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Após 12 anos de IFSC em seis de seus cursos, Flávia conclui também o Mestrado

ENSINO Data de Publicação: 05 out 2022 10:57 Data de Atualização: 05 out 2022 11:11

“Primeiramente, para os alunos que não conseguiram ingressar, destaco que entrei para o Técnico em Meio Ambiente na 7ª chamada, e me formei com poucos ao meu lado. A forma de prova de ingresso não é a mais adequada, e teria me barrado de uma das oportunidades mais incríveis que conquistei. Ou seja, não se sintam diminuídos por não se encaixarem no sistema padrão, pois isso não desqualifica a capacidade de aprendizado de vocês. Para os que ingressaram...Se liga! Você está no melhor lugar, com os melhores professores, com a melhor estrutura, com as melhores oportunidades, de forma totalmente gratuita. Dê valor a tudo isso, dê o seu melhor nos trabalhos, nas provas e o mais importante, faça acontecer! Use o que aprendeu, atue, faça, seja voluntário, seja líder, seja parte da solução. Pense em todos que gostariam de estar ocupando a sua vaga e não tiveram a chance. Leve para eles o conhecimento que você recebeu”. Este conselho para os alunos que querem ou estão ingressando no IFSC é da recém-egressa Flávia Nau Tramonte, natural de São José, 26 anos, 12 deles como aluna de diferentes cursos dos Câmpus São José, Lages e Florianópolis. 

Flávia ingressou em 2010 no curso Técnico Concomitante de Refrigeração e Climatização no Câmpus São José do IFSC – ao mesmo tempo em que fazia o Ensino Médio na Escola de Ensino Básico (EEB) Vidal Ramos Júnior; e defendeu sua dissertação no Mestrado em Clima e Ambiente em setembro passado. De lá pra cá, cursou ainda o Técnico em Agroecologia, no Câmpus Lages, o Técnico em Meio Ambiente, no Câmpus Florianópolis, o curso de Qualificação Profissional em Instrumentação para Laboratórios, também no Câmpus Lages, e a Especialização em Educação Ambiental, no Câmpus São José. 

Ela destaca a capacitação de professores como um dos diferenciais do IFSC como instituição de ensino. “Estudar no IFSC juntamente com o ensino público regular me mostrou a nítida diferença de capacitação de professores, de valorização desta profissão e como estes docentes influenciam na vida pessoal e acadêmica. Fui da primeira turma a se formar no Técnico em Agroecologia, onde o câmpus ainda passava por construção, e o corpo docente era inteiramente novo”, relata.

Segundo Flávia, por ter essa característica, os professores eram muito motivados e entusiasmados com o aprendizado da turma. “Porém, o mesmo aconteceu no câmpus centenário de São José, onde os professores eram tão sonhadores quanto os alunos, e caminhavam juntos com muito zelo. A capacitação técnica de todos os profissionais que conheci é inquestionável, e isso motiva muito o aluno. Exemplos de caráter, técnica, metodologia de ensino, organização, comportamento e inclusive de aparência e vestuário sempre me fizeram sentir especial, completamente privilegiada pela oportunidade de ocupar aquela vaga”, complementa.

Ela conta que alguns professores a tornaram mais organizada, atuante, crítica, visionária, empática, motivada, esperançosa. “Até mudei o formato da minha letra. Uma das grandes professoras que tive foi o a Fedra Kruger.  Lembro que ela tinha a letra de imprensa, e fazia desenhos incríveis no quadro. Notei que quando escrevia com o formato da letra dela conseguia escrever mais rápido, e isso me ajudou a absorver mais a matéria, pois além do quadro conseguia anotar tudo que ela falava. E era muita coisa! Pequenos detalhes podem mudar a vida de um aluno. Não tem nada mais gratificante do que ver um professor feliz por passar uma matéria que ama, e sentir que você absorveu tudo porque também está criando amor pelo assunto”, ressalta. 

Ao concluir sua graduação no Centro Universitário Unifacvest, sentiu que precisava se especializar ainda mais e seguir nos estudos. “Entrei para o Técnico em Meio Ambiente depois da faculdade, antes de iniciar a vida profissional. Cursei o técnico e a Especialização ao mesmo tempo, em câmpus diferentes. Essa fase foi de extrema importância para a minha formação profissional, pois além de aprender muito sobre diversos assuntos, me senti responsável em disponibilizar para a sociedade tudo que aprendia e conquistava na academia, em mudar o mundo ao meu redor”, diz ela. 

Apesar de sua formação, a recém-egressa ainda não teve a oportunidade de atuar como bióloga. “Porém, fui a primeira colocada no concurso jovem aprendiz da Epagri de Lages aos 16 anos, auxiliando alguns pesquisadores. Como voluntária, atualmente sou responsável pelo setor de Educação Ambiental da ONG Ecopet, e também sou diretora administrativa e de Eventos da ONG Aprap”, conta a ex-aluna do IFSC que, profissionalmente, já trabalhou em laboratório de análises de qualidade de água e ar, onde realizou parte da sua pesquisa de Mestrado. Atualmente, atua na Clínica Veterinária Projeto Castração, prestando serviço para diversas prefeituras.

A percepção da diminuição significativa da espécie do caranguejo Ucides cordatus em um manguezal próximo de onde residia foi a motivação para sua pesquisa. “Cresci vendo o habitat ser destruído por ocupações irregulares e poluição por lixo e esgoto. Senti que precisava fazer algo para preservar aquele local, mesmo a comunidade pensando o contrário. Desta forma, após muito incentivo do professor Walter do Técnico em Meio Ambiente, elaborei a minha pesquisa pensando em um futuro poder ter armas para lutar pelos manguezais de Palhoça. O tema da minha pesquisa foi a identificação da época reprodutiva em Palhoça, visando propor o período de defesa ideal para a preservação da espécie, por meio da criação de legislação municipal”, explica Flávia.

Ela pensa em continuar sua formação acadêmica e se tornar cada vez mais atuante na preservação ambiental. Porém, os planos para Doutorado não estão formados para agora. “Não tenho uma estabilidade financeira, e primeiro penso em organizar isso, ser mãe, e depois sim começar o doutorado”, adverte e finaliza: “o que levo do IFSC para a minha vida profissional é a importância de ser e fazer o melhor, em nunca perder a esperança de lutar por uma causa, em como a ciência muda a vida da sociedade, e como todos somos parte disso. Destaco os artistas principais: Os professores! São maravilhosos, preciosos! São o maior bem que pude ter na vida! Destaco a qualidade na estrutura para aulas práticas, viagens, palestras. Um detalhe muito importante para mim foi participar do Sepei (Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação). Não por ser apresentadora, duas vezes inclusive, mas o mais significativo foi a emoção de sentir a energia dos alunos, tão jovens, fazendo acontecer”.

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