CÂMPUS JARAGUÁ DO SUL-CENTRO Data de Publicação: 24 ago 2015 21:00 Data de Atualização: 06 fev 2018 14:58
O aluno Matheus Henrique Pires da Silva, da 6ª fase do curso técnico integrado em Química do Câmpus Jaraguá do Sul do IFSC, ficou em primeiro lugar na categoria Ensino Médio do 24º Concurso de Declamação, de 19 a 21 de agosto.
O Concurso é promovido pela Fundação Cultural e pela Sociedade Artística Cultural de Jaraguá do Sul, com apoio da Secretaria Municipal de Educação. O evento reuniu, no pequeno teatro da Scar, 301 candidatos de 12 categorias distribuídas em educação infantil, ensinos fundamental, médio e supletivo, livre e terceira idade. “Eu gosto de declamar poemas. Acredito ser uma excelente forma de expressar o que temos de bom”, destaca.
A poesia apresentada por Matheus foi “Nordeste Independente”, de Ivanildo Vila Nova e Bráulio Tavares. “Este ano eu participei da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) com a professora Carla Fernanda da Silva e daí encontramos, em uma das tarefas, o poema Nordeste Independente, que eu decidi declamar, pois nos últimos tempos a região nordeste vem sendo atacada por uma infeliz parte da população devido ao preconceito. O poema, então, fala sobre a separação da região nordeste em relação ao restante do Brasil e quão bom isso seria para a região nordeste”, conta o aluno, que teve o apoio do professor de Língua Portuguesa, Josué Jorge Cruz, durante os ensaios.
Conheça o poema:
Nordeste Independente
Já que existe no sul esse conceito
Que o nordeste é ruim, seco e ingrato
Já que existe a separação de fato
É preciso torná-la de direito
Quando um dia qualquer isso for feito
Todos dois vão lucrar imensamente
Começando uma vida diferente
Da que a gente até hoje tem vivido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente
Se o Nordeste tivesse outras fronteiras
Talvez fosse tratado com capricho
Sem servir de depósito para o lixo,
Das usinas atômicas brasileiras
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente
Dividindo a partir de Salvador
O nordeste seria outro país
Vigoroso, leal, rico e feliz
Sem dever a ninguém no exterior
Jangadeiro seria o senador
O cassaco de roça era o suplente
Cantador de viola, o presidente
O vaqueiro era o líder do partido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente
Paraíba era o centro artesanal
Piauí o setor da criação
Em Sergipe cultura e tradição
Maranhão a reserva florestal
Na Bahia o distrito industrial
Alagoas agrícola e florescente
Rio Grande o poder militarmente
Ceará pra o turismo era escolhido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente
Em Recife, o distrito federal
O idioma ia ser nordestinense
A bandeira de renda cearense
"Asa Branca" era o hino nacional
O folheto era o símbolo oficial
A moeda, o tostão de antigamente
Conselheiro seria o inconfidente
Lampião, o herói inesquecido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente
O Brasil ia ter de importar
Do nordeste algodão, cana, caju
Carnaúba, laranja, babaçu
Abacaxi e o sal de cozinhar
O arroz, o agave do lugar
O petróleo, a cebola, o aguardente
O nordeste é autossuficiente
O seu lucro seria garantido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente
Se isso aí se tornar realidade
E alguém do Brasil nos visitar
Nesse nosso país vai encontrar
Confiança, respeito e amizade
Tem o pão repartido na metade
Tem o prato na mesa, a cama quente
Brasileiro será irmão da gente
Vai pra lá que será bem recebido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente
Eu não quero, com isso, que vocês
Imaginem que eu tento ser grosseiro
Pois se lembrem que o povo brasileiro
É amigo do povo português
Se um dia a separação se fez
Todos os dois se respeitam no presente
Se isso aí já deu certo antigamente
Nesse exemplo concreto e conhecido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente