo quatro estágios integrados e supervisionados, nos quais os futuros professores têm a oportunidade de experimentar diferentes maneiras de repassar os conteúdos aos estudantes de ensino médio. Para apresentar alguns desses trabalhos desenvolvidos recentemente, foi realizado nesta semana no câmpus o Seminário de Estágio da Licenciatura.

No total, sete trabalhos, chamados projetos de intervenção, foram apresentados no seminário. Eles dizem respeito aos estágios 2 e 4 do curso. No estágio 2,  na sétima fase, os alunos começam a desenvolver atividades individualmente, interagindo com a instituição que visitam, sempre com o apoio dos professores orientadores do IFSC e do professor supervisor da escola que serve como campo de estágio. Também começam a trabalhar na definição do tema de seu trabalho de conclusão de curso (TCC) e a preparar os projetos de intervenção e os materiais didáticos que serão usados no estágio supervisionado 3, o que mostra o caráter processual e integrados dos estágios.

No Estágio Supervisionado 4, o último do ciclo, os estudantes da licenciatura socializam suas experiências nos três estágios anteriores por meio de artigos.


Projetos


Todos os sete projetos apresentados no Seminário foram orientados por professores da licenciatura e desenvolvidos no IFSC, nos cursos técnicos integrados ao ensino médio do próprio Câmpus São José (de Refrigeração e Climatização e de Telecomunicações) ou nos cursos Proeja do Câmpus Florianópolis-Continente (de Cozinha e de Panificação). Alguns dos trabalhos já foram aplicados - são de estudantes que concluíram o estágio 4 -, enquanto outros serão no próximo semestre - de alunos que fizeram o estágio 2 e vão aplicar os projetos no estágio 3.

A estudante Bruna Chassot Pimmel trabalhou com o primeiro ano do curso de Refrigeração e Climatização conteúdos como a tabela periódica, elementos químicos e a estrutura eletrônica dos átomos por meio da investigação forense. Usando uma linguagem e recursos de jogos (gamificação), ela elaborou a história de um assassinato cujo autor os alunos do ensino médio integrado tinham que descobrir por meio de pistas relacionadas a elementos químicos usados no crime.

Ao final de oito aulas, a turma teve 70% de aproveitamento no acerto das questões relativas aos conceitos de química. “A metodologia foi bem promissora”, comemora Bruna.

Um jogo também é o recurso que será usado pelos estudantes Gabrielly da Silva, José Gleidson da Silva e Marcella Ferreira no próximo semestre com as turmas de Cozinha e Panificação do Câmpus Florianópolis-Continente. Eles elaboraram um jogo de tabuleiro no estilo RPG (sigla para a expressão em inglês “role-playing game”), no qual o participante assume a identidade de um personagem. Solubilidade, propriedades coligativas e termoquímica estão entre os conteúdos que serão trabalhados em quatro encontros. 

​​​​​​​“Pensamos em uma forma mais criativa, lúdica, para eles entenderem melhor os conceitos”, conta Gabrielly. “Escolhemos o RPG porque o jogo tem mais livre-arbítrio, mais possibilidades”, completa Marcela. Um dos desafios foi criar uma estratégia que motive o aprendizado em um grupo de alunos com faixa etária tão variada quanto o Proeja: eles vão ter que ensinar química para pessoas de 18 a 60 anos. O tema do jogo serão os corantes, assunto com os quais os estudantes de Cozinha e de Panificação já têm familiaridade por trabalhar nas aulas relativas ao curso técnico. 

​​​​​​​O trabalho de Luiz Philipe Montagnini foi mais um desenvolvido no Câmpus Florianópolis-Continente, com uma turma do Proeja em Cozinha. Ele ensinou conceitos de química orgânica - o que são carbonetos, ligações de carbonos, cadeias de hidrocarbonetos, entre outros - a partir da produção de sabão. Os próprios estudantes criaram as receitas para produzir o sabão. “Foi uma turma extremamente participativa”, lembra Luiz.

​​​​​​​Água e hortas

​​​​​​​Ruan Moraes e Thiago Luís vão aplicar no próximo semestre o projeto que desenvolveram para ensinar conteúdos relativos a soluções - como misturas homogêneas e heterogênas - para uma turma do curso de Refrigeração e Climatização. Usando materiais como frascos, garrafas PET e filtros de café, eles vão mostrar como funciona uma estação de tratamento de água e os processos químicos usados para tornar a água reutilizável. A ideia desse trabalho surgiu depois de uma visita da turma de Ruan e Thiago à empresa responsável pelo tratamento da água em Brusque (Samae).

​​​​​​​Airlley Borges e Márcia Marian vão usar hortas urbanas sustentáveis como tema para ensinar conteúdos como equilíbrio químico e pH. Elas pretendem fazer isso a partir de análises de solo e da construção de uma composteira doméstica. Além disso, vão trabalhar com os estudantes de Refrigeração e Climatização temas relativos à educação ambiental e alimentação saudável.

Reflexões sobre a atividade docente

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Dois dos trabalhos apresentados - ambos do estágio 4 - trouxeram reflexões sobre o trabalho de professor. Afonso Borges Castro trabalhou funções inorgânicas com uma turma do curso de Refrigeração e Climatização por meio do estudo de aditivos e conservantes em alimentos. Ele levou alimentos para as aulas e os alunos tinham que identificar ingredientes ácidos, básicos, sais e óxidos.

​​​​​​​Afonso documentou o método e fez no seu relato no estágio 4 uma reflexão sobre o trabalho de professor. “Ele deve atuar de forma a mediar, não como alguém que conhece todos os assuntos. Os estudantes conseguem trazer as experiências deles no dia a dia”, diz.

​​​​​​​Já Giulyana Miranda Rigon trouxe um relato sobre duas experiências, quando lecionou sobre química orgânica no estágio 2 (no curso de Telecomunicações) e sobre funções inorgânicas na residência pedagógica (na escola Irmã Maria Teresa, em Palhoça). No primeiro caso, a atividade foi toda online, pois ocorreu no período da pandemia. A segunda foi presencial e, segundo Giulyana, mais proveitosa. “É lógico que presencialmente teve mais interação”, ressalta.

​​​​​​​Comparando as duas situações, ela compreendeu a importância da comunicação e da troca de informações entre professores e estudantes. “Essas experiências me ajudaram a querer ser professora”, afirma.

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